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FAQ e artigos

 O que é o frugivorismo ?

    O frugivorismo, ou crudivorismo hipo-lipídico, é uma alimentação crua, que a maior parte das calorias se derivam de frutas, vegetais e oleaginosas, mas contendo ampla gama de outros alimentos, só em menores quantidades.
    Ao estudarmos fisiologia, anatomia e biologia da raça humana, nos levam a determinar nossa alimentação ideal através de um parâmetro científico. O sufixo “voros” na biologia, é utilizado para determinar a fonte de onde cada grupo de animais deriva primariamente suas necessidades calóricas, ex: carnívoros, frugívoros, herbívoros, insetívoros, onívoros etc. Na natureza, todos animais que compartilham anatomia, fisiologia, bioquímica e genética similares aos humanos, prosperam em uma dieta frugívora.
        Seres humanos são também classificados pela ciência como antropóides, e os primatas antropóides chegam a compartilhar com os seres humanos, em média 99% ou mais de seu DNA. Se utilizarmos da anatomia comparada, podemos notar que de todos animais na natureza somos mais similares aos primatas antropoídes, e se estivéssemos na natureza e sem ferramentas, seríamos forçados como eles a uma alimentação primariamente composta de frutas e vegetais. Apesar de primatas (chimpanzé mais especificamente) consumirem raramente carne e insetos, isso giraria em torno de apenas 2% do total calórico, o que não pode classificá-los como onívoros e também não podemos comparar ao homem moderno que chega a consumir 45% das suas calorias ou mais de proteína animal.
    Para concluir, o crudivorismo frugívoro é uma dieta composta dos alimentos que conseguiriamos comer cru na natureza, in natura, fresco, ou seja, da maneira como essa alimentação nos é fornecida pela natureza, direto da fonte.

Como é uma dieta crudívora vegana higienista na prática?

É uma dieta crudívora/frugívora (frutas e frutas-vegetais, vegetais folhosos verdes tenros, vegetais crucíferos, sementes e nozes), ao invés de uma dieta frutariana. Muitas pessoas acreditam ser possível viver apenas de frutas por longo prazo, excluindo os vegetais, ao que se denomina frutarianismo, no entanto não é recomendável tal prática.
Uma dieta frugívora consiste em refeições com grandes quantidades de frutas e vegetais e pequenas quantidades esporádicas de nozes, sementes e castanhas. Devido as frutas e vegetais conterem uma baixa densidade calórica, é necessário uma grande quantidade deles para alcançarmos as mesmas calorias que obteríamos com outro tipo de alimento.
Como exemplo, um almoço, para uma pessoa moderadamente ativa, poderia ser composto de 5 bananas grandes e 3 mangas.
O que é combinação alimentar?

O termo combinação alimentar se refere aos alimentos que são compatíveis entre si em sua química digestiva. Fisiologistas reconhecem há mais de um século que a eficiência da digestão e a nutrição de um organismo, em grande parte, dependem dos tipos de alimentos combinados em uma refeição. No entanto, por mais que seja um fato comprovado em laboratórios, nunca foi devidamente aplicado à cozinha e hábitos alimentares dos seres humanos na atualidade.Podemos observar que os animais não misturam vários alimentos em uma só refeição, com exceção do homem que mistura os mais diversos tipos de alimentos de uma só vez.

O quanto comer?

Após, então, sabermos quais são as fontes ideais para buscar nossos nutrientes (frutas, vegetais, nozes e sementes), é de extrema importância saber o quanto comer. A maioria dos crudívoros, a curto e longo prazo, não compreendem porque eles mesmos enfrentam dificuldades de se manter apenas com comida crua e pensam tão frequentemente em comida. Na maioria das vezes é simplesmente por falta de calorias, e calorias provenientes das fontes certas. Para esclarecer melhor, sem uma ingestão adequada de calorias, a pessoa sente-se fraca, com desejos intensos por comida e passa a ter um desempenho medíocre em atividades físicas.
Mesmo quando parado, nosso corpo gasta uma quantidade bastante grande de calorias, esse gasto calórico em repouso recebe o nome de Taxa de Metabolismo Basal. Muitos propagadores de dietas crudívoras dizem que essa contagem de calorias, e mesmo a distribuição calórica entre os macronutrientes, é desnecessária se a pessoa comer tudo cru. Dizem que se for cru já é o suficiente para se ser a pessoa mais saudável da Terra. E promovem dietas ricas em gordura e combinações alimentares absurdas, sem a mínima observação da nossa fisiologia digestiva. Vão na direção contrária ao que as autoridades na área de saúde e nutrição defendem e, mais do que isso, comprovam. Usado de forma incorreta, não é à-toa que inúmeras pessoas não obtenham os resultados esperados com o crudivorismo e retornam a comida cozida.

Consegue alguém realmente viver somente de frutas, vegetais, nozes e sementes?

A estimativa científica é que a raça humana já habita o planeta em torno de 8 milhões de anos. E também que foi no chamado período neolítico, há 10 mil anos atrás, que foi introduzida a prática de cozinhar os alimentos. Na mesma época surgiu a agricultura de grãos e o domínio do plantio, a domesticação de animais, e, consequentemente, o processo de sedentarismo do homem se estabeleceu gradualmente.A estabilidade obtida por essas novas técnicas de domínio da natureza e dos animais também possibilitou o crescimento populacional, devido a uma maior quantidade de comida disponível, o que levou à formação de grandes aglomerados populacionais. Apesar disso, os pesquisadores sugerem que também foi no período neolítico que a saúde humana começou a declinar constantemente e que só há menos de 100 anos, existem práticas tão artificiais como as da atualidade.

Podemos assim concluir que os seres humanos consumiram, praticamente durante toda sua existência, uma dieta similar à descrita neste site e só recentemente é que alteraram a sua alimentação, passando a cozinhar e temperar diversos tipos de alimentos para que assim pudessem se tornar comestíveis. Pois não é possível, viável ou prazeroso para a raça humana, comer diversos alimentos que são ingeridos atualmente em sua forma crua e sem temperos.
Sim é possível e existem inúmeras pessoas que levam uma dieta crudívora vegana hipo-lipídica há décadas e apresentam um parâmetro de saúde, muito além do “normal”.

Por onde começar? 

Sugiro que educação é a base de qualquer mudança. Aprender a praticar o crudivorismo é como aprender a andar de bicicleta ou aprender inglês. Sem devida prática, leitura, educação constante, é inviável alcançarmos nossa meta, ainda mais de uma forma rápida e efetiva. Portanto, a pessoa que quer aprender inglês, ela geralmente precisa de duas coisas, um bom professor e um bom livro. Da para se conseguir sem um ou sem o outro, mas sem os dois eu diria que é muito, mas muito mais difícil.

Passei os 10 últimos anos da minha vida, estudando e praticando o assunto e visei em meus livros, cursos, retiros e material disponível na internet, compilar toda a informação mais importante para economizá-lo tempo e dor de cabeça, nessa importante mudança. Recomendo fortíssimo começar lendo e assistindo os meus vídeos no facebook, em função de se educar. Caso ainda tenha dificuldade, sugiro nossos cursos e retiros primariamente ocorrendo na pousada Saúde Frugal em Saquarema, RJ.

O que é a Higiene Natural ?

   O movimento higienista teve seu início com o médico Isaac Jennings no início dos anos de 1800, nos Estados Unidos da América. Ele começou a aplicar apenas métodos naturais no tratamento de seus pacientes, isto é, dava ênfase a fatores de estilo de vida como dieta, exposição ao sol, exercícios físicos, sono, e desta forma eles se recuperavam em tempo recorde, comparado aos diversos outros tratamentos.
   Inicialmente não divulgou explicitamente suas ideias, utilizando-se de remédios placebos, junto com os outros hábitos de uma vida saudável. Sendo altamente reconhecido pelo seu sucesso, foi condecorado pela Faculdade de Yale e por seu sucesso inigualável. Quando em 1822 foi a público e explanou a sua abordagem, foi ridicularizado e visto como um charlatão pelos colegas de profissão e pelo público que não conseguiam conceber a ideia de “não interferir” ou aplicar apenas os métodos naturais e fisiologicamente inerentes ao organismo vivo (dieta, sol, exercício físico, ênfase em descanso e sono, etc.), ao invés da prática em voga e costumeira de tratamentos, pílulas etc.


Dr. Herbert Shelton

   Com o tempo diversos outros médicos se juntaram e propagaram as ideias de Jennings. O seu sistema foi nomeado Higiene (o nome Higiene é derivado da deusa grega da saúde Higéia) e durante os anos, os bravos e revolucionários higienistas simplesmente foram agrupando o conhecimento dos antigos aos avanços feitos na biologia e fisiologia nos últimos 2 séculos e colocando-os em prática. O resultado foi um sistema conhecido atualmente como a ciência da saúde, pois diferentemente dos outros modelos que estudam apenas a doença, a Higiene foca seus estudos na saúde, e foi finalmente nomeada pelo Dr. Herbert Shelton em meados de 1900 como Higiene Natural, para se diferenciar de outros modelos como a naturopatia, homeopatia, hidropatia, etc.
   Seus conceitos na época foram considerados muito radicais, e não há como melhor defini-la do que a máxima criada pelo Dr. Herbert Shelton: “A saúde por viver saudavelmente” ou “A saúde pode ser construída, mas não pode ser comprada”.
   Higienistas advogam que para termos saúde temos apenas que participar em suas causas diariamente. Ademais, higienistas propõem que a saúde é o estado natural de todos os organismos vivos, e que a saúde para ser mantida ou recuperada só necessita dos meios naturais fornecidos pela natureza.
   A Higiene Natural, busca uma abordagem científica, de observação das leis da natureza, ensina as pessoas a viver em harmonia com as leis imutáveis da natureza, está de acordo com as necessidades fisiológicas e biológicas dos seres humanos, baseia-se na premissa que a natureza é perfeita, e se o indivíduo fornecer os requerimentos básicos da natureza, a saúde é mantida/recuperada através da “vix medicatrix naturae”, a força curativa da natureza, a capacidade inerente de regeneração do corpo humano. Que o poder de “auto cura” é inerente em todos os organismos vivos, o que precisamos fazer apenas é fornecer as condições ideias para o mesmo prosperar
   Foi inspirada também nos ensinamentos do próprio Hipócrates, considerado pai da medicina moderna, que sugeria tais práticas há dois mil anos, embora atualmente as práticas sejam completamente antagônicas aos seus ensinamentos. Ele baseava suas teorias e tratamentos no empirismo, observação e práticas racionais e acreditava que as doenças têm apenas causas naturais em vez de super naturais, ou seja são relativas ao estilo de vida do indivíduo.
   Ensino, educação e uma vida conforme as leis da natureza são o caminho para a verdadeira saúde ao invés de poções, pílulas e “curas” milagrosas instantâneas. O caminho para a recuperação/manutenção da saúde e do bem estar sempre será através da vida saudável. Quando o entusiasta de saúde se educa nos princípios que regem a saúde humana, e aplica os de acordo com as leis fisiológicas e biológicas que regem todos os organismos vivos, ai sim ele começa a vivenciar o verdadeiro bem estar, saúde longa e vida próspera. Ao invés de acreditar e buscar por uma pílula mágica que supostamente pode “consertar” anos de abusos e maus hábitos.
   Se sentir “bem” ou não vivenciar sintomas/doenças graves, e ser realmente saudável (manter seu corpo em um estado de homeostase) não serão nunca o mesmo. Não conseguimos ter parâmetros sem nunca ter vivenciado saúde verdadeira. Vivenciamos saúde e bem estar na proporção exata em que vivemos saudavelmente dentro das leis regidas pela natureza. A Higiene Natural defende que a saúde é o estado natural do organismo vivo. Ou seja, "Sublata Causa Tollitur Effectus - remova as causas e os sintomas vão embora". A saúde precisa ser criada diariamente através dos bons hábitos.
   “Todas as estruturas vivas, por mais variadas que sejam, têm um principal propósito, isto é, o de preservar internamente as condições normais da vida. Sensações e instintos tem como propósito básico a mesma produção e preservação da condição interna normal. As sensações são o educador e protetor do homem. Negar a importância dos sentidos é privar-se de um dos maiores meios de auto-proteção e quase único meio de aprendizado do indivíduo. Sem os cinco sentidos, a mente não se desenvolve. Dor e desconforto chamam nossa atenção para coisas e circunstâncias prejudiciais ao nosso bem-estar. Negligenciar a dor, suprimi-la, é privar a si mesmo de um seus mais úteis meios de auto-proteção.” Dr. Herbert Shelton em seu livro “Natural Hygiene – The pristine way of life”

Frutas, o combustível ideal para o atleta

Atletas por gostarem e precisarem levar as vezes seu corpo ao limite, sempre visam formas de melhorias em seu desempenho e meios de aumentar sua competividade. Por isso, nós amadores ou os profissionais somos famosos por cuidarmos do nosso organismo, devido a reconhecer a importância de um estilo de vida saudável e sua manutenção. Assim sendo, é imprescindível ao atleta que ele tenha um bom conhecimento sobre saúde, nutrição e alimentos.

Atletas em geral, principalmente os de treinamento aeróbico, são famosos por comerem frutas. O nosso próprio astro brasileiro do tennis mundial, Gustavo Kuerten,  sempre foi visto comendo bananas durante as competições.

Porque a fruta é associada então a saúde e a uma fonte de energia rápida?

Sabemos que o corpo humano e suas 3 trilhões de células funcionam quase que exclusivamente a base de carboidratos simples. Ou seja, a célula não consegue usar macromoléculas, no caso, carboidratos complexos, como fonte de energia para gerar ATP (energia). Nosso sistema gastrointestinal precisa trabalhar no processo de digestão, quando é um carboidrato complexo devido sua estrutura química, ser até mesmo complexa demais para digerirmos adequadamente e, dependendo do tipo de açúcar complexo, nem conseguimos digerí-lo devidamente levando a gases, como alguns dos oligossacarídeos contidos nos feijões.

Portanto, frutas na verdade são o combustível ideal, porque quando maduras, já vem prontas, não precisando quase de digestão e sendo rapidamente digeridas, absorvidas e assimiladas. Bem como seus nutrientes chegarem na corrente sanguínea e estarem disponíveis para utilização celular dentro de minutos, gerando uma grande vantagem ao corredor, que não precisa usar seu corpo como uma refinaria e esperar horas pelo processo digestivo, quebrar as cadeias de carboidratos complexos para aí então poder usar seus nutrientes.

Na atualidade, ouvimos muito falar das vitaminas, minerais e mais recentemente dos fitonutrientes, entrentanto são tantos nutrientes com diferentes funções, que as vezes ficamos sem dar o devido valor a sua importância na manutenção da saúde, da performance atlética , sua importância na recuperação muscular, do sistema imune e, principalmente, para reduzir o estresse oxidativo e o envelhecimento, assim prolongando a carreira do atleta. Uma baixa ingestão destes nutrientes pode levar a fadiga, dano muscular e o enfraquecimento do sistema imune.

E quais sãos os alimentos mais ricos em vitaminas, minerais e fitonutrientes, caloria por caloria? Frutas e vegetais.

Pesquisas recentes cada vez mais nos fazem compreender todos os componentes nutricionais que fazem da fruta, o alimento ideal do atleta. No caso da melancia, rica em um aminoácido chamado citrulina, auxilia a reduzir dores musculares e a velocidade da recuperação da frequência cardíaca. Estudos com suco de uva, mostraram que mesmo os participantes do estudo consumirem, durante 3 meses, muito mais calorias do que o necessário, ao invés de ganharem peso, perderam. Os cientistas atribuiram o efeito aos flavonoides, fitonutrientes, ricos nas frutas, principalmente nos cítricos e na uva, que auxilia na queima de gordura abdominal.

Sabemos que após uma hora de extenuante exercício físico, atletas profissionais começam a reduzir seus estoques de glicogênio. Pesquisadores atuais provaram que uvas passas, um alimento rico em inúmeros nutrientes, muito barato e fáceis de carregar, forneciam o mesmo efeito de oxidação de carboidratos, de gordura, e da razão da troca respiratória, ao comparada a geis de corrida.

Frutas são um alimento ideal em quesitos de ingestão hídrica. Sabemos só ao mastigá-las ou a cortá-las, que são ricas em água, a maioria delas tendo  composição em torno de 90% de água. Frutas e vegetais são praticamente os únicos alimentos com que fazemos sucos.

Sabemos que o corpo humano é composto de 70% de água e um atleta devido ao aumento nas atividades metabólicas e de temperatura durante e até mesmo após o exercício, a necessidade hídrica é aumentada. Portanto, ao consumirmos frutas, não só aumentamos a ingestão hídrica como reduzimos os alimentos pobres neste nutriente e reduzimos a necessidade de sal, pois frutas já vem temperadas direto da árvore. Assim mantendo o organismo do atleta mais bem hidratado.

Frutas, devido ao seu rico conteúdo de potássio e pobre em sódio, auxiliam a redução da pressão arterial, com um melhor equilíbrio eletrolítico e menor retenção hídrica, assim como o potássio é essencial na contração muscular e na função cardíaca. Tanto é que todos nós já ouvimos do benefício da banana rica em potássio e evitando cãimbras.

Frutas são excelentes,  além do quesito de seu valor nutricional, como pela sua praticidade de consumo. Por serem ergonomicamente adaptadas as nossas mãos e polegares opostos, podem ser consumidas em qualquer hora ou lugar sem nenhum tipo de preparo, assim sendo o alimento ideal para o atleta, que pode precisar de repor sais minerais, água, antioxidantes e glicose e glicogênio antes, durante ou depois do seu exercício físico.

Frutas, por serem praticamente isentas de gordura saturada e colesterol e muito pobres em gordura mono e poliinsaturada e ricas em fibras, auxiliam a saúde vascular reduzindo o colesterol. Com menor obstrução de placas de gordura em suas artérias e seu sangue menos viscoso,   melhora sua oxigenação, o suprimento de sangue a seus músculos e células e assim, melhorando toda sua capacidade aeróbica e até mesmo agindo de forma cardioprotetora.



Vitamina A, C e E– Antioxidante e sistema imune
Manga, mamão, laranja, kiwi, abacate, goiaba
Vitamina B1, B3 e B6 – Produção e fornecimento de energia,
Frutas secas, pêssegos, nectarinas, ameixas
Vitamina K – Coagulação sanguínea, saúde vascular e óssea
Limão, figo, uvas
Ácido Fólico (Vit B9) – Síntese de hemoglobina, contração muscular e função nervosa
Banana, abacate, laranja
Potássio – Contração muscular e transmissões nervosas
Melão, morangos, tomates



Mas, infelizmente, devido a enorme quantidade de consumo de alimentos processados, produtos de origem animal, açúcar ou carboidratos complexos refinados como farinhas e arroz branco, a quantidade de consumo de frutas e vegetais é extremamente muito baixa através do mundo. No Brasil, de acordo com o POF (Pesquisa orçamental Familiar Brasileira), o brasileiro usual consome, em média, menos de 1 porção de fruta ao dia. Pesquisas mostram que não só atletas consumem quantidades insuficientes, como este consumo insuficiente prejudica seu desempenho atlético.

Temos até mesmo ultramaratonistas, campeões de provas importantes, vivendo em dietas frugívoras, baseadas primariamente em frutas, mostrando a viabilidade desses alimentos em serem uma excelente fonte nutricional para o corredor.

Pré-treino: Frutas mais ricas em água, fornecem a hidratação necessária, vitaminas e minerais e não sobrecarregam sua digestão, deixando seu sangue e energia, focar-se nos músculos, ao invés do intestino.

Durante o treino: A tâmara é uma excelente aliada durante o treino por ser extremamente densa caloricamente, comparada as outras frutas. 100 gramas de tâmaras fornecem em torno de 300 calorias enquanto morangos fornecem apenas 30. Assim, são uma excelente forma de energia compacta, facílima de carregar, sem ocupar muito espaço e sem requerer que você coma grandes quantidades dela para repor suas reservas de carboidrato. Bananas também são uma outra fruta calórica, a 90 calorias a cada 100 gramas e fáceis de comer enquanto se treina.

Pós-treino: As bagas, que são a categoria das frutinhas pequenas como morangos, framboesas, amoras, mirtilo etc. são as frutas famosas por serem as mais ricas em antioxidantes. E sabemos que quanto mais exercício e intensidade, maior é a produção de radicas livres, devido a contração dos músculos esqueléticos. Os radicas livres são substâncias oxidantes, moléculas instaveis que causam dano celular e dano ao DNA, caso não sejam devidamente controladas pelos ANTIoxidantes. Cientistas vem demonstrando que alto nível de radicais livres causa disfunção contrátil muscular, levando a fraqueza e fadiga muscular.

Recomendações: As quantidades usuais recomendadas ao público em geral são, no mínimo, 5 porções de frutas e vegetais ao dia. Entretanto, sabemos que atletas tem demandas calóricas e nutricionais diferenciadas do público usual, devido a prática de ativiade físicas mais intensa. Nos EUA, na atualidade já temos a campanha More Matters, indicando até 9 a 13 porções de fruas e vegetais ao dia. Portanto, a quantidade é relativa ao gasto calórico, necessidades individuais e densidade calórica específica da fruta escolhida, mas lembrando que são alimentos hipo-calóricos por serem ricas em água, fibras e açúcares simples, é difícil comer em excesso já que nosso estômago fica rapidamente cheio e nossa glicemia sobe, rapidamente nosso cérebro indica saciação impedindo o consumo excessivo.

Cuidados: Evite frutas verdes, devido a sua alta proporção de carboidratos complexos, serão difíceis de digerir. De preferências as frutas frescas sobre as secas. De preferência a frutas orgânicas e da estação.

Frutas do verão: As frutas da estação são sempre as mais coloridas, cheirosas, doces e geralmente as mais baratas e abundantes na feira, sempre com uma placa de promoção. Jaca, banana, melancia, manga, abacate, figo, pinha, goiaba, mamão e uva são algumas das deliciosas e mais comuns frutas do verão.


Banana com canela



Ingredientes:

5 bananas médias / 500 gramas, 1/3 da

água de um coco verde médio / quatro pitadas de canela em pó.

Preparo: na água de coco, liquidificamos as bananas e a canela em pó. Alcançamos o que queremos, Depois, lançamos três pitadas de canela em pó por cima da mistura, criando um saborido especial ao tempo em que decoramos também o copo em que ela será servida.
Dica: há diferentes tipos de bananas (d’água, ouro, maçã, terra, vinagre e figo) com os quais experimentamos essa iguaria, suscitando distintos paladares, cores e texturas.




Referências bibliográficas

SCOTT K. POWERS and MALCOLM J. JACKSON; "Exercise-Induced Oxidative Stress: Cellular Mechanisms and Impact on Muscle Force Production". Physiol Rev. 2008 Oct; 88(4): 1243–1276



Tarazona-Díaz MP et al; "Watermelon juice: potential functional drink for sore muscle relief in athletes". J Agric Food Chem. 2013 Aug 7;61(31):7522-8.
Farajian P et al; Dietary intake and nutritional practices of elite Greek aquatic athletes.

Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2004 Oct;14(5):574-85.



Ziegler, P.J. et al Nutritional and Physiological Status of U.S National Figure Skaters. International Journal of Sport Nutrition, 9, 345-360, 1999




Dieta curativa - dieta crua baseada em frutas há 14 anos


Como eu vivo há 14 anos sem fogão




Desde pequeno, tomei decisões contraditórias, não usuais. Entretanto, quando aleguei para família e amigos que estava largando o uso do fogão para não mais “queimar” minha comida, aí sim, definitivamente fui visto como "maluco", "radical", "louco”
Nunca havia imaginado, aos 22 anos, o porque de alguém decidir não comer carne, já que eu nunca nem tinha conhecido pessoalmente um vegetariano ou alguém com uma dieta naturalista
Como cresci abrindo a geladeira para consumir alguma coisa empacotada, enlatada, engarrafada, processada e industrializada de alguma maneira, também nunca pensei que meus hábitos alimentares poderiam não ser condizentes com a boa saúde e, ainda por cima, capazes de gerar doenças crônicas degenerativas.
Antes de começar a estudar o que é chamado de crudivorismo, ou seja, a prática de se viver de alimentos crus, eu não sabia que a raça humana habitava a terra há 8 milhões de anos, que começamos a cozinhar há 10 mil anos, e comemos da forma moderna ocidentalizada há menos de 100 anos.
Ou seja, toda essa mistura que chamamos de refeição, é algo que só foi praticado por uma parte minúscula da nossa existência. E, menos ainda, sabia eu o que a alimentação moderna poderia causar ao meu organismo.
O que mudou no meu corpo

Devido às condições nas quais nasci – dentro de uma cidade grande, apartamento longe da natureza, pais que não tinham interesse pela área da ciência nutricional ou médica – nunca aprendi o que era correto e o que era errado em termos de alimentação.

Todo tipo de problema de saúde que você possa citar, eu já tive. Cansado, depois de seguir fielmente as recomendações da medicina e nutrição em voga, sofrendo de diabetes, hipertensão, alergias, problemas respiratórios , constipação crônica, fadiga crônica, lombalgia e prestes a fazer cirurgia no nariz e na coluna, decidi buscar por mim mesmo a verdade sobre o porque eu estava sempre doente.


Receitas do meu curso online Alimentação VIVA DETOX GOURMET para provar que não é necessário viver de alface!















Em pouco tempo de pesquisa, encontrei o chamado veganismo – o vegetariano estrito que não come nenhum tipo de produto animal (leite, mel, queijo e ovos). Em seguida, encontrei o crudivorismo e o frugivorismo.

Acabei esbarrando no fato de que dois cardiologistas do Bill Clinton são veganos (Dr. Ornish e Dr. Esselstyn) e provam desde a década de 90 que a dieta vegana-hipo-lipídica e integral é uma forma de parar a progressão e de se reverter cardiopatias (doenças do coração) e neoplasias malignas (câncer). Descobri, também, que os jornais médicos científicos da atualidade são repletos de pesquisas indicando que o vegano vive mais e é consideravelmente mais saudável que o onívor0. Sabemos que uma alimentação “plantbased”, baseada em vegetais é um dos segredos da saúde e longevidade das blue zones (zonas azuis), as civlizações mais saudáveis e longevas do mundo e que pesquisas médicas científicas vem indicando que vegetarianos e veganos tem drástica redução em doenças crônicas e aumento de longenvidade.

Fiquei perplexo como eu nunca tinha ouvido falar sobre isso. Percebi que era isso que eu provavelmente fazia de errado desde pequeno, para vivenciar tantos sintomas. De repente, troquei minha perspectiva e larguei de vez a comida cozida. Nunca mais fui o mesmo.

Em questão de dias, as alergias que meu otorrino alegava que iriam me atormentar para o resto da vida sumiram. Sem remédios ou cirurgia. Frutas e vegetais começaram a ter um sabor extremamente mais prazeroso. Minha respiração era mais limpa, eu não tinha aquele cansaço para acordar pela manhã, meu corpo parecia extremamente mais flexível e bem alongado, minha pele brilhava e ficou muito macia. Comecei a me sentir mais leve e enérgico, conseguia me concentrar muito melhor, exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, eram executados com mais facilidade.

Até mesmo meu hálito matinal e odores corporais praticamente sumiram!
Sempre sofri de sobrepeso, mas em uma dieta crua, como até 5 a 6 quilos de comida ao dia, sem nunca mais ter engordado uma grama.

Minha produtividade aumentou de forma inimaginável. Saí de um garoto com baixo rendimento escolar, para notas excelentes na faculdade. Consigo trabalhar intensamente de 7 da manhã às 10 da noite sem me sentir esgotado.

Agora, 14 anos depois, trabalhando na divulgação do crudivorismo, criei minha própria editora e publiquei já 7 livros, indo para o 8 no momento.



Livros Publicados:



A dieta do Eden - O guia ao crudivorismo, a dieta original
Nutrição vegana - A solução para sua saúde, os animais e o planeta
Jejum Higienista - A Cirurgia da Natureza
CRUlinária Frugal - Doces Delícias
CRUlinária Frugal - Receitas do Paraíso
Vegan Fitness - Receitas do atleta natural
O veganismo para mães, pais e bebes.

Palestrando internacionalmente, até mesmo com uma passagem pelo TEDx (o maior evento de palestras do mundo).

https://www.youtube.com/watch?v=mgNcKskN52E

Dando aulas culinárias e rodando retiros de 5 dias de imersão comigo:

https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=z9w8TJ0Gonw&feature=emb_logo




sendo Youtuber com mais de 123 mil inscritos e com 3 documentários publicados no canal!


www.youtube.com/saudefrugal







Me especializei no exterior em crudivorismo, criei uma gastronomia frugal gourmet e dois cursos culinários online:



Um de transição ao veganismo e outro de transição ao crudivorismo









E me formei como nutricionista, atuando como nutricionista clínico, atendendo pacientes constantemente que visam melhorar sua saúde, longevidade e desempenho. 





Sou convicto que posso ajudar e inspirar multidões ao verdadeiro caminho da saúde. O higienismo, ou também chamado de a ciência da saúde, o que eu pratico e advogo, propõem que a natureza é providente e fornece todos os requisitos para que tenhamos uma saúde perfeita.


Resumindo, ter largado a invenção que foi em outrora extremamente eficaz para que nossa raça sobrevivesse a última era glacial, foi a melhor coisa que fiz na vida.









A rotina de quem não cozinha

Vou uma vez a cada duas semanas ao CEASA, ou uma vez por semana no final da feira, a chamada chepa, compro em torno de 40 a 80 quilos de frutas e vegetais, dependendo se tenho visitas, se tem algo gostoso em promocao, ou se simplesmente vou comer mais ou menos de acordo com a semana (tem épocas que faço curtos jejuns).
Compro uma grande variedade de frutas e vegetais como bananas, mamão, melancia, laranja, tangerina, caquis, figos, jacas, abacaxi, e de vegetais, alface, brócolis, tomate, pepino, pimentão, abobrinha, couve-flor, repolho, couve etc. Frutas posso comprar ate uma vez a cada duas semanas, pois tenho 2 geladeiras, mas vegetais estragam mais rápido e, ao contrário das frutas, você quer eles jovens, ao invés de maduros. Então por isso vou uma vez por semana a feira.

Eu só faço duas refeições. Consumo em torno de 2 a 3 quilos de frutas durante o almoço e mais um quilo a a dois de vegetais e talvez alguma fruta para a janta, ou seja, uma imensa refeição de frutas ou vitaminas, saladas de frutas, sorvetes.

Minha janta é bem cedo, antes do sol se por. Ela é composta de saladas, macarrões, arroz de couve-flor, salpicão de repolho, sopas, CRUzidos etc. Sempre uma tigela bem grande, quase que “imensa”, a qual leva em torno de 15 a 20 minutos de mastigação, regada com um molho de tomate, pesto,  hummus, ketchup picante ou outras delícias frugais que vão temperar meus vegetais.

Sou bem ativo fisicamente (jiu-jitsu, corrida, musculação, tênis, etc) e por isso consumo uma grande
quantidade. Entretanto, caso você seja pequeno, sedentário, ou tenha poucos músculos, você provavelmente precisará de menos comida do que eu. Apesar de não aparentar ser um cara muito forte, levanto uma boa quantidade de peso o que indica uma maior quantidade de massa magra. Massa magra é metabolicamente ativa, ou seja, tem um maior gasto calórico.

Entretanto, devo lembrar que saúde não é só dieta, mas todo um estilo de vida. Na natureza, seríamos bem ativos fisicamente para obter nossos alimentos e, portanto, precisaríamos de mais calorias, o que significa mais nutrientes sendo ingeridos.

Ao obter nossa alimentação riquíssima em frutas e vegetais, os alimentos mais ricos em nutrientes, seríamos banhados em abundância pelos fitonutrientes, antioxidantes, vitaminas e minerais, promovendo o retardamento do processo de senescência.

Como começar e alguns cuidados

É impossível em um pequeno artigo informar detalhadamente como praticar uma dieta frugívora, como adequar questões nutricionais.

Portanto, sugiro fortemente um bom livro do higienismo moderno frugívoro, como o Dieta do éden  – O guia ao crudivorismo e se possível, todos meus outros livros, cursos, retiros e atendimento nutricional. Quanto mais informação e mais acompanhamento profissional, mais fácil fica. Não recomendo nenhum tipo de mudança de dieta ou estilo de vida sem acompanhamento de um profissional.

A fórmula para ser bem sucedido em uma dieta crua saudável é compreender que frutas e vegetais são alimentos de baixa densidade calórica. Isso não significa que uma banana não alimenta, como a maioria das pessoas justifica, achando que passariam fome se tentassem viver de alimentos crus, mas sim que ela é quase quatro vezes menos calórica que o arroz, por exemplo.

Portanto, você precisa comer maiores quantidades de alimentos do que precisaria em uma dieta cozida. Para morangos, a questão é mais ainda, já que morangos são 30 calorias a cada 100 gramas enquanto o arroz é 330 em média. Portanto, 11 vezes mais. É possível se alimentar de uma forma muito mais fácil, prática, barata e saudável do que praticamos na atualidade.


Para saber um pouco mais:

·                     Site do Saúde Frugal;

·                     Canal no Youtube do Saúde Frugal;

·                     Artigo de Karen Bars, “Human Evolution”;

·                     Artigo da BBC, "Mother of Man – 3.2 million years ago";

·                     Dr. Douglas N. Graham, The 80/10/10 diet;

·                     Artigo da CNN, Heart attack proof diet worked for me";

·                     Documentário da CNN, “The last Heart Attack”;

·                     Ornish, D., et al. “Can lifestyle changes reverse coronary heart disease? The Lifestyle Heart

·                     Trial” publicado no Lancet, 1990. 336(8708): p. 129-33;

·                     Esselstyn CB Jr et al. "A strategy to arrest and reverse coronary artery disease: a 5-year longitudinal

·                     study of a single physician’s practice". J Fam Pract. 1995;41:560-568;

·                     Ornish D, Weidner G, Fair WR, et al. "Intensive lifestyle changes may affect the progression of

·                     prostate cancer". Journal of Urology. 2005; 174(3): 1065-70;

·                     Michael J. Orlich et al. "Vegetarian Dietary Patterns and Mortality in Adventist Health Study 2". JAMA Intern Med. 2013;173(13):1230-1238. doi:10.1001/jamainternmed.2013.6473;

·                     Gharibzadeh S et al. Depression and fruit treatmentJ Neuropsychiatry Clin Neurosci. 2010 Fall;22(4):451-m.e25-451.e25.

·                     Bonnie L Beezhold*, Carol S Johnston and Deanna R Daigle.  "Vegetarian diets are associated with healthy mood states: a cross-sectional study in Seventh Day Adventist adults";

·                     Goldhammer. Alan. “The pleasure Trap”.

  
O VALOR NUTRITIVO E O GOSTO DOS ALIMENTOS
A busca pelo prazer é inerente ao ser humano. É fato que anatômica e fisiologicamente somos feitos para “buscar” e consumir açúcar, que é o principal combustível do corpo humano. Pesquisas indicam que o consumo de açúcar ocasiona imediatamente mudanças na química cerebral, isto é, a liberação de certas substâncias similares às observadas em pessoas após o uso de narcóticos como o ópio, as quais produzem grande prazer. Essa é uma das razões pela qual desde crianças, sem nenhum conhecimento fisiológico, ficamos vidrados em alimentos doces e aprendemos através do nosso cérebro que consumir doces (carboidratos simples) é algo muito bom.

Assim, diariamente, sabendo que aquela substância irá promover sensações fortemente prazerosas, aprendemos a sempre voltar a buscar tais alimentos devido a recompensa prazerosa que nos é fornecida por consumir tais alimentos doces. Essa é uma maneira da natureza indicar-nos o caminho para a nutrição otimizada, porque através de comandos do nosso cérebro, consumimos somente o que é prazeroso. Entretanto, o que não sabemos, que na natureza, os alimentos naturais que são prazerosos ao paladar humano são também altamente nutritivos, diferente dos alimentos industrializados a qual encontramos dentro dos centros urbanos.

O primeiro gosto que sentimos em nossa língua é o doce e logo acima deste ponto o salgado. Nossos alimentos naturais são os mais ricos em açúcares e sais minerais da natureza. E os produtores de alimentos tendo conhecimento da fisiologia humana, tiram proveito disto adicionando grandes quantidades de açúcar e sal refinado em praticamente todos os alimentos industrializados; na maioria das vezes utilizando-se dos dois no mesmo produto, e, infelizmente, adicionando outros químicos nocivos à saúde, tais como o glutamato monossódico (uma neurotoxina altamente nociva à saúde que estimula o cérebro a querer mais daquele determinado alimento. Por isso o famoso slogan do salgadinho de batatas industrializadas sugere que é “impossível comer uma só”).

Por exemplo, inúmeras pessoas consomem molho shoyu, sem nunca pensar que em sua composição existem sal, açúcar e glutamato monossódico concentrados. É quase impossível não gostar de algo com um gosto tão salgado e doce e uma neurotoxina tão estimulante. Infelizmente, a maioria dos alimentos industrializados, são agradáveis ao paladar primariamente devido a estas substâncias que se encontram em abundância.

Através da industrialização concentramos aqueles sabores que nossa fisiologia busca nos alimentos, assim podendo transformar inúmeros alimentos insípidos em “saborosos”. Como o famoso Higienista J. Tilden sabiamente, em sua época, citou: “A natureza nunca produziu um sanduíche”. Se pararmos para pensar - quantas pessoas na atualidade pensam no valor nutricional de um alimento antes de ingeri-lo? Os alimentos são comercializados, promovidos e ingeridos pelo seu gosto, valor de excitação e estimulação primariamente. A população precisa ter consciência que tais alimentos industrializados são saborosos apenas pelo simples fato de uma alta concentração de açúcar e sal refinado assim como compostos químicos, tóxicos e nocivos ao nosso organismo serem adicionados para que eles possam fornecer tamanha excitação e sabor.

Na natureza, todos os animais se alimentam sem nenhum conhecimento nutricional, sendo guiados apenas pelos seus instintos e capacidades distintas de obter e conseguir comer os alimentos para os quais foram criados, ou seja, para os quais a sua fisiologia, anatomia e biologia foram designados. Por exemplo: Vacas comem grama e foram naturalmente “adaptadas” a comerem grama, sendo capazes de comer e digerir a mesma, pois possuem 4 estômagos. Se humanos “tentassem” a mesma coisa, não conseguiriam calorias o suficiente para se manter, pois possuem uma capacidade digestiva finita e não possuem a mesma fisiologia digestiva, sendo incapazes de digeri-la devidamente. Por outro lado, vacas seriam incapazes de coletar uma refeição de frutas como um primata ou literalmente caçar e devorar outro animal, como um carnívoro.

Os animais confiam apenas em seus instintos e são “presos” às suas capacidades e “ferramentas” de obtenção de seus respectivos alimentos. Mesmo sem nenhum conhecimento científico, enquadram-se dentro das leis da natureza e, por isso, vivenciam saúde otimizada e não demonstram/sofrem de nenhuma das doenças degenerativas ou sintomas dos quais o homem “civilizado” sofre. Os animais comem o que seus instintos indicam ser o certo e o que lhes agrada ao paladar, em seu estado ‘in natura’, sem alteração nenhuma no alimento em questão, literalmente sem precisar enganar seu paladar e cérebro através de temperos e condimentos, que fazem o nosso cérebro acreditar que tais alimentos são nutritivos, pois possuem as características doces e salgada que fomos feitos para apreciar.

O valor nutritivo de um alimento para cada espécie está altamente ligado a seu sabor e o paladar específico daquela espécie. Podemos comprovar isto, quando vemos um leão salivando e olhando para sua presa e após a caça, a voracidade e gosto com que ele devora a carne crua, ossos, cartilagens, órgãos e outras partes do animal com gosto. Seres humanos não seriam capazes de degustar tal refeição, devido a nossa fisiologia não ser adaptada a isso, nem mesmo temos a capacidade de sentir o gosto da gordura. Outros claros exemplos são vacas salivando em um campo de grama, comendo a com prazer. Seres humanos, definitivamente não apreciam o gosto de grama. Entretanto, como os primatas antropoides, adoramos o gosto doce e a suculência das frutas.

Podemos guiar-nos e definir a alimentação otimizada da raça humana, na natureza e em seu estado natural, pelo que conseguimos facilmente nos apropriar e comer, e citar a refeição como um prazer gustativo. Assim, os alimentos mais nutritivos para os seres humanos são os que têm um gosto prazeroso em seu estado natural. Isto é, na natureza podemos guiar-nos pelo gosto, para determinar o que é nutritivo e assim bom para a propagação da vida humana. Logo, na natureza, basicamente os únicos alimentos que conseguiríamos apropriar-nos com nossas faculdades físicas e consumir com gosto são obviamente frutas, vegetais, sementes e nozes.

Mas infelizmente na atualidade, conseguimos alterar tanto a matéria prima produzida pela natureza, e devido a industrialização em massa ficou tão barato alterá-la que virou a norma em vez da exceção. Assim precisamos estabelecer certos alimentos como “saudáveis”, quando na verdade, durante praticamente toda a vida na terra, não era preciso nomear um alimento como “saudável”, porque não existia categorias a parte como o “junk-food”. Alimentos não saudáveis, simplesmente não eram consumidos porque não eram prazerosos ao paladar, assim como não conseguíamos produzi-los.

Consumir frutas e vegetais como a base de nossas calorias, não é um experimento, e sim a norma através da história. Entretanto, o consumo da alimentação atual, é realmente uma experiência nova a qual os seres humanos estão testando a resiliência do corpo humano. Refinando, cozinhando, temperando, usando químicos, sal, açúcar, etc, conseguimos comer alimentos que seriam insípidos, inpalatáveis e incapazes de serem ingeridos, fazendo com isso que o ser humano viva, mas em condições longe do ideal e do potencial de saúde, que o corpo humano pode e deveria vivenciar.

Por isso, respondo facilmente a todos, quando me perguntam se é difícil levar uma dieta baseada em frutas e vegetais, nozes e sementes, que não é difícil, muito pelo contrário, e informo que todos aqueles que já tentaram, comprovam e afirmam, amarem e preferirem seus novos hábitos alimentares. É uma falácia acreditar que alimentação natural é insípida e quem adota tal mito desconhece os verdadeiros alimentos saudáveis em sua forma fresca, madura e orgânica. Ela parece apenas diferente, a um paladar pervertido durantes décadas por condimentos, temperos e alimentos cozidos.

Apesar de pervertermos nossa natureza com tais práticas de alteração dos alimentos, nossas preferências continuam vivas. Está afirmação é comprovada, devido ao fato de tentarmos reproduzir a suculência das frutas e dos vegetais em todas as receitas da atualidade. Por exemplo, comer arroz puro é um tanto quanto seco, assim acrescentamos o caldo do feijão por cima, ou o molhamos com o “caldo” da carne ou dos vegetais cozidos. Também molhamos os biscoitos no leite, no café ou creme, tudo com bastante açúcar. Como sempre utilizamos maionese ou manteiga em um sanduíche devido ao pão puro ser seco demais para nossa fisiologia propriamente apreciar. Não comemos macarrão cozido e não o apreciamos seu gosto por si só, assim como sua falta de suculência, e por isso espalhamos molhos de queijos derretidos ou molhos à bolonhesa, em uma forma ingênua de reproduzir nossas necessidades. E todos estes ingredientes são adicionados com sal, ou açúcar refinado, ou em ambos.

Para uma vida longa, saudável e próspera, consuma o tipo certo de "açúcar", em vez de tentar reproduzir as sensações e gostos para os quais fomos criados pela natureza para buscar nos alimentos. Perpetue a simbiose e o papel para qual os seres humanos foram criados, fazendo do consumo de grandes quantidades de frutas e vegetais uma prática diária. Assim ajudamos a nós mesmos e ao futuro da humanidade e a diminuição do aquecimento global com um mundo mais verde, auto sustentável, SAUDÁVEL e FRUGAL!

 


Prosperando em uma dieta frugívora a longo prazo (Possíveis erros cometidos por frugívoros de longa data)



Muitas pessoas me perguntam se é possível viver de frutas e vegetais ao longo prazo. Devido à falta de conhecimento, por "falta de modelos", ou seja, pessoas que levem uma dieta frugívora há anos ou décadas, elas ficam inseguras, achando que algum tipo de nutriente essencial não é encontrado nas frutas, vegetais, sementes e nozes e que ao curto prazo, uma dieta de frutas é o ideal para desintoxicação e regeneração do organismo, só que ao longo prazo ela é danosa e falta materiais de construção.

Eu discordo plenamente, por já viver há 6 anos e meio apenas destes 4 grupos alimentares, sendo que a maior parte da minha dieta é frutas. Entretanto, ela não é composta apenas de frutas e acho que uma dieta só de frutas, é sim insuficiente a longo prazo. Pode ser levada até por algumas semanas ou até mesmo meses, devido a capacidade do nosso organismo de armazenar diversos nutrientes, e até mesmo de reciclar alguns, como ele faz com aminoácidos (pequenos tijolos que formam as proteínas).

Temos o Dr. Douglas N. Graham e sua esposa que praticam o frugivorismo há mais de 30 anos. O líder crudívoro Aris La tham que alega viver basicamente de frutas e frutas vegetais e consumir pouquíssimos vegetais e nozes e sementes há mais de 36 anos, tendo vivido por dois anos apenas de frutas. O Dr. Dave Klein, Loren Lockman entre muitos outros frugívoros. Estes são alguns dos diversos exemplos através do mundo. Infelizmente, brasileiros temos poucos. O Dr. Fernando Travi, que pratica o higienismo e o frugivorismo a longo prazo e eu, há 10 anos, entre diversos de meus leitores que já praticam também a muitos anos.

Os trechos em aspas abaixo são retirados de diversos subtópicos do meu livro Saúde Frugal - O guia ao crudivorismo. Os quatro pontos mais importantes para o sucesso em uma dieta frugívora a longo prazo.

* Variedade

"Primatas antropoides obtém em média 125 diferentes variedades de alimentos das plantas por ano, assim facilmente garantindo sua suficiência nutricional, da mesma forma que nossos antepassados, antes do período neolítico, comiam uma variedade muito maior do que a ingerida na atualidade. A única diferença é que na natureza, obteríamos inúmeras variedades de alimentos, entretanto, apenas através das estações, semanas e meses, assim que cada nova fruta ou vegetal entrasse em sua época, ao contrário de inúmeras variedades a cada refeição como é a norma atual."

* Diversidade não só nos alimentos, mas categorias

"Vegetais tenros – Alface, aipo, brotos verdes (como o de girassol), flores, funcho, espinafre (algumas variedades usualmente não comercializadas no Brasil) e tatsoi (quanto mais jovem melhor), entre outras folhas agradáveis ao paladar e levemente doces.

Frutas vegetais – Tomate, tamarilo, pepino, pimentões coloridos, quiabo, abobrinha, chuchu, berinjela.
Vegetais crucíferos – Aspargos, brócolis, bok choy, couve, couve de Bruxelas, repolho, couve-flor.
Frutas – Banana, caqui, jaca, fruta do conde, figos, abacaxi, laranja, tangerina, limão, kiwi, mamão, manga, uva, maçã, bagas (amoras, mirtilos, morangos etc).
Nozes – Amêndoa, avelã, noz juglan, macadâmia, castanha do Pará, pecan, pistache, pignoli etc.
Sementes – Abóbora, girassol, gergelim, cânhamo.
Frutas gordurosas – Abacate, durião, fruta pão, coco verde, azeitonas.
Alimentos diversos - Milho verde, leguminosas (ervilhas doces, diversos tipos de feijões, guandu, amendoim, todos apenas quando recém-colhidos e jovens), cenoura, beterraba, palmito (in natura), cogumelos comestíveis, rúcula, brotos de leguminosas e frutas desidratadas. "

* Consumo suficiente de vegetais em proporção a frutas

"Recomendo que algo em média de 500 gramas de folhas verdes (ou vegetais crucíferos) e 500g de frutas vegetais por dia são o mínimo diário. Isto seria algo em torno de duas cabeças de alface pequenas e três tomates médios. Entretanto, isto é só uma média, já que, obviamente, a quantidade deve ser baseada na ingestão calórica total do indivíduo, para que exista um equilíbrio na dieta desde um atleta, até uma pessoa sedentária. Como um atleta comerá muito mais frutas que uma pessoa sedentária, precisará comer também uma quantidade maior de vegetais, então o mínimo para um atleta, seria maior do que está recomendação. E também, nossas necessidades variam de acordo com a estação e frugívoros tendem a relatar maiores desejos e consumo de vegetais nas épocas frias do ano e um menor na época do verão.
Sendo mais objetivo e preciso, algo em torno de 5 a 6% de suas calorias vindo dos vegetais. E no total, incluindo todos os vegetais e alimentos gordurosos (frutas vegetais, folhas verdes, vegetais crucíferos, sementes e nozes) seria um mínimo de 10% de suas calorias. Entretanto, iniciantes podem não conseguir alcançar tais metas, o que não é um problema, durante o período de transição. Em pouco tempo, o indivíduo se acostuma a consumir maiores volumes e quantidade de vegetais, seguindo facilmente tais recomendações.

Em uma dieta frugívora, frutas predominam em termos de calorias e vegetais em termos de volume. A quantidade de vegetais é maior, entretanto, são tão baixos em calorias, que derivamos praticamente todo o nosso combustível (calorias) das frutas.

Enfatizo a importância de comer as quantidades necessárias de vegetais, não só para a saúde, mas para conseguirmos manter uma dieta frugal a longo prazo. "
 
* Abuse dos três tipos de categorias de vegetais. 

"Coma o suficiente de vegetais (folhas verdes, frutas vegetais e vegetais crucíferos)."

* Dieta hipo-lipídica não significa não consumir alimentos gordurosos e viver sem nozes e sementes comestíveis 

Não existe dúvida de que na natureza, seres humanos consumiam pequenas quantidades de nozes e sementes, apesar de não sermos capazes de abri-las com facilidade e até digeri-las em grandes quantidades. Diferente de esquilos que têm dentes apropriados e uma massiva força na mandíbula, seres humanos tem um trabalho laborioso para abri-las.

Por serem mais fáceis de digerir e mais leves ao corpo, assim como por questões éticas de que sementes e nozes são na verdade feitas como meios de reprodução das plantas, muitos frugívoros apesar de consumirem sementes e nozes, sempre que possível, dão preferência às frutas gordurosas como sua fonte de gorduras. Entretanto, não recomendo tal prática e acho que uma dieta variada com as três fontes é mais apropriada. Mas obviamente, prefiro dar prioridade a alimentos frescos, e infelizmente, em grandes cidades temos uma dificuldade de obtenção de nozes e sementes frescas, enquanto facilmente encontramos frutas gordurosas, as quais, tirando as azeitonas, sempre são frescas. "

A ideia é não consumir mais que 10% do seu total calórico vindo da gordura e é desnecessário consumir alimentos gordurosos todo dia do ano, ou a cada refeição ou até mesmo por uma semana. Mas a médio e longo prazo, eles são necessários.

Assim como a ideia é consumir primariamente frutas, mas não obter praticamente todas suas calorias de frutas somente ao longo prazo. Como vegetais tem uma densidade calórica muito baixa, por mais que você consoma 500 gramas diárias dos mesmos, ainda assim praticamente a grande maioria das suas calorias virão das frutas e isso pode enganar o indivíduo, a achar que ele está obtendo calorias o suficientes de outras fontes, ou principalmente, o mais importante, equilibrando sua proporção de macronutrientes em 80/10/10 no longo prazo.

Portanto, visamos consumir aproximadamente 90% do nosso total calórico de frutas. Dependendo da estação e do período de tempo, podemos chegar até mesmo a 95%. Entretanto, ao longo prazo e o grande foco, é manter se próximo a proporção de macronutrientes 80/10/10.

Frutose faz mal? 

Frutose, vista como o açúcar das frutas devido a ser um monossacarídeo (açúcar simples), presente também nas frutas, é o novo vilão do momento. A ingestão de frutose tem sido ligada ao aumento da obesidade, síndromes metabólicas, fígado gordo (esteatose hepática) diabetes e dislipidemia e até mesmo o câncer 1, 2. O que levou a ela a ser amplamente debatida, considerada como tóxica e recomendada por muitos profissionais a se reduzir seu consumo ao máximo. Devido a ela naturalmente ocorrer em praticamente todo alimento que tenha carboidrato e ser mais abundante nas frutas do que nos vegetais, ao ter o prefixo frut, as inocentes frutas, que também carregam esse açúcar simples acabaram sendo vistas como culpadas e hoje em dia muitos alegam que não comem frutas, devido a serem ricas em frutose. Sempre me perguntam, como sabem que minha dieta é predominada em termos de calorias por frutas, mas não é frutose em excesso? Ela não faz mal?

Geralmente, vegetais vão de 0.1 a 1.5 gramas de frutose a cada 100 gramas de alimento. Enquanto as frutas vão de 0.5 (o limão ou o abacate) até 9 gramas, uvas sendo um exemplo alto com 7.6 gramas a cada 100 gramas de fruta, o que é apenas 7.6% do seu peso. Ou seja, frutas giram em média de 5% a 9% apenas do seu peso composto de frutose.

E a questão principal é a quantidade de frutose em 100 gramas de fruta ou vegetal cru, fresco e integral, é infinitamente menor que a quantidade de frutose em qualquer alimento industrializado e açucarado. Como podemos ver na tabela de análise, comparando a banana, com 2.7 gramas de frutose e o xarope de milho, composto de 55% de frutose, sendo 55 gramas 3 a cada 100 ml. Portanto, você precisaria consumir quase 21 bananas, para obter quantidades similares a que você encontra no xarope de milho que adoça tudo hoje em dia, desde biscoitos até bebidas isotônicas, cereais matinais, barras de cereais, iogurte etc.

E existe uma imensa diferença ao comparar a frutose industrializada, ou seja, a frutose refinada, que é extremamente mais concentrada do que a frutose encontrada nas frutas, e desbalanceada, sem os poderosos micros e fitonutrientes, antioxidantes, sem proteína, gordura, sendo quase que puro açúcar, sem água, fibra, etc. que acompanham todo o pacote nutricional no qual os alimentos vegetais do qual ela foi refinada continham. Esta frutose industrial vem geralmente do famoso HFCS-55 (Xarope de milho rico em frutose). E, devido a todos estes micro e macronutrientes, a fruta obviamente é metabolizada de forma diferente em nosso organismo do que a frutose isolada (adoçante), o açúcar refinado ou o HFCS.  

E, praticamente toda a frutose ingerida na atualidade não vem das frutas, mas sim dos refrigerantes, bolos, balas, o qual sem as fibras e os respectivos fitonutrientes contidos nas frutas, causam a absorção dos açúcares serem extremamente rápidas causando picos glicêmicos. E por estes alimentos industrializados geralmente serem ricos nas gorduras saturadas ou vegetais que são adicionadas a seu preparo industrial, causam a hiperglicemia, ao levarem o fenômeno denominado LIMC (Lipídio Intramio Celular), que impede a metabolização da glicose, que fica presa na corrente sanguínea.

Sabemos que o consumo de frutas pelos brasileiros e através do mundo é baixíssimo, não alcançando nem a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) de 400 gramas por dia (4 bananas médias ou 2 maças grandes). Segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, menos de 10% da população em geral atinge as recomendações de consumo de FLV, preconizadas pelo Ministério de Saúde 4.

Então como a frutose das frutas, que é praticamente não consumida por ninguém, e as frutas são vistas como o alimento mais saudável e nutritivo a seres humanos, pode ser a causa de tantas DCD (Doenças crônicas degenerativas) 5,6,7 ? Então como se a própria OMS prova e alega em diversos relatórios que FLV (Frutas, Vegetais e legumes) tem um papel crucial na manutenção da saúde, peso e na prevenção contra inúmeras DCD, frutas poderiam ser de repente o vilão? E, já que sabemos por registros antropológicos das arcadas dentárias de nossos ancestrais, que seres humanos viveram a base de frutas por aproximadamente 50 milhões de anos, e a frutose obviamente não os tornou obesos ou propensos a doenças, de modo a serem fortes e saudáveis para sobreviverem na natureza 8.

O grande problema na nutrição em geral, é o excesso. O consumo excessivo de uma substância causa desgaste ao organismo que precisa trabalhar demasiadamente para digerir, absorver e assimilar aquele excesso, excretar dejetos metabólicos e corrigir os problemas bioquímicos induzidos por ele. O excesso de açúcares é transformado em gordura que acumula em sua corrente sanguínea e órgãos. Entretanto, com frutas, que são ricas em água, fibra, baixíssimas em calorias e tem o índice e a carga glicêmica baixa à moderada (para quase todas as frutas, tirando a melancia que tem o IG de 72, mas a CG de 4, o que é bem baixo) é praticamente impossível consumi-las em demasia. Agora o açúcar refinado e concentrado (50% frutose) e o HFCS, que são produzidos apenas pela refinação que joga fora estes componentes essenciais para a devida absorção, assimilação e utilização dos açúcares, leva seu GI (Índice Glicêmico) de 62 a 73 9, enquanto bananas, uma fruta bem doce e calórica, tem 52.

A frutose das frutas, ai já é completamente diferente e não podemos misturá-las, na mesma categoria. A metabolização de um alimento natural, rico em milhares de nutrientes conhecidos e muitos ainda desconhecidos e suas interações complexas. E, de acordo com as evidências médicas científicas de diversos estudos, elas não são e não devem ser fontes de preocupação e, na verdade, incluídas na alimentação saudável. De acordo com pesquisadores: “As legislações da Saúde Pública para eliminar ou limitar a frutose da dieta devem ser consideradas prematuras. Ao invés disso, esforços deveriam ser feitos para promover um estilo de vida saudável que inclui atividade física e alimentos nutritivos enquanto se evita consumir calorias em excesso até evidências sólidas que apoiem a ação contra a frutose estejam disponíveis” 10. E a conclusão de outro estudo famoso, publicado no The Journal of Nutrition é: “A frutose que naturalmente ocorre em frutas e vegetais fornece apenas modestas quantidades de frutose dietética e não devem causar preocupação” 11.

Frutas não são ricas em frutose, como o senso comum acredita. Se você tem medo de consumir frutose em excesso, deveria estar realmente preocupado com qualquer coisa que leva açúcar refinado e o HFCS e até mesmo o mel, que como mostra a tabela, é também tão rico em frutose, como o HFCS, esse açúcar industrializado do milho, que foi desenvolvido nos EUA, por ser a forma mais barata e eficiente de se obter açúcar e malignamente adoçar todo o tipo de comida doce e salgada com ele, fazendo com que nossos paladares acreditem que este é um alimento nutritivo, quando na verdade é apenas junk-food, calorias vazias, que agradam nossos receptores palativos e o cérebro mas destroem o organismo. Praticamente todo “alimento” nos Estados Unidos, e agora em grande parte do mundo, é adoçado com este composto, ainda mais que depois da década de 60, devido a sua ampla produção e subsídio do governo americano, a sucrose, que era a principal forma de adoçante, perdeu uma boa parte do seu posto para o HFCS.

E, de forma errônea e absurda, muitos pesquisadores e profissionais na área da saúde, assim como o público leigo em geral, não diferenciam a óbvia diferença entre os açúcares saudáveis encontrados nas frutas, vegetais e outros alimentos veganos integrais, da frutose em sua forma industrializada e concentrada. Os estudos que causaram todo esse furor que frutose é tóxica foram feitos com frutose pura ou HFCS, que não é nem de longe similar a consumir a fruta pura, integral, in natura ou qualquer outro alimento vegano que encontramos na natureza. Sabemos que a sinergia dos nutrientes, a verdadeira sinfonia que a natureza cria na química de seus alimentos, é essencial para o funcionamento do organismo animal, tal designação que inclui o ser humano. Então isolar um nutriente em laboratório, dos milhares de outros que existem e vem juntos, ou comparar a frutose removida industrialmente do milho e concentrada em um xarope, é no mínimo absurdo e enganador, para o público leigo que não passa seu dia estudando nutrição, mas precisa urgentemente, de educação no assunto.

Portanto, por mais contra intuitivo que isso possa soar, devido a fruta e frutose serem nomes similares, se você quer reduzir o consumo de frutose drasticamente, corte todos seus pães, bolos, refrigerantes, balas, Milk-shakes, chocolates e qualquer tipo de alimento que contenha açúcar refinado ou adoçante. Para fazer isso de uma forma efetiva sem sofrer de desejos enlouquecedores por doces, você precisará aumentar drasticamente seu consumo de frutas. Assim, você não só consumirá uma frutose saudável, mas em concentrações muito menores das que vem dessas abominações dietéticas geradas por seres humanos modernos.

Agora deixando toda a ciência e lógica de lado, eu e milhares de pessoas através do mundo que sofriam de inúmeros, incontáveis problemas de saúde crônicos, recuperaram suas saúde e vivem sem sintomas de suas prévias doenças após adotarem uma dieta frugívora higienista rica em frutas. Eu particularmente era pelo menos pré-diabético, obeso, sedentário a ponto de fazer duas cirurgias e com uma pletora de outras enfermidades e por caso não sabia o que era consumir nem uma fruta ou vegetal por dia.

E após 11 anos comendo pelo menos 2 quilos de frutas ao dia e entre um a dois quilos de vegetais crus, frescos e integrais, relato estar na melhor fase da minha vida, com meus exames todos em dia, e nunca me senti melhor, apesar de toda a “frutose” consumida diariamente. Ter medo da frutose das frutas enquanto se consome tudo industrializado e açucarado com frutose não natural, é tão absurdo quanto frequentar o McDonalds para comer saladas. Peço que veja meus vídeos no youtube de exercícios e minhas fotos de antes e depois de uma dieta baseada em frutas e tire suas próprias conclusões.

Em prol de sua Saúde.

Gramas de açúcar a cada 100 gramas de fruta 13, 14.
Frutas
Glicose
Frutose
Uvas
6.5
7.6
Damasco
1.6
0.2
Banana
4.2
2.7
Cerejas
8.1
6.2
Abacate
0.5
0.2
Figos
3.7
2.8
Goiaba
1.2
1.9
HFCS
30.8
42.4
Mel
33.8
42.4
Jaca
1.4
1.4
Coca cola
4.48
6.1



Referências bibliográficas


1- John P. BantleDietary Fructose and Metabolic Syndrome and Diabetes


Dietary Fructose and Metabolic Syndrome and Diabetes


Dietary Fructose and Metabolic Syndrome and Diabetes” J Nutr. Jun 2009; 139(6): 1263S–1268S.

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3 – Nutritiondata. Disponível em: Nutritiondata.com

4 – Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009 - Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Ministério da Sáude. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Rio de Janeiro, 2010.
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8 - Dr. Alan Walker of Johns Hopkins University of Maryland. May 15, 1979, The New York Times.

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11- John P. BantleDietary Fructose and Metabolic Syndrome and Diabetes

Dietary Fructose and Metabolic Syndrome and Diabetes

Dietary Fructose and Metabolic Syndrome and Diabetes” J Nutr. Jun 2009; 139(6): 1263S–1268S.

12 - John P. BantleDietary Fructose and Metabolic Syndrome and Diabetes

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Dietary Fructose and Metabolic Syndrome and Diabetes” J Nutr. Jun 2009; 139(6): 1263S–1268S.

13 - FRUITS AND SUGARS SUGAR CONTENT OF FRUIT.  Disponível em: http://thepaleodiet.com/fruits-and-sugars/

14 – Nutritiondata. Disponível em: Nutritiondata.com
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Carboidratos complexos x simples
Todas as ciências indicam que durante 8 milhões de anos da existência da raça humana na terra, e durante dezenas de milhões de anos antes, os primatas antropóides, ou seja, nossos antepassados em geral viveram primariamente de frutas e vegetais, basicamente os únicos alimentos na natureza baseados em carboidratos simples.
O amido, só pode ser introduzido na dieta humana, após o fogo. Portanto, estimasse que começamos a consumir algum amido, de 100 mil anos para cá. Entretanto, sem panelas, fogões, pratos, talheres, devemos nos questionar o quanto de grãos, leguminosas e tubérculos consumiríamos. Sabendo que tais ferramentas só foram inventadas após o neolítico, aproximadamente há 7 mil anos, começamos a perceber que o carboidrato complexo é algo muito recente na história humana.
Frutas, devido ao cozimento, na atualidade, são vistas como meros complementos a dieta, tendo em vista que o brasileiro comum consome menos de uma porção ao dia. Acabaram não só virando um complemento do lanche, como demonizadas devido a suposta frutose maléfica em excesso que elas teriam ou supostamente sendo muito calóricos e auxiliando o sobrepeso. Entretanto, como um nutricionista, nunca abri um artigo médico científico confiável, sem conflito de interesses ou financiamento duvidoso, que correlacionasse frutas e vegetais com os supostos "malefícios da frutose" ou sobrepeso. Lembrem-se que apesar do nome frutose, o açúcar das frutas é completamente diferente da frutose vindo do xarope de milho altamente industrializado. Na verdade, todos artigos epidemiológicos que leiam sugerem o contrário.
E com as frutas se tornando meros coadjuvantes da dieta atual, produtos de origem animal e carboidratos complexos dominaram a ingestão calórica de praticamente todas as civilizações no globo. Entretanto, como sabemos e acredito que todo leigo já ouviu, alimentos crus são mais nutritivos que alimentos cozidos.
O processo de cozimento não só causa a perda de nutrientes, principalmente por vitaminas e minerais serem lábeis (sensíveis), mas ele forma toxinas, mais precisamente 420 substâncias tóxicas, mutagênicas, genotóxicas, citotóxicas, teratogênicas, clastogênicas, pro-inflamatórios e carcinogênicas. Apesar de talvez você não entender o sentido de todas estas palavras, você pode imaginar que bem, elas não fazem. 
E sabemos que seres humanos vivendo na natureza, precisavam ser exímios atletas, pois a vida na selva, necessita que escalemos árvores, nademos, andar longas distâncias, lutemos com predadores, vivenciemos momentos de restrição calórica ou até mesmo jejum por falta de alimentos. Então se estamos vivos, mostra que nossos ancestrais eram muito saudáveis. Mas se sem o fogo e apetrechos, éramos forçados a viver de frutas e vegetais, como nossos ancestrais tinham força para sobreviver?
Frutas e vegetais não sustentam, geralmente dizem os leigos, ou pessoas que nunca vivenciaram uma dieta crua saudável. Os profissionais vão dizer que frutas e vegetais crus não tem proteína, gordura, e certos nutrientes para manter um ser humano bem nutrido, embora os animais que compartilham 99% do nosso DNA, vivem quase que exclusivamente destes alimentos e são extremamente bem nutridos, fortes e com uma massa corporal impressionante e as tabelas nutricionais, indicam que ao criarmos um cardápio completamente frugívoro, mostram suficiência nutricional em todos os parâmetros. Isso é tema para um livro inteiro, no qual compartilho em meu livro Saúde Frugal - O guia ao crudivorismo. Por enquanto vamos analisar os fatos, as diferenças nutricionais e fisiológicas do consumo de frutas e vegetais versus amido.
·         Agua - O corpo humano é feito de 70% de água. E o nutriente mais importante após o ar. Como ela está envolvida em todo processo metabólico, quanto mais você trabalha o corpo, mais água precisa. Atletas precisam de água, mais do que o sedentário, e é fácil de ver atletas que comem comida cozida sentindo sede, bebendo água o tempo todo, constantemente sofrendo de desidratação e ocasionalmente até a morte. Carboidratos simples são ricos em agua, carboidratos complexos tem menor teor de água, depois de cozidos e salgados ainda, desidratam severamente. Teste jogar laranjas no liquidificador. O que sai? Suco. Jogue agora trigo integral, veja o que sai. Farinha. Facilmente, sem pesquisa alguma você consegue ver o teor de água do alimento. O comedor de comida cozida, por nunca ter vivido em uma dieta de frutas e vegetais crus e frescos, não imagina a diferença nos níveis e na sensação de hidratação.
·         Combustível rapidamente disponível - Energia rapidamente disponível dentro do sistema. Mais rápido utilizar açúcares simples e menos dispendioso de energia do que quebrar carboidratos complexos, em simples e ai então levar até as células. Ao necessitar dos carboidratos complexos, você não tem como acessá-los antes do término do processo digestivo. Então ao invés de quebrar amido, utilizá-lo para ai então transformar em amido animal (glicogênio), é mais fácil utilizar açúcares simples e transformar o excesso em glicogênio muscular e hepático. O açúcar das frutas chega as suas células em poucos minutos após o consumo, o que é essencial para o atleta repor seu combustível rapidamente.
·         Combustível não precisa ser refinado - O processo de digestão, quão mais trabalhoso é, mais o organismo precisa virar sua atenção para ele e menos para outros processos vitais ao atleta. Não precisamos de dados de fisiologia para perceber que após o almoço com feijão, arroz e batata, nos sentimos letárgicos e com sono, ao invés de energizados, como após uma Monorefeição de frutas (comer 5 bananas de uma só vez por exemplo).
·         Carboidratos simples são mais ricos em antioxidantes, micro e fitonutrientes - Sabemos que estes elementos são termo, oxigeno e foto-lábeis. Só de cortar uma banana, você já vê ela em poucos minutos ficando preta devido a oxidação. Imagina o que cozinhar por 2 horas faz a tais nutrientes tão sensíveis? Eles estão envolvidos no metabolismo de macronutrientes, criação de células vermelhas em prol de transportar o oxigênio pelo organismo, proteção contra os radicais livres, anti-inflamatórios, acelera a recuperação muscular, anti-cancerígenos, auxiliam o sistema imune, formação óssea e inúmeros outros processos essenciais ao atleta.
·         Carboidratos simples são alcalinizantes - Frutas e vegetais são os alimentos mais alcalinizantes que existem, enquanto a maioria dos alimentos ricos em amido, tendem a ser acidificantes. Nosso pH sanguíneo precisa se manter alcalino, caso contrário temos perda de cálcio dos nossos próprios ossos.  Assim, são correlacionados a menor perda de cálcio e sarcopenia, dois fatores essenciais ao atleta.
·         Carboidratos simples contém menos toxinas (AGEs, acrilamidas, acroleínas, benzopireno, aminas heterocíclicas, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos etc.) e metais pesados como o alumínio das panelas, que são formados ou lixiviados durante o processo de cozimento.
·         Carboidratos simples são mais integrais – O fogo não só forma novos compostos prejudiciais como altera a nível molecular inúmeros elementos. Caramelização e dextrinização de carboidratos, desnaturação e deaminação de proteínas, saturação de lipídeos, evaporação da água do alimento etc. Cozinhar com óleos até mesmo produz gases cancerígenos. O cozimento evapora uma grande parte da água do alimento e altera macro e micronutrientes, não podendo mais ser classificado como um alimento integral.
·         Carboidratos simples são comida instantânea - Mais fáceis de comer, já vem prontos e temperados. Não precisa, de pratos, talheres, garfos, panelas, fogão nem passar duas horas queimando em altas temperaturas. Depois é só lavar as mãos ao invés de lavar dezenas de louças, com compostos difíceis de serem removidos das panelas. Frutas e vegetais são ergonomicamente feitas para suas mãos.
·         Carboidratos simples das frutas e vegetais são inversamente correlacionados ao sobrepeso ou obesidade. Algo essencial a um atleta, é a manutenção de um peso saudável e um baixo percentual de gordura.
·         Carboidratos simples são frescos - Costumamos falar pão fresco, mas quando na verdade o grão foi colhido talvez há mais de um ano, transformado em farinhas há meses, e ai então assado está manhã. Grãos e leguminosas secos levam até um ano para estragar, enquanto frutas e vegetais estragam em dias. A atividade biológica dos alimentos, é algo extremamente importante na manutenção da saúde.
·         Frutas e vegetais crus em pesquisas comparando dietas veganas ricas em amido ou dietas onívoras “saudáveis”, são a forma mais eficaz de melhorar biomarcadores correlacionados a doenças cardiovasculares. Redução no colesterol total, LDL (colesterol ruim), absorção de sais biliares e aumento na excreção fecal de esteroides.
·         Carboidratos simples tem menor índice e carga glicêmica – Até mesmo a grande maioria das frutas tem baixo a médio índice glicêmico e baixa carga glicêmica. Sabemos que a melhor forma de análise é na verdade a carga glicêmica, sendo mais fidedigna por combinar a qualidade e a quantidade de carboidrato em só um número. Você pode pensar na carga glicêmica como sendo a quantidade de carboidrato no alimento ajustado por seu potencial glicêmico. E para piorar, sabemos que o cozimento aumenta o índice glicêmico do alimento.
·         Antinutrientes - Carboidratos complexos tendem a ter antinutrientes, até mesmo a batata tem (glicoalcalóides chamado, α-chaconina and α-solanina). Frutas e vegetais contém quantidades negligenciáveis. Tais antinutrientes como o fitato, saponinas, lectinas, taninos, oxalatos são correlacionados a redução da absorção de minerais e inibidores enzimáticos. Como precisamos de enzimas para digerir nossos alimentos, isso prejudica o processo de digestão e portanto, absorção e assimilação dos nutrientes ingeridos como a proteína por exemplo.
·         Excesso de proteína – Excesso de proteína é ligado a supra-regulação de vias metabólicas e hormônios de crescimento como mTOR e IGF-1, o que por sua vez é correlacionado com doenças crônicas e envelhecimento precoce. Grãos e leguminosas contém mais proteínas que as frutas, geralmente bem maior do que nossas reais necessidades proteícas. Restrição de metionina é um importante fator anticancerígeno. Um feijão tende a ter 10 vezes mais metionina que uma banana. Mais no mundo da nutrição não é melhor. Precisamos da quantidade exata.
·         Carboidratos complexos precisam ser cozidos e temperados em função de serem palatáveis. Frutas e vegetais já vem prontos, temperados e "CRUzidos" direto da árvore. Sal causa hipertensão e desidratação e perverte os neurocircuitos, literalmente viciando o paladar. Vários dos outros temperos utilizados com comida cozida são menos saudáveis ainda, como o glutamato monossódico etc.
·         Frutas e vegetais devido a serem extremamente hipocalóricos, evitam o consumo excessivo de calorias, permitindo o consumo de imensas quantidades de alimentos e assim auxiliando na saciação, assim facilitando a manutenção de um baixo percentual de gordura. Amido, por não ser tão saciante devido à falta do gosto doce, a densidade calórica dos alimentos e o processo de cozimento em si que remove a água, facilita o consumo de mais calorias do que o necessário.
·         A fisiologia e bioquímica humana não suporta o consumo de amido. Não secretamos grandes quantidades de amilase para quebra-lo como espécies como porcos e javalis o fazem. Feijões são famosos por causarem gases, por não termos enzimas para digerir seus polissacarídeos (rafinose e estaquiose). Todo alimento que não é digerido por completo, prejudica o processo nutricional e o sistema gastrointestinal. O glúten por exemplo, um antinutriente é famoso por causar síndrome do intestino permeável. Não somos feitos para amido, animais que naturalmente consomem carboidratos complexos conseguem comê-los em seu estado in natura, cru e sem sal, só um alimento por vez e demonstrar prazer ao fazê-lo. Por favor, tente comer uma refeição somente de arroz cru como um pássaro ou batatas cruas como um porco e me diga se foi algo prazeroso.
·         Alimentos crus contém maior microvida. Frutas e vegetais não só são fortes prébióticos, mas na atualidade foi provado que são também probióticos. Sabemos por um famoso estudo em uma população quase vegana, com consumo negligenciável de carne e leite, que não esterilizavam seus alimentos, os comiam com pouca lavagem depois da colheita e se mantinham saudáveis sem suplementação de b12, possuindo níveis adequados da vitamina. Sabemos que a b12 é sensível e danificada durante o cozimento. Acredito que em um futuro próximo compreenderemos que queimar nossos alimentos, como fazem com o cozimento, prejudica a capacidade pré e próbiotica dos alimentos in natura, mas até hoje, é só uma especulação de seu autor, pois nunca achei dados na literatura científica. Hoje em dia, devido ao corpo humano conter muito mais microrganismos do que células, temos aprendido cada vez mais a importância de uma microbiota saudável, tendo influência em todo o nosso organismo. Apesar de não conseguirmos vê-las, elas têm muitas funções no organismo. O que será que acontece com o alimento após ser queimado por as vezes uma hora ou mais?
·         Grãos com glúten, como no caso o trigo e a cevada, contém opióides, chamados exofirnas, ou no caso gluteomorfinas. Peptídeos opióides que podem “vazar” pela parede intestinal, alcançando o cérebro, agindo nos receptores opióides,  causando vicio e problemas neurológicos. Alguns dos opióides no trigo chegam a ser 100 vezes mais forte que a morfina. Tais opióides são correlacionados a esquizofrenia, autismo, constipação, depressão, ansiedade, desordem obsessiva compulsiva e até mesmo a mal desenvolvimento do cérebro. Celíacos tem maiores riscos de suicídio.
Eu acredito que o mundo dos esportes sofrerá uma reviravolta, à medida que os dados de uma alimentação crua baseada em frutas e vegetais estão vindo à tona. E as pessoas irão se perguntar, como que acreditamos um dia, que queimando ou fritando comida de pássaro, porcos ou animais carnívoros (grãos, tubérculos e pedaços de animais mortos), e ainda pior, muitas das vezes industrializados (farinha, embutidos etc.) imaginávamos que conseguiríamos nutrir de forma adequada nossos atletas?
A biologia nos classifica como primatas antropóides. Sabemos que todos antropóides (bonobos, chimpanzé, gorila etc.) tem seus requerimentos nutricionais mais bem alcançados através do consumo de frutas e vegetais. Como acreditamos que alimentar primatas com comida queimada, adaptada biologicamente a outras espécies, poderíamos produzir os melhores atletas possíveis? É similar ao que ocorre hoje em dia, muitas pessoas ainda acreditam que precisam de pedaços de animais mortos queimados e suas secreções mamárias para crescerem ou desenvolverem ossos saudáveis.

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Agrotóxicos - Devemos parar de comer frutas e vegetais crus? Bioacumulação e magnificação na cadeia trófica

     Pessoas me perguntam sobre os agrotóxicos nas frutas e vegetais com medo, entretanto, comem carne, queijo, leite e ovos e comida cozida não orgânica. Vivem se expondo a toxinas ambientais através de comida industrializada, cosméticos, produtos de limpeza, produtos industrializados, vivendo em cidades grandes com queima de combustível fóssil, bebendo, fumando e tendo vários outros maus hábitos. Soa um tanto quanto absurdo, mas vamos lá, dar a opinião de um nutricionista que passou mais de uma década lendo artigos médicos científicos e vivendo primariamente de frutas e vegetais crus, em uma dieta crua, vegana, frugívora.
       Primeiro devo enfatizar, sou completamente contra o consumo de agrotóxicos e devemos lembra-los que eles só são tão comuns e tão frequentes nos alimentos, devido a agropecuária querer lucrar em cima da monocultura, que assim engorda o gado e assim fornece carne, queijo, leite e ovos em quantidades abundantes a população ocidental que não só morre por tal hábito nefasto, que é consumir pedaços de animais mortos, secreções mamárias de um ruminante, menstruação de galinha não fertilizada, vômito de abelha e secreções mamárias de outro mamífero com a água removida e “estragada” por dias ou meses. Adoramos usar eufemismos e chamar de picanha, carninha, leitinho, ovos de galinhas felizes saudáveis, “queijinho”, mel e bla bla bla, sem usar as palavras reais do que estamos consumindo, apenas, por serem queimados e temperados, ou seja, mascarados na linguagem, no sabor e aparência.
      Voltando aos agrotóxicos, não devemos nunca acreditar que pesticidas, rodenticidas, inseticidas, herbicidas, fungicidas são naturais ou benéficos a saúde de qualquer coisa, seja da planta, do animal, do ser humano ou do meio ambiente. A dioxina, um dos compostos tóxicos nos agrotóxicos e também contida em todo tipo de substância industrializada que usamos, como plástico, PVC etc. é comprovadamente neurotóxica, cancerígena, mutagênica, reprotóxica, teratogênica, obesogênica e imunotóxica. É um absurdo, viver em um mundo aonde o lucro do agronegócio e visado acima de toda a vida na terra e o futuro das próximas gerações.
     Porque sinceramente, eu tenho uma enorme plantação em casa, e mesmo sem cuidar do solo e dela, só jogando as sementes dos quilos e quilos de frutas e vegetais que como diariamente, as plantas crescem e crescem demasiadamente, fornecendo muita comida de volta, sem a necessidade alguma de agrotóxicos. A necessidade vem porque fazendeiros querem plantar monoculturas, e só mesmo esterilizando o solo com estas toxinas, em prol de plantar só um tipo de alimento no local. Caso contrário, a natureza rejeita, matando as plantas através de pragas. Se na minha casa, que não e um terreno fértil, e não sou agricultor cuidando do plantio, os alimentos crescem muito, para que contaminar tudo que vive, solo, agua, ar, animais, plantas e ser humano com esses venenos que nem sabemos os efeitos epigenéticos que as próximas gerações irão sofrer.
De acordo com o CDC “Center for Disease Control and Prevention”, subprodutos do DDT ainda são encontrado no sangue de americanos, mesmo tendo sido banido na década de 1980 nos EUA. Um estudo brasileiro recente descreve maior prevalência de má formação genitais como micro pênis, criptoarquia e hipospadias em bebês masculinos do interior da Paraíba, aos quais seus pais, mães e eles tiveram exposição pré e perinatal ao DDT (agrotóxico banido nos EUA desde a década de 80) e outros QDEs (Químicos disruptores endócrinos), por trabalharem em plantações que utilizam agrotóxicos. Sugerindo ser a contaminação fetal um fator de risco para malformações da genitália externa masculina, em especial para a ocorrência de micro pênis.  A exposição aos QDEs foi associada a atraso puberal, níveis subnormais de produção de testosterona, falta de receptores andrógenos, redução do volume testicular e do comprimento do pênis em meninos.
             Bom, poderia apresentar dezenas de milhares de dados contra os agrotóxicos, mas vamos a parte prática, que as pessoas realmente ficam demasiadamente confusas, por verem relatos no jornal da contaminação do morango ou pimentão, sem entender que de acordo com as pesquisas, 93% da contaminação de toxinas ambientais (incluindo agrotóxicos) por um americano, vem de carne, queijo leite e ovos. Sim! Não vem do ar, não vem do solo, da água e nem da comida vegetal, mas dos produtos de origem animal.


Arnold Schecter et. al., Journal of Toxicology and Environmental Health, Part A, 63:1–18
Legenda: TEQ = Toxicidade Equivalente.

EPA Dioxin Reassessment Summary 4/94 - Vol. 1, p. 37


Schecter A, Cramer P, Boggess K; et al. (2001). "Intake of dioxins and related compounds from food in the U.S. population". J. Toxicol. Environ. Health Part A 63 (1): 1–18.
    Porque isso acontece? Os animais na atualidade consomem ração, produzida de soja e outros grãos cheios de agrotóxicos, ainda são injetados com hormônios sintéticos e antibióticos, levando a uma bioacumulação de todos os tipos de POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes). E caso você os consuma, biomagnificará essas toxinas.
     Mas não devo temer alimentos crus e comer os cozidos? Ai eu me pergunto, desde quando o público come apenas alimentos cozidos orgânicos? O feijão, arroz, abóbora, farinha de trigo e tudo que as pessoas comem cozido, foi também, em quase todos os casos, pulverizado com estes venenos. E o cozimento NÃO REMOVE agrotóxicos, apenas lembrando, pois parece que as pessoas esquecem.
     O cozimento não remove toxinas, mas apenas adiciona compostos tóxicos, causa perda de nutrientes e ainda consumimos alimentos que nunca entrariam no organismo humano, incapazes de serem devidamente processados até mesmo em seu estado in natura, imagina após queimados por 2 até 2 horas. As substâncias tóxicas nos agrotóxicos são lipofílicas e hidro fóbicas, assim se grudam facilmente as células de gordura do animal mas não tão facilmente aos alimentos vegetais frescos. Poderia passar falando inúmeros detalhes em relação da importância do consumo de frutas e vegetais e da falácia que é evitá-los, mas ainda comer comida cozida onívora. Portanto, Corte o consumo de produtos de origem animal.
    Cientistas já há 2 décadas, desenvolveram o conceito do “fígado verde”, pois o metabolismo dos xenobióticos nas plantas é similar a um fígado animal, sugerindo que plantas são uma importante “pia global”, uma forma de filtrar e eliminar toxinas ambientais e metais pesados. Este processo acabou sendo chamado de fitorremediação, a “tecnologia” de colocar plantas em locais contaminados, para elas literalmente “limparem” a contaminação, reduzindo a toxicidade e “sequestrando” eles do meio ambiente. 
     Não temos noção da importância de termos plantas em casa e de comer plantas, a vista de cada nova descoberta científica mostra a volta aos primórdios, uma dieta fresca, vegana, crua, integral e outros fatores de estilo de vida a óbvia solução para nossa crise mundial de saúde, ambiental e ética.
E essas toxinas, através do processo de biomagnificação, que é o aumento da concentração diária pela exposição e o aumento a cada subida na cadeia alimentar, se tornam cada vez mais concentradas e, portanto, mais nocivas. Elas bioacumulam (acumulam em seres vivos) e bio-magnifícam, aumentando sua quantidade a cada vez que um animal, se expõe a elas, seja pelo ar, água ou comendo seu alimento ou outro animal contaminado."
     Poderia dar inúmeros mais conceitos, dados científicos e detalhes sobre a questão, mas sabe a principal mensagem? Coma suas frutas e vegetais, mesmo que convencionais, elas possuíam importantes nutrientes benéficos e protetores do seu organismo.
Então quer voltar a só ter alimentos orgânicos no mundo? Poder comer comida sem veneno de grandes industrias farmacêuticas, que produzem essas substâncias só para o lucro do cartel da alimentação animalizada? Para de comprar alimentos de origem animal e até mesmo alimentos vindo de monoculturas, como os grãos, ou seus produtos industrializados como o leite de soja por exemplo. Na verdade, você ao comprar produtos industrializados oriundos dos grãos ou até mesmo os grãos da monocultura, você auxilia o fazendeiro a escoar os restos da produção em nós veganos, que visamos proteger os animais mas não entendemos que alimentos veganos na atualidade, podem não ser tão veganos assim dentro do sistema capitalista sórdido.
     É engraçado que hoje em dia temos que dar um nome especial para alimentos sem veneno. Durante toda a história só existiu, alimento. Agora precisa ter diferenciação de convencional para orgânico e o alimento sem veneno, é muito mais caro e mais raro. A que ponto nós chegamos.

Referências bibliográficas
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Plantas, neurotransmissores e depressão
Sabemos que plantas tem neurotransmissores como animais apesar de suas diferenças biológicas. Sim, plantas possuem adrenalina, dopamina, serotonina, melatonina, etc.  E tem boas quantidades nos alimentos das plantas, para aumentar a quantidade dos nossos próprios em nossa corrente sanguínea.
Depressivos tem menores níveis de neurotransmissores. E frutas estão sendo vistas na ciência como uma forma extremamente eficaz de tratamento da doença, já que bananas da terra, abacaxis, bananas, kiwis e tomates são ricas em serotonina 1. Pesquisas mostram que colocar pessoas em uma dieta vegetariana, quase vegana, quando comparados a onívoros, o humor do grupo na dieta vegetariana era melhor do que o dos onívoros, uma das razões é a questão dos carboidratos e da excelente proporção de triptofano para os outros aminoácidos 2. O consumo de frutas e vegetais é correlacionado com melhor bem estar, e é na verdade, de fácil acesso em termos de custo e sem efeitos colaterais, quando comparados a remédios e outras intervenções 3.
Em uma pesquisa com 521 japoneses, uma dieta rica em frutas, vegetais, cogumelos e soja foi inversamente correlacionada a depressão 4. Outras pesquisas corrobaram, mostrando melhores parâmetros comportamentais em jovens 5. Otimismo é correlacionado a níveis de antioxidantes e carotenoídes no sangue 6.  Em um estudo britânico de mais de 80 mil pessoas, existiu uma relação entre dose e resposta associado ao consumo de frutas e vegetais e satisfação e felicidade na vida 7. Ou seja, quanto mais frutas e vegetais, mais satisfação e felicidade!
Mulheres em TPM, aparentemente tem um mecanismo que induz o desejo por carboidratos, auxiliando contra depressão, raiva, tensão, confusão,  mal humor fatiga etc. durante esse estágio, já que o carboidrato ajuda a aumentar os níveis de serotonina no organism, não é por acaso que mulheres tem desejos por doces! Quando em uma dieta rica em carbos e pobre em proteína, tinham melhorias em níveis de depressão, tensão, raiva, confusão, tristeza, fadiga e calma 8.
Todos já ouvimos falar da influência do triptofano, aminoácido precursor da biosíntese de serotonina (hormônio da felicidade). Há algumas décadas pesquisas comprovaram que dietas deficientes em triptofano induziam agressão, raiva, hostilidade, irritação etc. Entretanto, suplementação de triptofano pode induzir sintomas graves e até mesmo causar a morte 9.
E como as vezes pesquisas e a midia acabam divulgando meias verdades, quando pensamos em triptofano pensamos em leite ou frango, e menos frequentemente em grão de bico ou bananas, devido a enfâse da maior quantidade de proteína nos produtos de origem animal ser vista como algo benéfico. Então, da onde devemos obter nosso triptofano, já que plantas e animais o fornecem?
O que a maior parte das pessoas não sabe é que o triptofano encontrado em uma refeição pobre em carboidratos e rica em proteína animal não é devidamente alocado ao cérebro. Apenas durante o consumo de carboidratos saudáveis, a insulina reduz os níveis de outros aminoácidos que competem com o triptofano pela passagem da barreira hematoencefálica, redirecionando os para os músculos e assim aumentando a proporção de triptofano disponível e auxiliando sua passagem para o cérebro 10.  Isso mesmo, a biosíntese de serotonina aumenta após uma refeição rica em carboidratos, devido a maiores concentrações de triptofano no cérebro. No caso do consumo de triptofano de origem animal, os níveis no sangue do triptofano podem aumentar mas os níveis no cerebro reduzem 11.

Cortisol
Cortisol é um hormônio glicocorticóide, produzido pela glândula adrenal em resposta ao estresse e hipoglicemia, sua liberação ocorre pelo eixo hipotalamo, adrenal e pituitária segue o ritmo circadiano, alto durante a manhã, e vai reduzindo a concentração durante o dia. Os glicocorticoides aumentam com a obesidade, privação de sono e estresse ambiental. São responsáveis pela regulação do consumo alimentar e gasto energético. Quando estão elevados no sangue, são correlacionados ao consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar. Testes em animais de laboratório mostram que eles preferem junk food quando cronicamente estressados para compensar o estresse e que isso até alivia, mas só agravando o problema. Elevados níveis de cortisol aumentam o estresse oxidativo. Dietas saudáveis com frutas, vegetais e grãos e baixo consumo de gordura saturada etc. são associadas a redução do cortisol urinário, assim como a adrenalina. Dietas ricas em proteína, gordura saturada e pobres em frutas e vegetais são correlacionados ao aumento do cortisol e catecolaminas 13.

Cortisol e sono
Certos nutrientes, das plantas, como a linhaça são correlacionados a redução nos níveis de cortisol. E cortisol desregulado, é associado a pobre qualidade do sono e até mesmo pequenas perdas de horas de sono podem desregular a liberação do cortisol. O equilíbrio ácido base influencia a produção adrenal do cortisol. Sabemos que nosso sangue precisa se manter levemente alcalino. A dieta ocidental moderna causa acidose metabólica e cerebral, enquanto frutas e vegetais são alcalinizantes. Uma dieta moderna ocidental portanto, prejudica o ritmo circadiano desequilibrando a secreção de cortisol e prejudicando o sono que portanto, prejudicará o reparo conduzido pelo organism.  Com todos esses mecanismos de saúde e bioquímica no organismo influenciando a secreção de cortisol, não é por acaso que vemos uma sociedade tão estressada 14.

Referência bibliográfica
1 - J Neuropsychiatry Clin Neurosci. 2010 Fall;22(4):451-m.e25-451.e25. doi: 10.1176/appi.neuropsych.22.4.451-m.e25.

3 - Proc Nutr Soc. 2013 Nov;72(4):420-32. doi: 10.1017/S0029665113003388. Epub 2013 Sep 11.
4 - Eur J Clin Nutr. 2010 Aug;64(8):832-9. doi: 10.1038/ejcn.2010.86. Epub 2010 May 19.
12 - Francesca Pistollato et al. “ Associations between Sleep, Cortisol Regulation, and Diet: Possible Implications for the Risk of Alzheimer DiseaseAdv Nutr. 2016 Jul; 7(4): 679–689.
13 – IBID.

CORONAVIRUS (COVID-19) e IMUNIDADE

CORONAVIRUS, QUARENTA, ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL E IMUNIDADE

Queridos amigos, não venho falar de política e nem questionar as recomendações usuais de quarentena, máscaras e assepsia. Entretanto, peço que consideremos alguns detalhes pois:
*As pessoas se tornam mais sedentárias e obviamente a ganhar peso o que é cientificamente comprovado um prejuízo ao sistema imune. A obesidade, assim como o sedentarismo são dois fatores que influenciam a imunocompetência e a regulação do sistema imune. Reduzindo não só doenças transmissíveis como virais e bacterianas, mas como as não transmissíveis que são fator de risco para complicações com o COVID-19.
* Pessoas pegam menos sol, o que sabemos que a vitamina D tem efeito imunomodulador. Os níveis de Vitamina D séricos regulam o nível de proteínas antimicrobianas, sendo crucial ao controle de uma infeção.
* Tendem a causar mais cronodisrupção, ao não ver o sol pela manhã, sofrerem dessincronização do relógio biológico e portanto, tenderem a dormir e comer mais tarde, com mais cronodisrupção, sabemos que existem inúmeros prejuizos ao sistema imune, até mesmo a barreira gastrointestinal é mais perméavel a noite, o que vai fazer substâncias indesejadas passarem a barreira, irem parar no sangue e prejudicar a imunocompetência. O desenvolvimento de doenças inflamatórias, tais como syndrome metabólica e câncer é prevalente em indivíduos que continuamente causam disrupção dos seus relógios biológicos. O termo já foi ate nomeado cronoimunidade, já que sabemos que jejum intermitente (ou melhor chamado, comer de forma sã, como seres humanos comeram ao longo da história até um passado muito recente, que começamos a acreditar que é normal comer a noite e comer como ruminantes de 3 em 3 horas). Existem oscilações circadianas de fatores do sistema imune e até relógios biológicos em células do sistema imune. Luz elétrica, por melhor que seja a invenção, é algo recente o qual nossa fisiologia não é adaptada. Cronodisrupção leva a hiperativação do sistema imune, o que pode auxiliar inflamação crônica.
* Contato social é um fator cientificamente comprovado de auxiliar o fu, mais estresse e alteração no sistema imune, mais cortisol, mais comida calórica, mais efeitos no sistema imune
* Como estamos mais em casa, e temos um complexo sistema desenvolvido ao longo da evolução dos mamíferos, que é chamado cientificamente de sistema de recompensa, que secreta o hôrmonio do prazer em função do consumo de alimentos, quanto mais calórico, salgado, gorduroso e concentrado for o alimento maior é o estímulo e maior é o vício. Já viu alguem viciado por morangos? Nunca. Já viu um chocólatra? Todos os dias. Ratos de laboratório, assim como seres humanos, ao sofrerem de altos níveis de cortisol tendem a priorizar alimentos mais calóricos, e obviamente, menos nutritivos e mais pró-inflamatórios e mais oxidantes, o que obviamente não vai ser benéfico as comorbidades que andam lado a lado com o COVID-19, assim como causam disfunção do sistema imune.
* Defeitos do sistema imune são o centro do envelhecimento e de muitas doenças. Sabemos que jejum intermitente auxilia o sistema imune e principalmente jejum prolongado protege células hematopoiéticas da quimiotoxicidade. Ciclos de Jejum prolongado promove auto renovação de HSC (células tronco responsáveis pela hematopoiese) revertendo a imunosupressão. Essas descobertas ligam os reduzidos níveis de IGF1 devido ao jejum a sinalização da PKA e estabelecem um papel crucial em regular proteção das células tronco Hematopoetícas, auto renovação, regeneração e promovem resistência ao estresse.
* Pesquisa indicam que o simples ato de abraçar alguém tem um efeito de redução de estresse que reduz a susceptibilidade a doença. Participantes ao serem expostos a um virus que causa o resfriado comum, foram monitorados em quarentena para medir a infeção e sinais de doença. Apoio emocional protegia contra o aumento do risco de infeção. Mais abraços frequentes e apoio emocional levava a menores complicações infecciosas.
* E por ultimo, estresse crônico, pode enfraquecer o sistema imune. O medo gerado pela mídia e o estresse gerado pela quarentena prolongada obviamente aumenta o estresse, o que por sua vez, em pesquisas médicas científicas correlacionam o estresse crônico a maior suscpetibilidade a infecções virais, entre problemas com sono, depressão, ansiedade etc. E ainda aumenta os níveis de cortisol, que prejudica o funcionamento de células T que lutam contra infecções.
Em nenhum momento quero criticar os meios comuns de lutar contra o CORONAVIRUS. Mas quero levantar o questionamento que, mudanças de estilo de vida mais drásticas deveriam estar sendo recomendadas ao mesmo tempo que estamos de quarentena, não só para proteger os que já estão sendo infectados e sofrem com a doença, como os que não sofrerão. Estamos sofrendo uma crise global de saúde, não só devido a pandemia, mas pela falta de desinformação do público sobre o que é uma vida realmente saudável e falta de incentivo governamental, para que alimentos saudáveis como frutas e vegetais sejam subdiziados, ao invés de excessos de proteína animal, comida industrializada e falta de apoios a campanhas de atividade física, sono adequado, banhos de sol, alimentos orgânicos, entre outros fatores benéficos a todos nós. Os parâmetros de contenção atual, se focam em paliar, tratar e suprimir o problema, ao invés de ir na causa do problema. Uma zoonose deve ser enfretanda, pela redução drástica ou pelo corte no consumo de proteína animal. Dieta e estilo de vida tem efeito comprovado em reduzir a incidência de doenças crônicas e também em ser os verdadeiros responsáveis pela imunocompetência ao longo da vida e evitar a disfunção do sistema imune que vemos em pacientes doentes ou idosos, as pessoas que tem sofrido as complicações mais severas ou vindo a óbito de COVID-19, ou provavelmente de qualquer futura epidemia e pandemia que pode nos assolar. Sugiro apenas focarmos em viver de forma mais saudável, não acreditar que só máscaras e quarentena devem ser o foco, mas sim de educar a população em prol de entender que saúde vem apenas da vida saudável e nada mais.

Eduardo Corassa, Nutricionista clínico
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Dieta vegana é saudável?


Veganismo é um nome que entrou na "moda", devido ao consenso científico de ser uma forma mais ética e sustentável de levarmos a vida. Primeiro, porque compreendemos na atualidade que animais são seres senscientes, capazes de sentir, amar. Segundo, porque sabemos que uma agricultura virada para a produção de vegetais, ao invés de produtos de origem animal, é mais benéfica ao planeta e a sociedade (a principal causa de desmatamento, perda de biodiversidade é a agropecuária). E terceiro devido a ciência médica nutricional estar cada vez mais claramente mostrando que uma dieta que alimentos de origem vegetal predominam drasticamente ou exclusivamente, é a forma mais saudável de aumentar o tempo de vida e prevenir/reverter doenças. 




Entretanto, devemos entender a diferença entre o veganismo e uma dieta vegana e uma dieta integral baseada em plantas. Veganismo é uma ideologia em prol da proteção de animais, que são seres sencientes e deveriam ser direitos, como seres humanos. Dieta vegana sugere que é uma dieta isenta de produtos de origem animal. Entretanto, não pode ser correlacionada com uma dieta saudável. Sim, veganos tendem a comer mais alimentos das plantas e integrais, mas nem sempre. Qualquer alimento industrializado, ou refinado, sem produto de origem animal seria tecnicamente, vegano. Portanto, farinhas, como a de trigo, mandioca, etc. São veganas. Óleos industrializados, como o de soja, ou canola, são veganos. Portanto, se você faz uma coxinha de jaca frita, rica em farinha, óleo, sal e fritura, e jaca congelada, cozida, com até mesmo temperos e substâncias nocivas, como shoyu com glutamato monossódico, é vegana tecnicamente.
Por isso, profissionais da área da saúde que defendem uma dieta predominada por vegetais, ou uma dieta exclusivamente de origem vegetal, tendemos a usar o termo “WHOLE FOOD PLANTBASED DIET”.





Dieta integral baseada em plantas, para diferenciar, alimentação de verdade de alimentos processados. Portanto, carne de soja, é vegano, mas não é alimento vegetal como sai da horta.
Devemos fazer o público entender, que nem sempre uma alimentação vegana é saudável, no mundo moderno atual, com tanta influência da indústria e do processamento dos alimentos. Devemos visar uma dieta “plantbased” em alimentos exclusivamente naturais, como saem da horta, com o mínimo de processamento possível e majoritariamente composta de alimentos crus (no meu caso, minha dieta é 100% crua há 14 anos).







Ao alimentos serem cozidos, processados, refinados e terem substâncias adicionadas a eles, como corantes, conservantes, aromatizantes, açúcar refinado, sal etc. Eles perdem suas propriedades nutricionais e tem toxinas sendo formadas a eles. Como chamamos na ciência, muitos nutrientes são “lábeis”, ou seja, sensíveis e facilmente danificados por tais procedimentos. Até mesmo após a colheita, por ele ter sido removido da terra e do seu “cordão umbilical”, a perda de nutrientes ali, tanto é que o brócolis que era verde escuro, vai rapidamente se tornando amarelo e estraga em poucos dias.

Então alimentação de verdade tem que ser fresca e sair da horta ou da árvore, ao invés de sair de tais fontes, passar pela indústria e então ir para o nosso prato.

Portanto, rapidamente explicando:
Veganismo – Ideologia de proteção aos animais
Dieta vegana – Alimentos saudáveis e não saudáveis de origem vegetal
Dieta integral plantbased – Dieta saudável vegetal

Entretanto, não é somente comer alimentos de origem vegetal, é importante conhecer os grupos alimentares e saber proporções dos alimentos para se ter um plano alimentar balanceado e por isso, o ideal em qualquer transição alimentar é ter acompanhamento nutricional.
Atendo como nutricionista, montando cardápios e planos alimentares nutricionalmente adequados para os meus pacientes, em prol de alcançarmos todas suas necessidades nutricionais! Entre em contato para agendar sua consulta!  



Quão natural e saudável é o azeite? – Nutricionista clínico - Eduardo Corassa

O azeite, uma gordura monoinsaturada, obtida da refinação do fruto da oliveira, a azeitona, foi tão marketeado na atualidade e tão amplamente comercializado, usado em restaurantes, que é visto como um artigo de luxo, um óleo, diferente dos outros óleos extraídos de sementes e nozes, devido as suas supostas propriedades nutricionais. Obviamente, que após o processo de industrialização, um produto que era simples, natural e de baixo custo como a azeitona, pode virar extremamente caro e visto como uma iguaria.
Mas, como é algo muito lucrativo é algo muito divulgado (valores variando de 15  a 325 reais (1). E como é denso, caloricamente falando,  é fácil de ser apreciado pelo nosso cérebro, ao ser ingerido e, portanto, muito consumido pelos seus efeitos fisiológicos de liberação de hormônios de prazer.
A gordura pura refinada, que chamamos de azeite, tem uma densidade calórica de aproximadamente 900 calorias a cada 100 gramas, enquanto a simples azeitona contém apenas 166 calorias a cada 100 gramas. Ou seja, uma colher de azeite tem quase a mesma densidade calórica de 30 azeitonas médias. É óbvio que é muito mais fácil comer 2 colheres de azeite em uma salada, do que 60 azeitonas, assim facilitando o sobrepeso e obesidade (para entender como os mecanismos de saciação do organismo humano funciona, refira-se ao livro Saúde Frugal).
Pelo azeite e outros óleos serem 100% gordura, e 1 grama de gordura conter 9 calorias, ele é o "alimento" mais concentrando que existe, até mesmo mais calórico que pão ou açúcar refinado, grama por grama. No caso do açúcar branco ele contém em torno de 387 cals a cada 100 gramas, mais de 2 vezes menos que o azeite. Comparado a morangos, ou até mesmo bananas, o azeite é uma "bomba calórica, já que morangos tem 30 calorias a cada 100 gramas e bananas 90, o azeite, como previamente mencionado, 900 cals a cada 100 gramas. O processo de refinação é um processo de concentração de calorias e essa é uma das razões do porque, o açúcar branco, o azeite, ou qualquer outra coisa industrializada tende a causar o ganho de peso não desejado. Para produzir 1 litro de azeite, são necessários quatro a cinco quilos de azeitonas (2).
No mais usual processo de produção do azeite, as azeitonas são moídas inteiras, com o caroço, passando por uma centrífuga que separa o óleo (líquido), do caroço, fibras e outras porções nutritivas (sólido). Depois passa por outra centrífuga separando a gordura da água.
Sabemos que alimentos frescos são mais saudáveis que alimentos velhos. Que geralmente, quanto mais tempo após a colheita, mais nutrientes se perdem. Quão fresco é um alimento engarrafado, que pode durar de um até três anos sem "estragar". Os alimentos verdadeiros, como bananas, vegetais etc. não passam de uma semana ou duas após a colheita geralmente, sem deteriorar, já que há literalmente "vida", micro biologicamente falando, ativa no interior do alimento, assim como é rico em água, que facilita sua degradação. A forma que a natureza desenvolveu para que tudo nela fosse bio-degradável e nutrisse e continuasse o fluxo da vida.
E logo depois de qualquer tipo de processamento, expomos as moléculas do alimento ao oxigênio, causando o fenômeno chamado oxidação, que causa a perda de nutrientes a cada minuto que se passa. Portanto, por mais que prensado a frio e com os melhores cuidados tecnológicos possíveis, da para se acreditar que não a oxidação durante o processo e não se causa dano aos nutrientes? Gordura, ao ser exposta ao ar, oxigênio ou a luz, começa a estragar, se tornando rançosa.
Tirando a famosa admoestação até mesmo dos nutricionistas que seguem o modelo em voga e acreditam que cozinhar é saudável, eles mesmos já são contra aquecer a altas temperaturas, fritar etc com qualquer óleo, principalmente o azeite. Pois ao chegar ao ponto de ebulição de 160 graus Celsius produz os também famosos radicais livres (moléculas instáveis, elétrons não parelhados na última camada eletrônica) que são correlacionados ao envelhecimento precoce, aumento do processo inflamatório e várias DCD (doenças crônico degenerativas).
Tirando o fato que a fritura, e até mesmo o aquecimento a temperaturas altas produz composto cancerígenos como aldeídos e acroleínas (3) . E se você estiver fritando "proteína" animal, você forma compostos cancerígenos aminas heterocíclicas (AH) e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HAPs). Em ratos de laboratório expostos a AH em suas comidas, os mesmos desenvolviam problemas no sistema reprodutor, suas proles tinham defeitos de nascença, peso reduzido, problemas no sistema imune etc. (4, 5, 6) E, se você estiver aquecendo carboidratos, no caso de fritar batatas fritas, você forma também outro famoso e potente cancerígeno, chamado acrilamida. (7)
Sabemos que alimentos integrais são mais saudáveis que suas contrapartes refinadas, devido a jogarmos fora fibra, água e muitos outros micro e macronutrientes, dependendo do alimento e da extração. Quando a natureza criou os alimentos, ela colocou neles um complexo pacote nutricional, ainda não completamente compreendido pelo homem, mas  que carrega diversos nutrientes conhecidos e desconhecidos que são importantes para a devida metabolização do mesmo, resultando na nutrição otimizada de nosso organismo.
Legenda: Foto ilustra o quanto se joga fora da azeitona após a extração do azeite. Essa polpa, contém nutrientes, como proteína e fibras, importantes para sua saúde.
A proporção dos nutrientes é fornecida em um equilíbrio perfeito pela natureza. Mas, quando começamos a alterá-los de forma mecânica ou química (fogo), começamos a causar desequilíbrios. Por isso, alimentos industrializados ou alterados de qualquer forma são desequilibrados. Por exemplo, a gordura encontrada na azeitona ou qualquer outro alimento vegetal integral é benéfica, conhecidas como mono ou poli insaturadas. Mas quando aquecida a altas temperaturas, vai se tornando saturada (sem uma ligação dupla entre os átomos de carbono, a gordura satura de hidrogênio), a famosa gordura prejudicial e causadora de doenças cardíacas, pressão alta etc.
E ainda por cima, não podemos nos esquecer que até mesmo as gorduras vegetais contém algum nível de gordura saturada, a culpada por aumentar o colesterol sérico (no sangue). No caso do azeite, 16% da gordura dele é saturada, antes mesmo de ir ao fogo. Se em uma dieta de 2500 calorias, uma pessoa levando a dieta ocidental padrão, ou até mesmo dietas veganas usuais, sabemos que ela consumirá em torno de 40% das suas calorias vindas da gordura (8). 40% de 2500 é 1000. Portanto, 1000 calorias virão da gordura. E 16% de 1000 é 160, o que já é bem mais do que o recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como limite diário de gordura saturada e mais que o dobro determinado pela "4 Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose" da Sociedade Brasileira de Cardiologia (9, 10). Portanto, em uma dieta hiper-lipídica, mesmo consumindo apenas gorduras vegetais, você acaba consumindo uma quantidade elevada de gordura saturada, mais do que o considerado saudável.
Para piorar, muitos usam o azeite para cozinhar e fritar, sem saber que, ao aquecê-lo acima de  160 graus celsius, a gordura começa a se saturar e se tornar cancerígena. Ao ser aquecido, oxida mais rapidamente e vai perdendo os micronutrientes que restaram após sua refinação. A ideia de óleos termoestáveis (alguns tipo de gordura aguentam melhor o calor), não isenta por completo a perda de nutrientes e a formação de compostos tóxicos.
Os óleos, na natureza, seriam encontrados dentro dos alimentos gordurosos e não fora. A natureza  produz árvores que fornecem azeitonas, ao invés de garrafas de azeite, de óleo de soja, canola, girassol etc. Por uma simples razão, o alimento integral é mais saudável que uma parte dele só refinada. O alimento integral contém fibras, carboidratos, proteínas e água, as quais são descartadas no processo de refinação. E ainda contém vitaminas, minerais e fitonutrientes, dos quais a grande maioria é perdida, devido ao processo oxidativo que ocorre quando processamos qualquer alimento natural.
E ainda por cima, a comprar algo industrializado, você está submetido a qualquer coisa, pois não consegue saber exatamente por quais processos o alimento passou ou o que realmente foi colocado ali dentro. De acordo com a "Proteste Associação de Consumidores", em uma pesquisa, após testarem 19 marcas de azeite extravirgem vendidos no Brasil, quatro tinham indícios de fraude, contendo outros óleos e gorduras adicionadas ao azeite. E outros 7 dos testados eram virgens apenas, ao invés de extravirgens (11). 
O azeite, nada mais é do que gordura pura em uma garrafa. Tirando o fato que praticamente todas as pessoas na atualidade comem muito mais gordura do que precisam, comparado ao que os estudos mostram e o que as civilizações mais longevas do mundo consomem, em torno de 10% das suas calorias diárias vindo da gordura, ou no caso dos Okinawans 6%, tida como a civilização mais longeva e saudável existente (12). Uma colher de azeite ao dia, mesmo em uma dieta extremamente hipo-lipídica, já é mais gordura do que o recomendado pelas principais autoridades veganas no mundo da nutrição e medicina, os verdadeiros pioneiros em curar doenças coronárias, cânceres e outras DCD (13).
A ideia de o povo do mediterrâneo ser mais saudável devido ao azeite é completamente enganoso. Eles são mais saudáveis devido a todo seu estilo de vida, porque comem mais frutas e vegetais, porque se exercitam mais, pegam mais sol, dormem mais cedo e, ao invés de se entupir de gordura saturada e colesterol dos animais, junto com diversas outras toxinas presentes na carne ou geradas pelo processo do aquecimento, o azeite obviamente vai produzir melhores resultados por ser uma gordura boa e menos tóxica, mas ainda assim é longe do ideal.
Pesquisadores da Universidade de Creta, ao comparar indíviduos com doenças coronárias e outros livres da mesma, comprovaram que os doentes comiam dietas mais ricas em gordura monoinsaturada, principalmente do azeite, e uma ingestão total de gordura maior (14).
De acordo com o especialista em Nutrição Dr. Jay Kenney do Centro de Longevidade Prikin em Miami, "Existem razões para se acreditar que os modestos benefícios a saúde de consumir azeite de oliva são em sua grande maioria devido aos benefícos químicos das plantas, tais como polifenois e esteróis vegetais encontrado no azeite de oliva extravirgem, mas a grande maioria destes fitoquímicos são perdidos nos azeites comuns. Estes fitoquímicos fornecem uma proteção contra o efeito nocivo de refeições ricas em gordura (15)". Ou seja, ao invés de pegar partes de benefícios de nutrientes danificados pelo processo de extração do azeite, porque não obter os benefícios integrais usando nozes, sementes e frutas gordurosas integrais, os quais contém estes e muitos outro componentes nutricionais em sua forma intacta ?
Estudos mostram que após a ingestão de uma grande quantidade de azeite, a abilidade de dilatação das artérias é prejudicada. Esta dilatação é imprescíndivel para o fluxo sanguíneo, que mantém nosso corpo saudável e nutrido com oxigênio e nutrientes que permitem as milhares de células do nosso organismo desempenharem suas funções. Enquanto com outros alimentos ricos em carboidratos como frutas, vegetais e vinho não ocorre esse problema, provavelmente também devido a rica composição de antioxidantes nestes alimentos (16)
"Os benéficos componentes da dieta mediterrânea, parecem ser os alimentos ricos em antioxidantes, tais como frutas, vegetais e seus derivados como o vinagre e peixes ricos em Ômega 3, protegendo o dano endotelial produzido por alimentos ricos em gordura" Robert Vogel, cardiologista focado em pesquisas coronárias por mais de 30 anos (17). Devido a outros pesquisadores e minha própria experiência empírica, e por ser vegano, acredito que a remoção do peixe da sugestão de Robert seria mais saudável ainda .
Portanto, a ideia que azeite faz bem para o coração é completamente distorcida. Fato, gorduras monoinsaturadas são melhores que gorduras saturadas, mas ainda assim mais gordura que o necessário é prejudicial a todo o sistema vascular, inclusive o cardiovascular. E melhor não quer dizer mais saudável nesse caso, só quer dizer que é menos prejudicial.
"Cigarros com menos nicotina e toxinas são melhores que cigarros com mais, mas ainda assim ambos promovem câncer pulmonar." Eugenia Killoran, Jornalista de Saúde e Forma Física do centro Pritkin
Cientistas alimentando macacos com uma dieta rica em gordura monoinsaturada (do azeite) por cinco anos, provaram que conseguiam causar placas ateroscleróticas nas artérias coronárias destes animais. Ou seja, como eles compartilham 99% do nosso material genético, praticamente tudo que ocorre neles, bioquimicamente falando, ocorre em nós. A muito tempo já é consenso científico que primatas antropóides em dietas ricas em gordura desenvolvem doenças cardíacas, iguais as nossas (18).
Dietas ricas em gordura promovem obesidade e pioram o quadro inflamatório, aumentando as substâncias relacionadas ao mesmo no sangue, como a PCR (Proteína C-Reativa) entre outros fatores (19).
Tirando o fato que as pesquisas do Dr. Dean Ornish, médico formado em Harvard e professor de medicina, as quais foram publicadas no JAMA e outros dos jornais médico científicos mais respeitados do mundo (20, 21), e as do Dr. Caldwell Esselstyn, ex-cirurgião de guerra americano, (22) mostram que para reversão de doenças coronárias e alguns tipos de câncer, o ideal é uma dieta sem óleos e no máximo 10% de gordura ao dia, o que apenas comendo grãos, leguminosas, frutas e vegetais, já é a média aproximada que alcançamos, sem a adição de nenhum tipo de alimento gorduroso como abacate, nozes etc.
Ou seja, em um estudo com dois grupos de pacientes cardíacos ou com câncer. O grupo  que é colocado em uma dieta vegana, integral e hipo-lipídica, a doença dentro de dias a semanas para de progredir e dentro de meses a anos se vê regressão da mesma. Enquanto o outro grupo, é posto na dieta recomendada pela Associação Americana do Coração, a qual contém óleos vegetais, carnes, leite e queijos magros deradas, continua a cada ano a progredir com sua doença, necessitar de cirurgias e vivenciar dores e problemas debilitantes, até mesmo a morte.
Ou seja, se dois dos mais famosos cardiologistas do mundo, até mesmo médicos do ex-presidente americano Bill Clinton, são contra o uso de óleos, inclusive o azeite, porque você ainda acha que é saudável conseguir óleo em garrafa?
Se você está buscando gordura, busque nas naturais fontes fornecidas pela natureza a nós, as sementes, nozes e frutas gordurosas. Esses alimentos não fornecem só gordura pura como o azeite fornece, mas água, carboidrato, proteína e muitos micro e fitonutrientes.
Referências bibliográficas
1 - Azeite italiano extravirgem Tenuta San Guido. Disponível em: http://oglobo.globo.com/economia/pascoa-surreal-tem-ovo-king-size-de-2-mil-azeite-de-300-12148275
2 - http://www.borgesalimentos.com.br/azeite/voce-sabia
3 - Harinageswara Rao Katragadda et al. "Emissions of volatile aldehydes from heated cooking oils" Food Chemistry - 01/2010; 120(1):59-65. 
4 - Jeong MS, Kang JH "Acrolein, the toxic endogenous aldehyde, induces neurofilament-L aggregation. BMB Rep. 2008 Sep 30;41(9):635-9.
5 - Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR), Public Health Statement,
Polycyclic Aromatic Hydrocarbons, December 1990. U.S. Public Health Service, U.S.
Department of Health and Human Services, Atlanta, GA, December 1990. Disponível em: http://www.epa.gov/osw/hazard/wastemin/minimize/factshts/pahs.pdf

6 - United States Environmental Protection Agency, Office of Environmental Information,
Emergency Planning and Community Right-to-Know Act – Section 313: Guidance for
Reporting Toxic Chemicals: Polycyclic Aromatic Compounds Category, EPA 260-B-01-03, Washington, DC, August 2001
7 - Journal of the National Cancer Institute, Vol. 96, No. 8, April 21, 2004
8 - Dr. Douglas N. G. "The 80/10/10" Die
9 - Institute of medicine U.S. (IOM). Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids (Macronutrients). Washington; National Academic; 2002. 400 p.
10 - Sociedade Brasileira de Cardiologia. IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 2007; 88(S1): 2S-19S.
11 - http://jornalggn.com.br/blog/proteste-associacao-de-consumidores/teste-de-azeite-de-oliva-pior-resultado-entre-os-quatro-ja-realizados-pela-proteste
12 - Caloric Restriction, The Traditional Okinawan Diet, And Healthy Aging: The Diet Of The World’s Longest-Lived People And Its Potential Impact On Morbidity And Life Span, Annals of the New York Academy of Sciences, 2007
13 - Kuller LH. "Dietary fat and chronic diseases: epidemiologic overview". J Am Diet Assoc. 1997 Jul;97(7 Suppl):S9-15.
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15 -Eugenia Killoran, Olive Oil Nutrition "What’s Wrong With Olive Oil?" Disponível em:https://www.pritikin.com/your-health/healthy-living/eating-right/1103-whats-wrong-with-olive-oil.html
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17 - Eugenia Killoran, Olive Oil Nutrition "What’s Wrong With Olive Oil?" Disponível em:https://www.pritikin.com/your-health/healthy-living/eating-right/1103-whats-wrong-with-olive-oil.html
18 - Rudel LL. "Compared with dietary monounsaturated and saturated fat, polyunsaturated fat protects African green monkeys from coronary artery atherosclerosis". Arterioscler Thromb Vasc Biol 1995 Dec;15(12):2101-10.
19 - Rankin JW, Turpyn AD "Low carbohydrate, high fat diet increases C-reactive protein during weight loss".J Am Coll Nutr. 2007 Apr;26(2):163-9.
20 - Ornish D. "Intensive lifestyle changes for reversal of coronary heart disease." Jama 1998 Dec 16;280(23):2001-7.
21 - Ornish D. J "Intensive lifestyle changes may affect the progression of prostate cancer". Urol 2005 Sep;174(3):1065-9; discussion 1069-70.
22 - Esselsyn CB (1 Aug 1999). "Updating a 12-year experience with arrest and reversal therapy for coronary heart disease (an overdue requiem for palliative cardiology).". Am J Cardiol 84 (3): 339–41, A8.

BENEFÍCIOS DO JEJUM INTERMITENTE - A FORMÚLA DO EMAGRECIMENTO?

 JEJUM INTERMITENTE - A FORMÚLA DO EMAGRECIMENTO?


“A perda do apetite é o sinal da doença e a indicação da natureza de sua forma de cura. Ela demonstra ao organismo, seu próprio e único remédio. Seu único remédio é a abstinência.” Dr. Herbert Shelton, o maior especialista em jejuns da história. 


Como você provavelmente já ouviu o termo, jejum intermitente, um milhão de vezes, pode notar que ele está na moda. Mas porque? E o que é realmente jejum intermitente você sabe?


Jejum, vem do latin de abster-se de algo. Quando falamos que estamos em jejum, geralmente falamos que estamos nos abstendo de todo tipo de alimento, a não ser água. O jejum, apesar de ser algo contemporâneo a vida, o que todos organismos praticam ao longo da história de evolução, desde fungos, até drosofilias (mosquinhas de frutas), até ratos, ursos e nossos mais próximos parentes, primatas não humanos. Ou seja, o processo de limpeza celular que o jejum promove, o qual é chamado cientificamente de autofagia, é um mecanismo evolutivo, desde o início da vida na terra, nos organismos mais simples até os mais complexos, até mesmo plantas tem seus períodos de jejum. 

Portanto, o jejum é algo pré-histórico de milhões de anos e praticado por todos animais, quando doentes, ou quando forçados a escassez de alimentos, como um mecanismo de proteção, uma forma de redirecionar o trabalho do organismo do processo de digestão para o processo de reparo. 


Há 2500 anos, desde Hipócrates, médico grego, considerado o pai da medicina ocidental, o jejum já era visto como algo benéfico a saúde, mas ainda não tinhamos dados científicos do porque. Parafraseando Hipócrates:  “Todos temos um médico dentro de nós; devemos apenas auxiliá-lo em seu trabalho. O poder natural de regeneração interno é a maior força que temos para retornar à saúde. A nossa alimentação deve ser o nosso medicamento. O nosso medicamento deve ser a nossa alimentação. Porém, comer quando se está doente, é alimentar a doença” 


Temos inúmeros outros grandes nomes da história humana, exaltando os benefícios do jejum como, Platão que sugeria: “Eu jejuo para uma maior eficiência física e mental” Platão, famoso filósofo grego e um dos fundadores da filosofia ocidental. Mais recentemente, na idade média,  Paracelsus, o famoso médico suíço, declarou que “Jejuar é o maior remédio, o médico que vem de dentro”. E mais recentemente, o líder espiritual, Mahatma Gandhi  “Toda vitalidade e energia que tenho vem a mim porque meu corpo é purificado pelo jejum”. 


Em 2016, Yoshinori Ohsumi, ganhou o prêmio nobel de medicina por mostrar os mecanismos da autofagia, que vêm do grego e significa, comer a si mesmo, o processo de reciclagem e limpeza celular, que promove os inúmeros benefícios que são relatados por todos que já praticaram o jejum. 

Mas, quais são as formas de jejum então? Existem inúmeros “jejuns”, como jejum de sucos, que não é na verdade um jejum mas uma dieta líquida. Existe o jejum de água, que é beber apenas água por um dia ou mais, o jejum intermitente, que consiste em ficar longos períodos do dia sem comer, ao invés de beliscar algo de duas em duas horas, a idéia seria ficar por exemplo 5, 6 ou mais horas entre cada refeição. Existem outras formas também como o chamado FMD (Fasting mimicking diet, criado pelo biológo e um dos principais cientistas de jejum, o Valter Longo) ou o 5 x 2, popularizado pelo médico britânico Michael Mosley, após o documentário da BBC “Eat, fast and live longer” que teve o médico como apresentador e a publicação do seu livro “Fast diet - a dieta do jejum”, que consiste em 5 dias na semana comer a dieta padrão e 2 dias por semana reduzir a ingestão calórica em até 75%. Ou o “alternate day fasting - dias alternados de jejum” aonde a pessoa come normalmente em um dia e jejua o outro completo, mas isso é mais usado em pesquisas de laboratório e não seriam praticos e viáveis no dia a dia. De qualquer forma, seja o JI (jejum intermitente) ou qualquer outra forma de jejum, é essencial acompanhamento médico e nutricional, seja para a mudança de dieta ou estilo de vida que for, devemos ter acompanhamento. Ou ainda existe também a restrição calórica (RC), que consiste em reduzir em 20 a 30% do total de ingestão calórica, mas com boa nutrição. 



Uma idéia boa do jejum intermitente é o que chamamos de 16 x 8 ou o que eu faço, que seria 18 x 6. Ou seja, a pessoa fica 16 horas em jejum e com apenas durante uma janela de oito horas por dia. Mas então porque fazer o Jejum intermitente?


Vendo pelo lado teórico, lógico, podemos perceber que apenas ruminantes comem o dia todo. Animais carnívoros só comem no máximo uma vez ao dia e os primatas antropóides (lembrando que seres humanos são classificados na biologia como primatas antropóides, pois compartilhamos 99% do nosso material genético com o chimpanzé, gorila e o bonobo), comem em média apenas duas vezes ao dia. A palavra café da manhã em frânces foi inventada apenas há 200 anos (petit déjenuer), pois os relatos da grécia antiga e da idade média, é que só se faziam duas refeições, como a citação de Sócrates: “ Civilizações que comem mais de duas vezes ao dia são bárbaros”. 


Pensando em nosso habitat natural, não tem comida disponível, o tempo toda, já cozida, temperada e empacotada esperando ser consumida. Alimentos frescos, são ricos em água e altamente perecíveis, portanto ao acordar, não teríamos o café da manhã já servido. Precisaríamos, nadar, escalar, andar, lutar contra predadores, ser muito ativo fisicamente prévio a cada refeição. E como não teria como estocar comida, os períodos de refeição a cada dia seriam bem espaçados e sem geladeiras ou grãos secos e panelas para cozinhar, a escassez de alimentos iria ocorrer periodicamente, levando o organismo a utilizar sua gordura previamente armazenada para se manter por curtos períodos de tempo. 


Mas e a parte científica? O JI, jejum de água ou RC tem dados científicos comprovações? Que se é para privar-se de comida por muitas horas, é bom que tenham benefícios correto? (Alguns dados ainda são apenas comprovados em animais não humanos).


  • Perda de peso, gordura corporal e melhora em problemas metabólicos correlacionadas a obesidade e sobrepeso.

  • Benefícios cognitivos por várias razões, principalmente pela produção de BDNF (Brain derived Neurothropic Factor - Fator neurotrófico derivado do cérebro - proteína produzida no intestino que estimula a neurogênese, produção de novos neurônios) 

  • Redução de biomarcadores correlacionados a cânceres, doença cardiovascular, diabetes e doenças neurocognitivas (proteção contra essas doenças), tais como IGF-1, insulinemia, glicemia, colesterol entre outros.

  • Regeneração múltipla dos sistemas, como o Dr. Valter Longo provou em uma pesquisa recente, todos os sistemas começam a ser regenerados e rejuvenescidos, induzido até mesmo regeneração de células beta-pancreáticas (que secretam insulina), células tronco e renovação das células do sistema imune, um melhor equilíbrio de células linfoídes para mielóides (L/M ratio), similar a um organismo mais jovem. 

  • Redução da inflamação e estresse oxidativo

  • Aumento do tempo de vida e menor propensão a doenças

  • Entre muitos outros que são relatados por praticantes, como maior calma, concentração e espiritualidade. 








“Se restringirmos as calorias que um animal pode comer, por alimentá-lo com menos do que ele necessita ou com jejuns periódicos, nós conseguimos prolongar seu tempo de vida significantemente. Na verdade, animais que jejuam periodicamente podem até mesmo dobrar seu tempo de vida” Dr. Edward J. Masoro PhD, Fisiólogo.

“Em praticam a RC promove a desaceleração do envelhecimento, prolonga a juventude e atrasa o aparecimento de doenças relacionadas à velhice. Jejum e RC são na verdade, a única forma cientificamente compravada de prolongar o tempo de vida 26. Em experimentos de laboratório, alguns animais chegam a mostrar 400% de aumento em seu tempo de vida. Inúmeras evidências na literatura científica demonstram que ratos com ingestão calórica reduzida em um terço, viviam em torno de 30% a mais do que quando eram alimentados “ad libitum”. Isso é, chegam a viver quarenta meses a mais, o que equivaleria a cem ou mais anos para humanos.

De acordo com o Dr. Shelton, mosquitos forçados a jejuar em laboratório, os quais têm um tempo de vida curto de apenas dois dias quando permitidos a comer “ad libitum”, chegam a viver até mesmo mais de quarenta dias. Um dos principais pesquisadores no processo de senescência em animais, o professor C. M. Child da Universidade de Chicago, em seu livro “Senescência e rejuvenescência”, alega que algumas espécies, com comida em abundância vivem apenas três ou quatro semanas. Mas quando o crescimento é impedido devido à falta de alimentos, elas podem continuar ativas e novas por pelo menos três anos”. Trecho do livro Jejum Higienista - A cirurgia da natureza de Eduardo Corassa.


“Eu jejuo para uma maior eficiência física e mental” Platão, filósofo grego e um dos fundadores da filosofia ocidental.


Em suma, jejum não é brincadeira e não deve ser praticado sem supervisão e recomendação médica, de preferência alguém que entenda também sobre o modelo de saúde que chamamos de Higienismo, do inglês, Natural Hygiene. Ou mais coloquialmente, a ciência da saúde. Mas, que temos dados científicos mais que suficientes para mostrar seus benéficos resultados e que não devemos temê-lo e sim usá-lo sabiamente, temos!


Temos uma playlist cheia de vídeos de depoimentos no youtube, um documentário no assunto e um livro publicado, com o que há de mais recente na literatura médica e na higienista. Educação é o primeiro passo para mudança. O segundo é acompanhamento profissional. Após 14 anos de prática, jejuns longos de água de 7 até 24 dias, estudos e até mesmo estágio em instituições de jejum higienista medicamente supervisionada, seu autor e nutricionista que vós escreve, alega com convicção que jejuar é uma dádiva da natureza, quando devidamente aplicado.





Sugestão estudos 


Livro “O jejum Higienista - A cirurgia da Natureza” - Leia mais em nosso site www.saudefrugal.com.br (as 20 primeiras páginas do livro, trechos, sinopse etc).

 



Documentário - Jejum - A cirurgia da natureza gratuito em www.youtube.com/saudefrugal




Referências bibliográficas


Mark P Mattson; “Lifelong brain health is a lifelong challenge: from evolutionary principles to empirical evidence”. Ageing Res Rev 2015 Mar;20:37-45.


Mattson MP, Longo VD, Harvie M. Impact of intermittent fasting on health and disease processes. Ageing Res Rev. 2017;39:46-58. doi:10.1016/j.arr.2016.10.005


Eduardo Corassa; “Jejum Higienista - A cirurgia da Natureza”. Saúde Frugal 3 ed. 2019


Catterson JH, Khericha M, Dyson MC, et al. Short-Term, Intermittent Fasting Induces Long-Lasting Gut Health and TOR-Independent Lifespan Extension. Curr Biol. 2018;28(11):1714-1724.e4. doi:10.1016/j.cub.2018.04.015



Longo, Valter et al; “A Periodic Diet that Mimics Fasting Promotes Multi-System Regeneration, Enhanced Cognitive Performance, and Healthspan Cell Metabolism 22(1) · June 2015


Valter Longo; "Fasting-mimicking diet promotes Ngn3-driven β-cell regeneration to reverse diabetes". Cell. 2017 February 23; 168(5): 775–788.e12. 


Goldhamer, Alan et al. “Medically supervised water-only fasting in the treatment of hypertension”Journal of Manipulative & Physiological Therapeutics, Volume 24, Issue 5, 335 - 339


CIÊNCIA DO CRUDIVORISMO — PORQUE EU NÃO TENHO FOGÃO E NÃO QUEIMO MEUS ALIMENTOS HÁ 14 ANOS   (Nutricionista Eduardo Corassa)


O crudivorismo é o ato de se alimentar com alimentos crus. Crudivorista é uma pessoa que come uma dieta exclusivamente crua. O homem é o único organismo vivo que altera quimicamente seu alimento através do cozimento. Existem quase 700.000 mil espécies animais no planeta e de todas elas, somente o homem não vive de alimentos orgânicos e não cozidos.


Dados antropológicos indicam que a raça humana habita a terra em média há 8 milhões de anos. Dados de antropologia, paleoantropologia e geologia, indicam que seres humanos provavelmente desenvolveram o uso do fogo há aproximadamente 1 milhão de anos, entretanto, não se sabe ao certo quando seres humanos começaram a cozinhar. Já que não tínhamos internet, modismos antigamente não pegava tão rápido, então não sabemos quando a prática do cozimento foi disseminada, mas acreditamos que foi durante a última era glacial, que ocorreu há 100 mil anos, que levou ao congelamento do globo, a falta de nossos alimentos naturais, frescos, diretos da árvore (Frutas, vegetais e oleaginosas), impulsionando seres humanos a acharem soluções para sobreviverem. 


Ao descobrir que o fogo nos permitia a alterar alimentos insossos e indigestos crus, como grãos, leguminosas, tubérculos, carne, ovos, etc. seres humanos por questões de sobrevivência, começaram a cozinhar. Com certeza, não foi por gosto, já que sem temperos, sem sal, sem panelas para cozinhar devidamente o alimento (panelas foram inventadas há menos de 10 mil anos), sem talheres, sem pratos, sem tigelas para misturar os alimentos e torná-los no que chamamos na atualidade de “refeição equilibrada e nutritiva”, não teríamos tanto prazer em comer arroz, feijão, batata, vaca, menstruação de galinha não fertilizada e secreções mamárias de ruminantes. 


 No dia 15 de maio de 1979, o prestigiado Jornal New York Times publicou que o Dr. Norman Walker, antropólogo da Universidade de John Hopkins, através de um microscópio de elétrons, descobriu diferenças impressionantes ao comparar padrões de desgastes dentários de duas espécies de humanos da pré-história, Homo Erectus e Australopiteco. Os desgastes dentários do Homo Erectus eram de um animal onívoro, que comia uma dieta variada de raízes, nozes, frutas, folhas verdes e carne. Enquanto os de seus antecessores, o Austrolopiteco, era de um frugívoro, comendo uma dieta exclusiva de frutas, vegetais, sementes e nozes. Parafraseando Galeno, médico e filósofo romano da antiguidade, um dos pais da medicina:  “O primata é como o homem em víscera, músculos, artérias, veias, nervos e ossos.”  



Seres humanos, como são constituídos geneticamente, extremamente similares aos primatas antropoides, são feitos primariamente para sentir o gosto doce, na ponta da sua língua. Uma indicação biológica da nossa predisposição ao consumo de frutas e vegetais, os únicos alimentos doces que existem na natureza. Até o ser humano aprender a refinar e industrializar o açúcar da cana e da beterraba, o único açúcar na natureza por toda a evolução do planeta terra foram apenas as frutas maduras e vegetais suculentos. 



Portanto, ao analisarmos diferentes ciências, percebemos que o ato de cozinhar os alimentos é algo extremamente recente em termos de evolução humana, algo feito por menos de 0,00000001% do nosso tempo de existência. E por mais que começamos a cozinhar provavelmente há 100 mil anos, com tanta fruta e vegetal cru e fácil de ser consumido, saboroso e prático, duvido que seres humanos cavariam à terra até achar, batatas ou inhames feios, duros e cheios de terra, colheriam minúsculos grãos que demoram muito tempo para serem colhidos e que só pássaros os consomem na natureza, colheriam feijões secos e insossos, aprisionariam e abateriam as vacas, limpariam suas entranhas, ossos e sangue até chegar a sua “bela picanha”, montariam um fogaréu, desenvolveriam uma panela (pois antes da panela, só podiam queimar as coisas diretamente no fogo como em um “churrasco primitivo”, e passariam algumas horas para montar tal refeição “saudável e cozida” e  a consumiriam sem sal e temperos, já que o uso do sal é algo que tem menos de 3 mil anos aproximadamente, e todo marinheiro sabe que ao naufragar, não deve beber água do mar, pois pode até mesmo o matar de desidratação. 



Portanto, obviamente, posso questionar a perda de nutrientes que todos nós já ouvimos falar que ocorre com o cozimento. Posso questionar a formação dos PRMs, os subprodutos da reação de Maillard , aproximadamente 420 substâncias tóxicas que são formadas durante o cozimento, as quais mesmo pouco estudadas ainda, muitas são consideradas, cancerígenas, mutagênicas, genotóxicas, teratogênicas, clastogênicas, pró-inflamatórias, diabetogênicas, pró- ateroscléroticas, neurodegenerativas e responsáveis por atrofia cerebral (no caso dos AGEs – subprodutos da glicação avançada), imunotóxicas, reprotóxicas, oncogênicas, entre outros problemas. 


Posso questionar que permite seres humanos comerem alimentos não adaptados a nossa espécie, como grãos, leguminosas, tubérculos, produtos de origem animal entre outros. Porque devemos pensar, se a ciência prova que evoluímos por milhões de anos consumindo uma dieta frugívora (primariamente frutas, vegetais e oleaginosas como nossos parentes mais próximos, os primatas antropoides) e já que não conseguimos comer cru e com gosto, arroz, quinoa, feijão, grão-de-bico, inhame, aipim, pedaços de animais, ovos e secreções mamárias, será mesmo que nossa anatomia, fisiologia e bioquímica é adaptada a tais alimentos e nosso processo nutricional não será afetado pelo consumo dos mesmos? Será que não seríamos mais saudáveis consumindo uma dieta similar a qual nossos corpos evoluíram por milhões de anos? 


A óbvia predisposição do paladar humano ao doce e ao salgado (o primeiro constituinte das frutas e vegetais – açúcares e sais minerais), a predisposição ao espectro de todas as cores que nossos olhos conseguem enxergar, primatas tem capacidade visual extremamente desenvolvida, não só enxergando cores mas como profundidade, através do que chamamos de visão estereoscópica o que permite uma vida arbórea e a diferenciação de frutas verdes e maduras, assim sendo atraído pelos alimentos mais nutritivos (frutas maduras, ricas em fito nutrientes). 


A óbvia predisposição de nossas mãos e polegares opostos, que permitem a vida arbórea e a coletar frutas e vegetais que cabem perfeitamente em nossas mãos (imagine um leão tentando subir em árvores, coletar frutas e consumi-las. Ele não enxerga cores, não tem como coletar alimentos ou se pendurar em galhos e não tem a capacidade de sentir o gosto doce, muito menos a possibilidade de digerir carboidratos pela sua falta de amilase, enzima gástrica e salivar que digere amido).


  Portanto, existem milhares de questionamentos que posso fazer ao cozimento, mas, para simplificar e caber em apenas um rápido artigo, porque não comer alimentos direto da árvore, como a criação fez para ser, como fizemos por 8 milhões de anos antes do fogo e o que mantém nossos parentes mais próximos saudáveis e fortes ao longo de 40 milhões de anos de evolução, já que um chimpanzé vive primariamente de frutas e folhas (sua proteína vem em sua grande maioria da fruta), ele pode em média comer um outro macaco pequeno uma vez por mês ou até levar 3 meses sem consumir e em pequenas quantidades, dividindo para uma tribo inteira poucos macacos. E ele é o mais “onívoro” de todos os primatas, enquanto o próprio gorila de 260 quilos é praticamente vegano, tendo algum consumo raríssimo de insetos. 


Se estes animais compartilham 99% do nosso material genético e são mais saudáveis e fortes que seres humanos, porque temos tanto medo de comida crua? Se as 700 mil espécies que compartilham o planeta conosco vivem de comida crua e só o ser humano cozinha e sofre de doenças degenerativas, porque temos medo alimentos crus, achando que fruta é prejudicial a saúde? Se temos dados científicos epidemiológicos que o consumo insuficiente de frutas é a principal causa de morte no mundo e que frutas e vegetais até mesmo previnem diabetes, obesidade, câncer, doença cardiovascular, doenças respiratórias, doenças neurológicas e psiquiátricas, porque não aprender com “animais inferiores” sobre como nos nutrir melhor. Pois o animal superior, aka homo sapiens “homem sábio” não tem sido tão sábio assim, achando que podem queimar e industrializar os alimentos perfeitos fornecidos pela criação, alimentos que brotam das árvores, coloridos, doces e suculentos, e melhorá-los. Chega a ser piada chamar os primatas antropóides de “onívoros”, quando as pesquisas médicas científicas indicam que eles como nós somos frugívoros não especializados. Quando muitos o chamam de onívoros e comparam seres humanos que comem proteína animal, todo dia, em toda refeição, queimada no fogo, com sal, temperos e misturada com dezenas de ingredientes vegetais para saborizá-la.


Queimar os alimentos perfeitos que a natureza nos fornece é ao meu ver, um insulto a criação e de acordo com o Dr. Francis M Pottenger, em uma pesquisa de 100 anos atrás em gatos, causava degeneração da espécie deles com efeitos transgeracionais e epigenéticos. Agora vemos seres humanos nascendo com todo tipo de doença crônica e cada vez mais fracos e doentes. Será que não estamos nos deteriorando ao cozinhar? Será que realmente é tão difícil, comer mais bananas, caquis, figos, melancias, laranjas, alface, tomate, pepino, brócolis, couve-flor, repolho, castanha do pará, nozes, semente de girassol, pistaches, ervilhas frescas, milho fresco, etc.?


       De um nutricionista que vive há quase 14 anos de comida crua, sugiro fortemente, considerar ler mais sobre a ciência do crudivorismo, e como sua saúde pode melhorar drasticamente, como a minha melhorou. Há 14 anos, era diabético, obeso, doente, imunodeficiente entre inúmeros outros problemas. Eu decidi que não queria mais sobreviver mas sim prosperar e fiz a melhor mudança da minha vida. Joguei meu fogão fora, e aprendi a Cruzinhar. 


Parte 2 - Anatomia, Fisiologia e bioquímica de animais carnívoros, herbívoros e frugívoros



Carnívoros São os animais que comem a princípio outros animais, não apenas alguns cortes da carne, mas o animal praticamente inteiro. Têm um sistema intestinal curto, apenas três vezes o tamanho do corpo, permitindo a passagem da carne de forma relativamente rápida, antes que ela tenha alguma chance de apodrecer e causar doenças. Eles engolem a carne sem nem mesmo mastigá- -la, enquanto que os herbívoros e frugívoros precisam mastigar e salivar seu alimento preparando-o para a digestão.


Eles secretam ácido hidroclorídrico 1100% mais forte do que os humanos (ácido necessário para digestão de proteínas), e tem ácidos estomacais tão fortes que conseguem digerir até os ossos. Possuem fígados maiores do que os animais vegetarianos, permitindo lidar com maiores quantidades de proteína e seus subprodutos. Possuem sangue, urina e salivas ácidas e uma tolerância a micróbios que seriam mortais a qualquer humano. Ausência de ptialina (amilase salivar), enzima essencial para a digestão de carboidratos, presente na saliva de animais que comem plantas. Secretam a enzima Uricase, que quebra o ácido úrico, que é um produto tóxico do metabolismo da proteína da carne. Ausência também da glicoquinase, enzima contraladora do metabolismo de carboidratos, Suam apenas pela língua e por isso ofegam com a língua para fora, com o intuito de se resfriar. 


Possuem quatro patas que os auxiliam em uma rápida locomoção para caçar. Tem dentes pontudos e garras adaptadas para devorar sua presa, conseguindo facilmente rasgar a carne de suas vítimas. Suas mandíbulas se movimentam apenas na vertical e são protuberantes, o que facilita abocanhar e comer animais. Sua cavidade oral permite abocanhar por completo suas vítimas, conferindo uma óbvia vantagem em capturar, matar e desmembrá-las. Sua capacidade de farejar é infinitamente maior do que a dos seres humanos o que facilita caçar. Carnívoros caçam e comem carne para sua sobrevivência e nutrição, sua programação biológica é feita para tal, sentem prazer no ato da caça e ao devorar o animal vivo.


 Tem o verdadeiro instinto de caça e assassino. Eles se deliciam com carne crua e comem o animal inteiro, incluindo seus ossos, órgãos, sangue, pois isso é necessário para nutrição deles. Estudos demostram que, se eles consumirem apenas a “carne” como nós o fazemos, sofrem deficiências nutricionais e sinais de osteoporose e osteomalacia, já que a grande maioria do cálcio na dieta deles é obtida através da ingestão dos ossos do animal. Eles precisam do animal fresco e inteiro, carne, ossos, músculos, orgãos como o intestino etc8 e ainda por cima, não precisam das alterações nutricionais e patológicas da carne cozida. Possuem necessedidades nutricionais completamente diferentes dos herbívoros e frugívoros. 


Em termos de macronutrientes, precisam de uma dieta rica em gordura e sofrem de diabetes, quando são alimentados com uma dieta rica em frutas. Como leciona o renomado médico vegano Dr. John McDougall: “Uma das diferenças nutricionais entre carnívoros e os outros animais (incluindo os seres humanos), que se alimentam das plantas, é a habilidade de fazer vitamina A de um precursor encontrado em grandes quantidades nas plantas, chamado betacaroteno. Os carnívoros não conseguem utilizar o betacaroteno como um precursor da vitamina A. Eles não necessitam dele e durante sua evolução, sempre tiveram um fornecimento pré-formado de vitamina A (retinol) na carne. Assim como são incapazes de sintetizar niacina (vitamina b3), o qual é um nutriente abundante na carne.


 Devemos lembrar que eficiência é essencial para a sobrevivência de uma espécie, portanto seria ineficiente produzir constantemente no corpo algo que é desnecessário. Da mesma forma, a vitamina C que é abundante nas plantas e isenta na carne,os carnívoros, são capazes de sintetizá-la, portantonão é uma vitamina para eles, pois não é "vital"

Herbívoros comem primariamente grama, folhas e ervas. Seus intestinos são delicados e convolutos vinte ou mais vezes, mais longos que seu corpo. Possuem três a quatro compartimentos estomacais, por precisarem de um aparato digestivo mais elaborado devido à necessidade de processar sua dieta rica em alimentos fibrosos, com compostos como a celulose. Por isso, são capazes de secretar a celulase e outras enzimas que são necessárias para digerir os diversos tipos de plantas que ingerem. Possuem e andam nas quatro patas e diferente dos carnívoros, tem cascos que são feitos para facilitar sua movimentação através de longas distâncias nos gramados. Como os frugívoros, suam por seus poros através de todo seu corpo, em função de se resfriar. Seus dentes e mandíbulas são adaptados para mastigar e triturar, uma habilidade única de animais que se alimentam de plantas. 


Possuem uma natureza pacata e inofensiva e tendem a comer durante todo o dia, devido à baixa densidade calórica de seus alimentos naturais. Podemos facilmente observar vacas e outros animais herbívoros salivando ao comer e ver a vegetação, um claro indício de sua diferente natureza dietética comparado aos carnívoros ou frugívoros.  Frugívoros Se alimentam primariamente de frutas e vegetais. Possuem um sistema intestinal completamente diferente dos carnívoros ou herbívoros. Consideravelmente mais longo do que o dos carnívoros e mais curto que os herbívoros. É em média, dez a doze vezes o tamanho do seu corpo e contém um estômago e duodeno.


 São dotados de faces e mandíbulas retas, que se movimentam vertical e lateralmente, enquanto os carnívoros não possuem movimento lateral e tem a face e mandíbula projetadas para frente. Possuem 32 dentes (12 molares, 8 pré-molares, 8 incisivos e 4 caninos). Exatamente a mesma ordem e quantidade que seres humanos. Possuem duas mãos e pernas ao invés de quatro patas e podem andar em dois apoios e eretos, como nós. Qualquer pessoa, analisando e comparando, percebe a diferença nos dentes afiados e pontudos dos carnívoros em comparação aos dos primatas antropóides e os do homem. 


Os caninos dos frugívoros não são afiados ou longos como o deles. Outro fator que claramente demonstra que frugívoros não foram projetados pela natureza para a caça e o consumo de carne é a falta de ferramentas físicas que constituem um predador. Não possuem grandes dentes afiados ou uma imensa abertura das mandíbulas, garras afiadas, veneno ou até mesmo a grande velocidade que um carnívoro consegue desenvolver para alcançar sua presa. Usain Bolt, o corredor mais rápido da história, consegue alcançar uma velocidade de 44 km/h, enquanto o geopardo, chega a 115. A boca do frugívoro não consegue nem machucar ou tirar pedaços de outro animal se eles tentarem abatê-lo. Como herbívoros, se resfriam através do suor por toda sua pele, ao invés de pela língua. São apenas capazes de beber líquidos através de goles, utilizando a sucção com a boca e não como carnívoros o fazem, com lambidas de suas longas línguas protuberantes para jogar a água para dentro. Frugívoros têm seu sangue, urina e saliva alcalinas. São dotados de visão colorida e binocular. Seres humanos e os primatas são praticamente os únicos animais que conseguem sentir o gosto doce e possuem uma inclinação natural por alimentos doces. 


Possuem uma anatomia que os permite escalar árvores e viver uma vida arbórea, movimentando-se por elas. Suas mãos e polegares opostos permitem que segurem e manipulem pequenos objetos, como descascar frutas, sementes e vegetais. O número e a posição das glândulas mamárias, a posição e estrutura dos 75 órgãos sexuais, o tipo da placenta humana entre inúmeros outros fatores é extremamente similar ao dos primatas antropóides, comprovando o fato que a constituição do ser humano é frugívora. Alguns sugerem que não somos animais, então não podemos utilizar a anatomia comparada e as similaridades fisiológicas e biológicas para determinar a alimentação natural humana. 


Entretanto, precisamos nos enquadrar em alguma categoria, somos vegetais ou animais. Apesar de não sermos “animais”, com que tipo de animal na natureza você acredita que somos mais parecidos? Uma vaca, um leão, um pássaro, ou um primata antropóide? Curiosidade: Humanos possuem intestinos levemente mais curtos que as outras espécies frugívoras. Acredita-se que isto é devido a sermos criados para um percentual de frutas maior do que eles.




Parte 3 - Malefícios do Cozimento


“Não mateis nem homens, nem animais, nem o alimento que vai para vossa boca. Pois, se comerdes comida viva, a mesma vos vivificará, mas se matardes a vossa comida, a comida morta também vos matará. Pois a vida só vem da vida, e da morte só vem à morte. Tudo o que mata os vossos alimentos, mata-vos o corpo também. E tudo o que mata o vosso corpo também mata vossa alma. E o vosso corpo torna o que são os vossos alimentos, como o nosso espírito se torna o que são nossos pensamentos” O Evangelho Essênio da Paz.


Os danos provocados pelo cozimento Quanto mais cozinhamos, mais destruímos o nosso alimento, mais ele perde o valor nutricional e se torna cada vez mais prejudicial à saúde. Um alimento cozido “estraga” mais rápido do que um alimento cru, quando fora da geladeira, porque o cozimento causa a oxidação e assim o alimento rapidamente se deteriora. Na verdade, após o cozimento, ele já está “estragado”.


 Se cozinhamos em temperaturas altas, durante longo tempo, a única coisa que sobrará será cinza. Nutricionalmente falando, não existem benefícios em cozinhar alimentos crus, apenas malefícios. Portanto, só deveríamos cozinhar na falta prolongada de alimentos crus e frescos, quando estivéssemos ameaçados pela inanição. Interessante o fato de quase todas as pessoas atearem fogo em seu alimento. 


Se não ateiam diretamente, utilizam uma panela, passando o calor para o alimento e fica visível a olho nu a destruição e a perda da vida do alimento, ele vai ficando murcho, perde sua cor vibrante e cada vez mais escuro. Não entendemos que o fogo que queima nossa mão, é o mesmo que "aquece" nossa comida. Sabemos que morreríamos se fossemos “cozidos” ou expostos ao fogo em altas temperaturas, mas não temos noção da destruição que o mesmo causa na comida e dos efeitos deletérios que sofremos ao consumi-la após essas alterações químicas. 


Como podemos acreditar que tal prática não é maléfica? Quando aquecemos alimentos acima de 47° Celsius damos início a inúmeros problemas. Como uma regra exata, se a panela estiver tão quente a ponto de não conseguirmos colocar nossa mão, esta temperatura já é suficiente para alterar de forma adversa qualquer alimento. O cozimento acarreta os seguintes danos: 


A perda do real sabor do alimento, engana nossos sentidos, permitindo a ingestão de alimentos não adaptados a nossa fisiologia. Torna viável a ingestão de alimentos cujo o gosto não é apreciado por nossas papilas degustativas em seu estado cru. Alimentos cozidos, ricos em amido e gordura, são insípidos a língua humana, precisam de temperos e outras substâncias para “dar sabor” e por isso os utilizamos (sal, açúcar, MSG). Entretanto, esses condimentos são nocivos a saúde, irritam nossos órgãos digestivos e prejudicam a digestão. Uma banana fresca, crua e madura é deliciosa ao natural. Entretanto quando cozida, quase não tem gosto e por isso colocamos açúcar e canela. 


A água é removida de dentro do alimento. Esta é uma das principais razões que pessoas adeptas da comida cozida sentem tanta sede. Sabemos que o corpo humano é em sua maior parte constituído por água e, portanto, ela é um dos nutrientes essenciais à saúde, no entanto, jogamo-la “fora” ao cozinhar. Enzimas, coenzimas e a maior parte das vitaminas são destruídas pelo calor. A fibra, antioxidantes e outros fitonutrientes também são danificados. Enquanto os minerais, ao invés de serem destruídos, são perdidos (lixiviados na água) e os que ficam se tornam menos biodisponíveis. É amplamente conhecido que diversos nutrientes como vitaminas, enzimas e fitonutrientes são especialmente vulneráveis e destruídos, mesmo quando submetidos a temperaturas relativamente baixas. 


A coagulação, desnatarução e a deaminação das proteínas, as torna menos digestíveis, assimiláveis e biodisponíveis ao corpo. Proteínas não digeridas devidamente são uma das principais causas de alergias, pedras e falhas dos rins, artrite e outras doenças autoimunes. } A caramelização e dextrinização dos carboidratos, torna os alimentos menos digeríveis. Outros problemas são gerados, como a produção de acrilamidas, uma substância altamente cancerígena.


 Em adição, carboidratos cozidos contém glicotoxinas e uma destas é um (AGE) “subproduto final da glicação avançada”. (AGEs) contaminam o corpo, deixando-o vulnerável ao câncer, alzheimer e várias outras doenças, causando o envelhecimento precoce. As gorduras tornam-se rançosas quando expostas ao calor, ar ou luz. 


E, ao serem cozidas ficam “grudentas”, facilmente agarrando nas paredes de nossas artérias. Verificamos quão grudenta é a gordura cozida, quando lavamos pratos e panelas usados para cozinhá-las e comê-las, ou ao lavarmos nossas mãos após comer pizza sem talheres. Agora imagine o que ocorre quando essa gordura grudenta percorre suas artérias. Em termos científicos, a gordura aquecida forma hidroperóxidos e aldeídos, composto geno, neuro e citotóxicos e marcardores do estresse oxidativo.


 Quando aquecemos a gordura, ela fica rançosa, produzindo radicais livres, 58 acroleinas e outros mutagénos e cancerígenos. Para agravar, o cozimento transforma algumas gorduras insaturadas em saturadas. Métodos de cozimento em altas temperaturas (frituras, churrascos) fazem a gordura produzir substâncias cancerígenas como os hidrocarbonetos, nitrosaminas, benzopirenos, entre outras. 


Como confirmado por centenas de pesquisas no prestigioso livro “Diet, Nutrition and Cancer” do comitê da "National Research Council", durante o cozimento são formadas antivitaminas, antinutrientes, perigosos radicais livres, substâncias cancerígenas e mutagénas, que não se encontravam ali, antes do cozimento. Radicais livres são comprovadamente uma das causas do câncer. 


Quando você diminui a quantidade de radicais livres em seu corpo, você diminui seu risco de câncer. Cozinhar, queimar ou defumar produz altos níveis de moléculas heterocíclicas, muitas das quais adutam ao DNA e são cancerígenas. Nosso sistema imune reage à introdução de alimentos cozidos da mesma maneira que substâncias patogênicas como bactérias e vírus. A leucocitose digestiva ocorre após a ingestão de alimentos cozidos, demonstrando que não é algo normal ou benéfico ao nosso corpo. As fibras naturais são radicalmente alteradas, aumentando o tempo dos alimentos no trânsito intestinal. O mesmo alimento cru, que passa rapidamente pelo nosso intestino, demora o dobro ou o triplo do tempo quando cozido. Isto facilita a fermentação de carboidratos, a putrefação de proteínas, causando a intoxicação, já que os subprodutos deste processo de apodrecimento vão parar na corrente sanguínea.


 O cozimento facilita a ingestão excessiva de calorias, devido a dois fatores, o primeiro é que a perda de água, ocorrida durante a fervura, diminui o volume do alimento, facilitando ao indivíduo conseguir ingerir uma quantidade maior e anormal. Esclareça-se ainda que a densidade calórica dos alimentos usualmente cozidos, tende a ser maior do que a de nossos alimentos naturais, por isso consumimos quantidades absurdamente maiores de calorias do que naturalmente consumiríamos. } A má nutrição causada por calorias vazias faz com que nosso corpo, mesmo já satisfeito, ansie por mais nutrientes, devido ao fato de nossas células estarem mal nutridas. Levando-nos a consumir mais alimentos. O que é sem dúvida uma das causas de desordens alimentares e obesidade. 



Referência bibliográfica


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