Nutrição vegana - A solução para sua saúde, a dos animais e a do planeta.
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Capítulo 6 gratuito
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Ìndice
Capitulo 1 – Por que ser
vegano
Capítulo 2 – Alimentos
patogênicos
Capitulo 3 – Os
pioneiros médicos veganos
Capitulo 4 – Estudos
científicos
Capítulo 5 – Doenças de
afluência
Capitulo 6 – Como são
produzidos nossos “alimentos”
Capítulo 7 – Perguntas e
respostas
Capitulo 8 – O
veganismo na prática Texto da contracapa
Em um mundo conturbado pela ganância e poder onde a desigualdade impera,
seres humanos foram induzidos a crer nos últimos milênios, principalmente
no último século, que pedaços de animais mortos, suas secreções mamárias e
suas menstruações cozidas, fritas, assadas ou grelhadas são essenciais à
boa saúde e manutenção de seus organismos. E, que a famosa “proteína animal
de alto valor biológico” é algo primordial ao crescimento e desenvolvimento
do organismo humano.
Entretanto, existe uma imensa quantidade de dados científicos, acumulados
no último século, que comprovam que a pecuária e o consumo de produtos
animais são um erro e que existe uma forma melhor de nutrir o homem e de
cuidar do Planeta. Descobrimos que animais são seres sencientes, que
possuem um sistema neurológico avançado, o que lhes fornece a capacidade de
sentir e raciocinar, quase tão grande como a de seres humanos e, portanto,
matá-los em vão, apenas por entenderem que “gostam” de suas entranhas,
músculos e gordura é algo não só desnecessário, mas bárbaro.
Seja você um onívoro, um vegetariano durante a semana ou até mesmo um
ativista vegano, aprenderá dados cruciais ainda nunca apresentados na
literatura brasileira. Se você realmente gostaria de defender o veganismo,
beneficiar-se-á e muito ao aprender desde o lado científico relacionado à
saúde, prevenção de doenças, dados nutricionais, até as razões ambientais,
éticas e sobre direitos dos animais. Descobrirá o lado sórdido da produção
de animais em massa e como isso afeta nossa saúde e nosso Planeta,
verificando que as fazendas de outrora com suas “criações humanitárias”,
atualmente se tornaram indústrias de assassinato em massa. Verá ainda que
as principais vertentes da medicina e nutrição, na atualidade, recomendam
uma dieta vegana e que as civilizações mais longevas do mundo são
praticamente veganas.
Está pronto para saber de onde vem sua comida?
seres humanos foram induzidos a crer nos últimos milênios, principalmente
no último século, que pedaços de animais mortos, suas secreções mamárias e
suas menstruações cozidas, fritas, assadas ou grelhadas são essenciais à
boa saúde e manutenção de seus organismos. E, que a famosa “proteína animal
de alto valor biológico” é algo primordial ao crescimento e desenvolvimento
do organismo humano.
Entretanto, existe uma imensa quantidade de dados científicos, acumulados
no último século, que comprovam que a pecuária e o consumo de produtos
animais são um erro e que existe uma forma melhor de nutrir o homem e de
cuidar do Planeta. Descobrimos que animais são seres sencientes, que
possuem um sistema neurológico avançado, o que lhes fornece a capacidade de
sentir e raciocinar, quase tão grande como a de seres humanos e, portanto,
matá-los em vão, apenas por entenderem que “gostam” de suas entranhas,
músculos e gordura é algo não só desnecessário, mas bárbaro.
Seja você um onívoro, um vegetariano durante a semana ou até mesmo um
ativista vegano, aprenderá dados cruciais ainda nunca apresentados na
literatura brasileira. Se você realmente gostaria de defender o veganismo,
beneficiar-se-á e muito ao aprender desde o lado científico relacionado à
saúde, prevenção de doenças, dados nutricionais, até as razões ambientais,
éticas e sobre direitos dos animais. Descobrirá o lado sórdido da produção
de animais em massa e como isso afeta nossa saúde e nosso Planeta,
verificando que as fazendas de outrora com suas “criações humanitárias”,
atualmente se tornaram indústrias de assassinato em massa. Verá ainda que
as principais vertentes da medicina e nutrição, na atualidade, recomendam
uma dieta vegana e que as civilizações mais longevas do mundo são
praticamente veganas.
Está pronto para saber de onde vem sua comida?
Abaixo, alguns trechos do livro.
Introdução
Nunca pensei em viver sem carne. Em torno de um ano de
idade, meu estômago já era entupido de tecidos, músculos, secreções mamárias e
placentas de diversos tipos de diferentes animais. Até os 22 anos, praticamente
nunca havia conhecido ou convivido ao lado de um vegetariano e muito menos sabia
o que era um vegano. Por isso, nunca havia refletido na possibilidade de viver
sem produtos animais, pois não só não sabia dos benefícios, mas como dos malefícios
que ingeri-los produz.
Tenho que admitir, não me tornei vegano devido a pena
perante os animais. Não me tornei vegano devido aos problemas ambientais que a
produção de animais produz. Não me tornei vegano devido aos problemas sociais e
econômicos que financiar esta sórdida indústria causa. Posso dizer que foi uma
ação pensando apenas em mim, foi uma ação egoísta, pensando somente em minha
saúde, reverter certas enfermidades crônicas e melhorar minha performance no
meu trabalho. Não parei de consumir produtos animais por todas essas razões,
mas me tornei vegano, me orgulhei de ser vegano e me mantive vegano por todas
elas.
Entretanto, à medida que fui estudando a literatura
médica científica, livros de antropologia, nutrição, ética, filosofia,
cientistas ambientais, líderes do movimento vegetariano apresentando dados
extremamente convincentes, que mostravam que o rumo que tomamos em função de
nossa alimentação e sua produção, não era apenas altamente nocivo a minha
saúde, mas como a saúde de todos meus entes queridos, dos animais e do planeta.
Que pelas simples escolhas que optamos por priorizar diariamente, era a causa
de um imenso sofrimento humano e animal, ameaçava a destruição do planeta e o
término dos seus recursos naturais e diminuía imensuravelmente nossa qualidade
de vida, transformando todas as relações humanas em algo infinitamente mais
pobre, problemático, conturbado e sofrido.
Felizmente, por mais louco que soasse uma dieta sem
carne, leite e ovos, descobri que há décadas já existiam inegáveis evidências
científicas demonstrando seus incontáveis benefícios. Descobri que uma grande quantidade
de médicos e nutricionistas, de alto calibre, recomendavam uma dieta sem o
consumo de partes de defuntos não humanos. Descobri através do que é chamado no meio científico
de epidemiologia, algo mais interessante ainda, que por mais que fosse
inconsciente para estas pessoas, quanto mais uma civilização praticava essas
diretrizes dietéticas comprovadas pelos estudos científicos atuais, mais
longevas, prósperas, felizes, saudáveis, harmônicas, igualitárias, pacíficas,
elas eram.
Ao saber disso e obter os benefícios que uma dieta sem
crueldade nos fornece, fiquei extasiado. Mas fiquei impressionado ao perceber
que, por mais que estas informações já tivessem se tornado fato comprovado, e
centenas e mais centenas de estudos demonstrarem os mesmos resultados, o
público não era informado disso ou os que eram não mudavam, por pressão social.
Os próprios profissionais de saúde não eram informados disso. Portanto, comecei
a escrever livros em prol de compartilhar com o maior número de pessoas
possíveis, o que acredito que seja o futuro, o próximo passo da humanidade, o
verdadeiro caminho para paz, saúde e sustentabilidade global. Eu tinha a certeza
que provavelmente eu não conseguiria tornar o mundo inteiro vegano, mas que eu conseguisse
pelo menos diminuir o massivo consumo de carne, melhorar a saúde de milhares de
pessoas e incitasse uma mudança na vida de alguns milhões de pessoas, eu sentiria
que fiz algo benéfico durante essa minha humilde existência e consegui retribuir
o bem que todos esses profissionais veganos na área da saúde me forneceram através
de seus livros, palestras e trabalhos.
Veremos
através deste livro que a pior e mais ameaçadora guerra, não é aquela travada
por terroristas e traficantes, bombas nucleares e países rivais, vírus e
bactérias ou a ganância por petróleo e suas consequências catastróficas. As
piores armas de destruição em massa na atualidade são na verdade nossos garfos
e facas e nossas escolhas alimentares. Com isso, negligenciamos a nossa saúde,
os passando fome e necessidade e aos animais e ao planeta.
Peço apenas que não feche este livro pensando que você
nunca iria conseguir viver sem o prazer que a carne fornece, ou o conforto que
um leite quente proporciona ou sem fatias de queijo em seu sanduíche. Peço
apenas que leia os dados, razões e benefícios sem considerar as mudanças
necessárias, e que após adquirir toda a informação contida aqui, tome uma
postura perante seus hábitos alimentares.
Acredito que, em um futuro muito recente, o consumo de
produtos animais será visto como algo não só obnóxio, mas antiético e nocivo,
como o próprio consumo de cigarro que, até a poucas décadas atrás, era algo
sofisticado e bonito e hoje em dia já não é mais quase sociavelmente aceito e
até mesmo leis, cada vez mais estão sendo estipuladas para dificultar o seu
consumo, como estipulando taxas caríssimas para diminuir ou acabar com o seu
consumo.
Tenho certeza que, quando isto ocorrer, a humanidade
estará entrando em uma nova era. Já que se praticamos crueldade, causamos
sofrimento e dor a outras formas de vida, ou ingerimos seus pedaços, não obstante
quão “não evoluídas” elas sejam, não estamos e nunca estaremos realmente em paz.
Como alegou o antigo filósofo grego Pitágoras: "Que horror é meter entranhas em entranhas, engordar
um corpo com outro corpo, viver da morte de seres vivos. Enquanto o homem
continuar a ser o destruidor dos seres animados dos planos inferiores, não
conhecerá a saúde nem a paz. Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se
matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode
colher a alegria e o amor”.
Tenho certeza que, quando começarmos a ter hábitos
pacíficos perante não só aos seres humanos, mas aos seres sencientes que
dividem este planeta conosco, estaremos rapidamente caminhando para um futuro
construído por amor e compaixão, ao invés de um baseado em medo, dor e
desigualdade que, se continuar nesse ritmo, acabaremos destruindo o planeta, em
prol do nosso “gosto” adquirido pelos pedaços de animais fritos, grelhados e
cozidos. Portanto, a “REVOLUÇÃO VEGANA” começa e é liderada diariamente, por seu
prato, garfo e faca. E para obtermos essa paz tão sonhada, a raça humana depende
do veganismo, de uma dieta baseada nas plantas vivas, frescas e integrais e não
em cadáveres.
Exploração (subtítulo do capítulo 1)
“Utilizar a palavra humanitário a
qualquer ato de extermínio o transforma em um oximoro.” Joanne Stepaniak
M.S
Indefesos animais são explorados pelo
homem há milênios. Desde o advento da agricultura, no período neolítico, iniciamos
com a exploração dos mais mansos, logo facilmente domesticados (ex: a vaca,
dócil e fácil de ser domada, que nos fornece leite e maior quantidade de carne,
face ao seu tamanho), bem como os animais úteis as nossas necessidades, como o
cavalo, animal forte para arar o solo e ágil, boa montaria, com isso nos auxiliando
a encurtar distâncias.
O ser
humano os explora, não só com a função de comida e trabalho, mas com a ideia de que consegue obter a
salvação de seus maus hábitos. Muitos povos antigos acreditavam que
torturar animais, sacrificando-os como oferenda aos “deuses”, apaziguaria a ira
desses, fazendo com que não jogassem “doenças” sobre nós. Destorcido
entendimento de que nossas doenças fossem capricho dos deuses, ao invés de um
estilo de vida errôneo.
Conseguimos literalmente explorar todo
o reino animal. Desde os mais variados animais terrestres, também os aéreos e
marítimos, tornaram-se “prazeres degustativos”. Certas culturas chegam a comer
até cavalos, golfinhos, cabras, cobras, ursos, jacarés. Australianos comem
carne de canguru, enquanto chineses comem cérebro de macacos e carne de
cachorro. A culinária japonesa e seus peixes crus, usa inclusive o
baiacu, que tem um veneno letal, que se não removido devidamente, pode matar o
gourmandisse. O sushi de baiacu é uma “iguaria”, que, apesar de poder causar
morte, muitos pagam e demasiado caro para comê-lo.
Genitálias de certos animais são ingeridas como afrodisíacos. Fígado de
ganso super alimentado, mais famoso pelo requintado nome francês “foie gras”.
A pata do boi não se salva e vira mocotó
e gelatina, ou seja, a gelatina que
comemos desde nossa infância, saída de uma linda caixinha colorida, não é nada
além do que ossos, pele e outras partes do tecido conectivo de animais
derretidos através do cozimento.
Até os pobres e ínfimos insetos não
fugiram da maldade do homem, por exemplo, as abelhas trabalham durante meses
laborando seu mel, e lá vamos nós e roubamos sua comida.
O bicho da seda é literalmente cozido
vivo, para que roubemos sua seda. Gafanhotos, cigarras, grilos,
cupins, baratas e outros insetos são comidos em diferentes culturas pelo mundo
grelhados e servidos em espetinhos.
Devido à imposição lucrativa da
máquina “indústria pecuária”, todo
subproduto da produção de animais é reaproveitado e transformado em algo para
gerar mais e mais capital. O couro utilizado na produção de roupas, sapatos,
cintos, bancos de carros e inúmeros outros utensílios do nosso dia a dia,
provém em sua maioria da pele do boi, pois milhares deles são mortos todos os
dias. O couro desse animal é abundante e, portanto, bem barato, o que o torna o
mais utilizado. No entanto, em menor proporção, as peles de outros animais
também são utilizadas como a de cangurus, jacarés, cobras, porcos.
Parece, simplesmente, não existir limites ao paladar do homem
e ao nosso desejo por matar e metamorfosear todo tipo de pedaço animal em
“comida” ou seus “restos” em utensílios. Complementando
a afirmativa acima, pode haver extermínio humanitário? Isto não soa, no mínimo,
incoerente?
É óbvio que o consumo de produtos
animais é antiético, pois não necessitamos deles para nos nutrir, ainda assim
os escravizamos e matamos pelo simples “gosto”, que algumas de suas partes nos
fornecem.
Mais degradante do que a produção de
animais para o consumo alimentar é a utilização para esportes, entretenimento,
rituais e comércio de animais, que seres humanos desenvolveram nos últimos
milênios. A caça, as touradas, sacrifícios para rituais, esportes como corridas
de cavalo, rinhas (briga de galos, cachorros etc.), enjaular animais e
vendê-los como mercadoria, assim como qualquer tipo de exploração animal, em
prol barbáries, com entretenimento e lucro, denota o nível ao qual o ser humano
desceu, optando pela exploração e sacrifício animal, quando a natureza lhe
oferece gratuitamente seu alimento. Enfim, não conseguimos respeitar, zelar por
outras formas de vida, que nunca se destinaram aos “propósitos” do homem.
Durante a segunda guerra mundial, os nazistas fizeram experiências nos
judeus, em nome da “ciência” e o mundo entendeu como algo ultrajante, mas nos
laboratórios, em todo o mundo, são utilizados milhares de animais, sendo
cometidas as mais bizarras atrocidades. Desde serem submetidos a cancerígenos, todo
tipo de drogas farmacêuticas, até cosméticas, bem como substâncias e teste de
dietas.
Serão as vidas desses animais, seus
sentimentos e sensações possíveis de serem negligenciadas? Será que cabe
torturá-los e maltratá-los em prol dos luxos e “commodities” da vida moderna?
Infelizmente, registro que minha
visão e atitudes nem sempre foram essas, não via gaiolas de animais como
prisão. Tal conclusão, entre tantas outras, só adotei após seguir o veganismo. Hoje, não consigo entender como “donos” de
animais conseguem manter seus queridos e preciosos companheiros presos atrás de
grades por anos ou décadas. Será que o animal não merece sua liberdade natural,
movimentar-se, escolher e buscar seu alimento, socializar-se com outros de sua
espécie, ser livre?
Considero que inclusive alguns veganos
de longa data não conseguem contemplar
tamanha maldade e atrocidade, que acarretamos a esses seres e a nós mesmos
nestes últimos milênios.
Enquanto escravizarmos, explorarmos, abusarmos,
escalpelarmos e matarmos esses animais, enquanto infligirmos à dor, mesmo aos
“animais denominados inferiores”, nunca poderemos esperar vivenciar uma
existência harmoniosa a saúde, pois segundo dizem velhos ditados: “colhemos o
que plantamos” e “o que fazemos aos outros, volta em dobro”.
Existem leis proibindo o maltrato
de animais. Elas não se aplicam a todos animais? Serão restritas somente a
algumas espécies consideradas “domésticas”? E como se enquadram os pobres
animais torturados e criados exclusivamente para virarem comida?
Porque consumir uma dieta vegana?
“Em função de
manter a sustentabilidade já que movemos perante uma população global de 9.1
bilhões de pessoas em 2050, estamos pedindo por uma mudança global em direção a
uma dieta vegana e alegamos que o mesmo é crucial para salvar a população
mundial da fome, escassez de combustível e os piores impactos nas mudanças
climáticas.”
Nações Unidas (ONU), relatório “Assessing the Environmental Impacts of Consumption
and Production”.
Geralmente, pessoas adotam dietas veganas por três
principais razões. Saúde, meio ambiente e direitos animais. Entretanto, ao
analisarmos o assunto, vemos que existem pelo menos mais umas dezenas de razões
benéficas para adotarmos uma dieta sem crueldade. Aprenderemos sobre algumas
das mais importantes abaixo:
·
Término da fome mundial: de acordo com o
ativista Gary Yourofuski, 65% (33) dos grãos produzidos em todo mundo, são
destinados a engordar os animais que escravizamos para o abate. É sabido que,
apenas com a diminuição no consumo de carne, já conseguiríamos acabar com a
fome no mundo.
·
Melhor aparência física: Dietas veganas, caso não sejam baseadas em junk-food,
são menos calóricas e com menor teor de gordura e, por isso, veganos aparentam
mais jovens e são mais magros do que suas contrapartes onívoras. Laticínios são
ligados à acne. Produtos animais em geral são ligados a obesidade. Dietas ricas
em gordura causam a pele não ser devidamente oxigenada, assim ficando
ressecada, envelhecendo muito mais rápido e causando celulites e outras
complicações.
·
Mais fácil perda e manutenção do peso: De acordo com um estudo conduzido pelo renomado
cardiologista Dr. Ornish, pessoas com sobrepeso que adotavam uma dieta quase
vegana, hipo-lipídica, perdiam uma media de 11 quilos no primeiro ano e mantinham
essa perda cinco anos depois. E a melhor parte, fizeram isso comendo mais
comida que antes, sem contar calorias e sem sentir fome (3).
·
Melhor funcionamento cognitivo até idades avançadas: O consumo de grandes quantidades de fitonutrientes,
antioxidantes são correlacionados a uma menor propensão a doenças degenerativas
mentais, enquanto o consumo de uma dieta rica em gordura saturada (produtos
animais) é ligado ao alzeihmer, demência e senilidade precoce (4,5 e 6).
·
Menores índices de doenças crônicas e agudas: dietas vegetarianas são ricas em antioxidantes,
vitaminas, minerais, fitonutrientes e baixíssimas em gordura saturada e nulas
em colesterol. Por isso, vegetarianos apresentam menores índices de diversos
tipos de câncer, doenças coronárias, diabetes, osteoporose, alergia (o leite e
seus derivados são altamente ligados a elas), constipação (produtos animais não
contém fibra, um nutriente essencial para o bom funcionamento do intestino,
para controlar o açúcar sanguíneo e diminuir o colesterol) etc. O estudo de Oxford, que estudou 6 mil
vegetarianos e 5 mil não vegetarianos, durante 12 anos, mostrou que os
vegetarianos morriam ou sofriam quase 50% menos dessas DCDs (doenças crônico
degenerativas) e ainda tinham bem menos casos de apendicectomia (remoção do
apêndice) (7)
Menores fatores de risco: Veganos com saudáveis dietas hipo-lipídicas possuem
menores níveis de triglicerídeos, insulina em jejum (8), colesterol total e
ruim (9), homocisteína, pressão sanguínea, hemoglobina glicada (a1c), antígeno
prostático específico (PSA),
hormônios ligados à promoção do câncer como IGF-1 (10), testosterona,
estrogênio, insulina, proteína-C reativa ultra sensível (hsCRP, o qual é
um marcador (indicador) de inflamação. Pessoas com altos níveis de hsCRP
apresentam maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares como infarto e
AVC) (11) entre outros. Estes
são todos chamados de biomarcardores séricos. São substâncias em nosso
organismo que podemos medir em laboratórios através de análise sanguínea e que
indicam a propensão para diversas doenças. Altos níveis destas substâncias no
organismo são relacionadas as principais doenças crônicas degenerativas.
·
Melhorar seu sistema imune: Sabemos já desde 1989, por uma pesquisa conduzida pelo “Centro de
pesquisas alemão do Câncer” que embora vegetarianos tenham o mesmo número de
células brancas (as que combatem doenças) comparados a onívoros, as dos
vegetarianos é duas vezes mais efetiva em destruir seus alvos. Ou seja, não só
células cancerígenas, mas virus também. (1000000)
·
Diminuir drasticamente ou cortar sua necessidade por remédios: Pessoas que adotam uma dieta vegana, largam sua necessidade ou diminuem
seu uso de insulina, remédios para colesterol, pressão, asma (12, 13 e 14). Um
exemplo são os
fitoesteróis encontrados apenas nos alimentos das plantas, os quais reduzem o
nível de colesterol sérico sem os usuais efeitos colaterais das drogas
farmacêuticas.
·
Diminuir ou cortar sua ingestão de: Diversas bactérias patogênicas, como E.coli, pfiesteria e salmonella, encontradas na carne, principalmente em hambúrgueres, causam
inúmeras complicações de saúde e até mesmo diversas mortes em crianças americanas.
De acordo com o site do FDA (Administração Federal de alimentos e medicamentos
Americano): “Apesar de poder ocorrer com todo tipo de alimento, os mais ricos
em proteína, como carne, frangos, peixe e frutos do mar são os mais
frequentemente envolvidos com doenças provenientes de intoxicação alimentar”
(15). E por incrível pareça, a ingestão de agrotóxicos também é
consideravelmente menor em uma dieta vegana, mesmo que não orgânica, devido à
concentração biológica destes químicos nos tecidos dos animais.
·
Diminuir sua pegada ecológica: a produção de alimentos veganos consome muito menos
recursos que a produção de qualquer alimento animal. Ao consumirmos vegetais,
economizamos combustível fóssil, diminuímos o desmatamento e as queimadas, a
degradação do solo devido às monoculturas de grãos e o peso de milhares de bois
andando por meses no mesmo local, reduzimos o aquecimento global, o gasto
desnecessário de milhões de litros de água e poluição causada pelo gás metano e
esterco dos bilhões de animais criados para o abate que vão prejudicar a
atmosfera e contaminar rios, lagos e nascentes.
·
Maior eficiência: Registre-se
que, após o abate, o animal fornece uma pequena quantidade de alimento
proporcional ao que foi utilizado para seu crescimento, gerando um déficit
calórico, um gasto muito maior para produzir o alimento do que as fornecidas
pelo alimento em si. Sem contar que é muito dispendioso devido ao laborioso
processo de produção de carne e laticínios, principalmente se compararmos a
simples produção dos alimentos oriundos das plantações de frutas e vegetais,
que a natureza faz a maioria do “trabalho” de produção.
·
Alivio mental: por não estar contribuindo para as catástrofes
ecológicas citadas no tópico anterior e não pagar pelo assassinato de diversos animais
e auxiliar a extinção de diversas espécies a cada refeição que se faz, você
vivencia um alívio sem igual.
·
Uma sensação única: de paz, leveza, clareza mental e mais energia. Maior
compaixão por si mesmo e as outras formas de vida. Muitos relatam uma elevação
espiritual, por não contribuírem com o assassinato e entupir seus corpos de cadáveres
repletos de adrenalina. Devido ao medo da morte iminente, os animais ao serem
abatidos liberam adrenalina, que permanece em seus tecidos após a morte e,
obviamente, ingerimos.
·
Economia financeira: Grãos, legumes, vegetais e frutas são consideravelmente
mais baratos, quando comparados aos produtos animais, se tratando de kg por kg.
Enquanto o do feijão ou da banana gira em torno de 2 reais, o da carne fica em
torno de 10 a 40 reais ou mais, quando se trata de carnes “nobres”. Já que as
estatísticas indicam que veganos sofrem menos de diversas doenças crônicas e
agudas, você terá menos gastos com sua saúde. Em um estudo conduzido pelo Dr.
Ornish, pacientes com doenças coronárias, ao adotarem suas recomendações de uma
dieta quase vegana, integral e baixa em gordura, economizaram em média 30 mil
dólares ao ano, por terem cortado a necessidade por medicamentos, cirurgias e
outros tratamentos caros.
·
Coma mais e menos ao mesmo tempo: Foi demonstrado que a cada aumento em 14 g de fibra, se
diminuía em 10% o consumo de calorias totais, enquanto o indivíduo relatava
estar saciado. Devido aos alimentos veganos serem os únicos que contém fibra,
podemos entender que com uma dieta vegana naturalmente comemos mais, nos
sentimos mais saciados e ingerimos na verdade menos calorias. Sem contar que a
base de uma dieta vegana saudável, é alimentos ricos em carboidratos, os quais
contêm apenas 4 calorias por grama, enquanto a gordura contém 9. Portanto, você
pode chegar a comer duas vezes mais alimentos e ainda assim ingere menos
calorias, (16)
·
Término da constipação: Como a dieta vegana integral é a mais rica possível em
fibras, o funcionamento intestinal é, caso você coma quantidade de comida
suficiente a cada refeição, se mantenha hidratado, pratique exercícios frequentes
e mantenha seu sistema digestivo saudável, tão perfeito quanto o de uma
criança.
·
Maior longevidade: Vegetarianos vivem em média 7 e veganos 15 anos a mais,
de acordo com um estudo feito pela Universidade de Loma Linda. Cientistas acreditam
que uma das razões é provavelmente a baixa ingestão dos aminoácidos sulfúricos,
os quais são abundantes em produtos animais(17). De acordo com uma
pesquisa da universidade de Oxford, vegetarianos e ainda mais veganos, tem menor IMC (índice de massa
corporal) do que onívoros, o que é ligado na literatura médica científica a uma
melhor saúde e longevidade. 18
·
Maior diversidade: Ao invés de comer apenas, pizzas, hambúrgueres,
sanduiches recheados de defuntos e churrasco toda hora, você provará de
centenas de frutas e vegetais, dezenas de sementes, nozes, grãos, legumes,
raízes e tubérculos, com diferentes texturas, sabores e cores, que ao serem
frescos e devidamente preparados, fazem qualquer onívoro pedir por mais.
·
Melhor funcionamento sexual e reduzidos sintomas de
menstruação: É consenso científico
que o consumo de carne é ligado à impotência e problemas de fertilidade (19). Com
um estilo de vida saudável, seus órgãos sexuais receberam mais sangue e
oxigênio, o que significa um melhor funcionamento do membro sexual masculino.
Eliminação completa de dores, câimbras menstruais, sintomas de TPM, entre
outras complicações ligadas ao ciclo menstrual e tidas como “doenças normais”
(20).
Devo suplementar com
vitamina B12?
“Se
você come carne, estará obtendo a B12 absorvida dos corpos das criaturas que
você come. E essas criaturas obtiveram a B12 através de sua dieta de plantas ou
da sua flora interna. Uma dieta rica em carne provavelmente contém mais B12 do
que qualquer outra dieta, no entanto, não garante uma boa saúde”. Andrew Perlot, jornalista crudívoro vegano.
A vitamina B12, na atualidade, é um dos grandes
fatores discutidos, quando alguém se torna vegetariano ou qualquer outra dieta
na qual larga os produtos animais. Este é um dos últimos recursos da indústria,
para amedrontar e tentar evitar que pessoas abandonem o consumo dos produtos
animais. Eles alegam que apenas consumindo produtos animais conseguiremos este
nutriente. Devemos relembrar que 70% dos animais na natureza, mais de 500 mil
espécies, são crudívoros veganos e não sofrem de carência da mesma ou precisam
de suplementação. Entretanto, sabemos que eles vivem em habitat natural, com
sua dieta específica a sua espécie, não tomam medicamentos sintéticos e outros
fatores de estilo de vida que auxiliam a saúde do organismo e a devida nutrição
e metabolização de todos os nutrientes, inclusive da B12.
A B12, como toda outra vitamina é lábil (sensível)
e facilmente danificada pelo calor, oxigênio e luz, portanto, cozinhar,
processar ou pior ainda industrializar alimentos obviamente, como com toda
outra vitamina, causa perda. O cozimento pode levar à perda da B12 na carne em
até 40%, variando a quantidade de perda com o tipo de cozimento 6. Pesquisas
mostram b12 contida em vários tipos de alimentos vegetais, só que quantidades
muito pequenas ou análogos 7, entretanto, se tem b12 em alimentos
vegetais, podemos acreditar que queimá-los, ops, cozinha-los, só vai reduzir o
conteúdo da vitamina e possivelmente até causar alterações em sua
biodisponibilidade? Ainda é algo não estudado cientificamente, mas que temos
datado na literatura que ocorre para outros nutrientes.
Certos cogumelos específicos apresentam desde
quantidades traços (0.01 µg) até quantidades
mais consideráveis de (1.09-2.65 µg) de b12 8,
a cada 100 gramas de seu peso seco. Uma pesquisa nos índios Tarahumara, famosos
por serem quase veganos e terem uma saúde esplendida, sugere que eles obtinham
sua b12 pela ínfima quantidade de proteína animal em sua dieta e também pelos
alimentos vegetais que consumiam, que eram fertilizados com adubo animal e até pela
água que bebem. Os pesquisadores sugeriram até mesmo que outras possíveis
fontes de b12 seriam uma dieta rica em carboidrato e fibras, que possivelmente
poderia aumentar o crescimento e migração das colônias de bactérias que
sintetizam a vitamina b12 para o íleo (parte do intestino delgado aonde a
vitamina é absorvida) ou pela produção na boca, por bactérias orais 9.
Sabemos que os solos na natureza,
principalmente em florestas tropicais, nosso habitat natural da onde
civilizações primitivas e animais consomem seus alimentos, são muito mais ricos
nutricionalmente falando do que os solos que obtemos nossos alimentos vindo de
monoculturas ricas em agrotóxicos e solos extremamente degradados e estéreis.
Alimentos orgânicos contém mais diversos tipos de nutrientes, como vitaminas,
minerais e antioxidantes 10. Se bactérias produzem b12 e a microvida
do solo é afetada pela saúde do mesmo, será que não matamos ou prejudicamos os microrganismos
produtores de b12 ao usar agrotóxicos, monoculturas e uma agricultura focada em
produção em massa ao invés de um meio de plantio mais natural, mais
enriquecedor do solo como uma agricultura sintrópica?
Sabemos que animais na natureza comem dietas
específicas de sua espécie, a qual são anatômica, fisiológica e bioquimicamente
adaptados a tal. Vemos primatas comendo quase que exclusivamente frutas e
vegetais, vacas comendo vegetação, porcos e javalis comendo tubérculos etc.
pássaros comendo grãos, ao invés de vermos primatas antropóides (nossa
classificação biológica também) comendo arroz, feijão, batatas, vacas, vegetais,
industrializados e embutidos etc. queimados ao fogo e misturados com dezenas de
outros alimentos na mesma refeição, como seres humanos modernos fazem.
Com certeza, por uma perspectiva antropológica,
evolutiva, genética, seres humanos não foram feitos para o consumo de vários
dos grupos alimentares que usamos hoje, como cereais, leguminosas, tubérculos e
produtos de origem animal, só conseguimos comê-los devido ao fogo, sal e
temperos. Crus, eles são inpalatáveis, não prazerosos e até mesmo impossíveis
de serem consumidos em uma refeição, como os animais que são criados para estes
alimentos os facilmente obtém, comem, digerem e sentem prazer no alimento.
Portanto, não sabemos o quanto comer alimentos não adaptados à nossa espécie,
ainda por cima queimados que produzem inúmeras substâncias tóxicas,
cancerígenas, mutagênicas, genotóxicas, clastogênicas, teratogênicas,
pro-inflamatórias, influenciam no processo nutricional, aumentando estresse
oxidativo, reduzindo a ingestão de micro e fitonutrientes, fornecendo
antinutrientes que causam inúmeras alterações nutricionais, aumentando processo
inflamatório, mudando a ecologia do nosso microbioma etc. pode influenciar no
processo nutricional. Sabemos que as toxinas do cozimento prejudicam parâmetros
metabólicos, como no caso dos AGEs (subprodutos da glicação avançada) e várias
doenças crônicas.
Vivemos em um mundo esterilizado, longe das
bactérias e microrganismos aos quais seriamos expostos na natureza, com a água
sendo clorada e fluoretada, os alimentos sendo excessivamente lavados e
esterilizados antes do consumo, com água sanitária (hipoclorito de sódio, químico
sintético com inúmeros efeitos colaterais). Alcoolismo, dietas não saudáveis
vegetarianas, doenças gastrointestinais, má absorção intestinal, gás hilariante,
vários tipos de medicamentos como a metmorfina para diabéticos, antiácidos tais
como bloqueadores h2, inibidores da bomba de protões, falta do fator
intrínseco, auxiliam na contribuição à deficiência de B12. O ácido estomacal é
necessário para liberar a b12 do alimento e as proteínas ligadoras de
transcobalamina transportam à b12 para absorção no fígado. Então, não é só uma
questão de consumo da vitamina, mas da saúde e do estilo de vida do indivíduo 11,
12, 13. Um estudo em indianos sugeriu que ocorria produção de b12 no seu
intestino delgado, só que ao migrar para os estados unidos, sua flora
intestinal era alterada se tornando similar à de americanos e a produção
anulada no seu intestino delgado 14.
E devo lembrar que apenas ser um vegetariano
estrito, não é o suficiente para ter a nutrição de seu corpo otimizada, já que
ser vegano apenas indica que o indivíduo não come produtos animais, mas pode
ter outros péssimos hábitos e problemas de saúde que prejudicam seu processo
nutricional. Vegetarianos e veganos, são famosos, por largarem os produtos de
origem animal e compensarem na comida industrializada vegana, alimentos fritos
e tentar recriar a culinária onívora industrializada, rica em farinhas,
açúcares, óleos, só que vegetais. Não sei de estudos científicos verificando a
diferença entre pessoas saudáveis em uma dieta e estilo de vida crudívoro
vegano higienista (a forma que nossos ancestrais viveram durante milhões de
anos) para veganos vivendo de forma sedentária, fumando, bebendo e comendo comida
cozida, junk-food e os níveis séricos de b12, folato, homocisteina e outros
fatores que interferem no metabolismo da b12.
Apesar do forte ataque de várias fontes
sugerindo que dietas vegetarianas são deficientes nesta vitamina, a deficiência
da B12 foi descoberta primariamente em onívoros 15, portanto devemos
ficar cientes que ela não ocorre apenas em vegetarianos e uma dieta onívora não
o protege desta deficiência. Ademais, é amplamente reconhecido que a incidência
de tal deficiência é bem rara, até mesmo em veganos e não existe evidência que
veganos, apesar de terem menos dessa vitamina em seus organismos, sofram consideravelmente
mais desta carência 16. E hoje em dia até mesmo os animais da
indústria da morte são suplementados com b12, então o onívoro suplementa
indiretamente pelos pedaços de animais mortos que consome.
A B12 não é produzida nem por plantas nem por
animais, mas por bactérias. Existem 21 diferentes gêneros de bactérias que
produzem a vitamina B12. Em solos saudáveis, essa vitamina ocorre como um subproduto
destes microrganismos, portanto, os alimentos vegetais crescidos em tais solos
conterão tal vitamina 17. Portanto, ela é encontrada na superfície
de quase todas as plantas orgânicas. A B12 pode ser ou não encontrada dentro e
por fora dos alimentos que comemos tanto os de origem animal ou vegetal. E em
seres humanos saudáveis, ela é produzida por bactérias naturalmente presentes
no intestino, nas passagens nasais e da garganta e nós normalmente reabsorvemos
muito da nossa própria B12 em nossas secreções biliares, na reciclagem através
do sistema entero-hepático, a qual a vesícula biliar joga a b12 no intestino em
prol de ser reabsorvida 18, 19.
É sugerido que ao lavarmos nossos alimentos,
lavamos também a B12, assim a descartando. Muitas pessoas sabendo disso tentam
lavar pouco seus alimentos, ou até mesmo se criam organicamente em casa, não os
lavam. Isso se deu origem devido ao trabalho do cientista James Helsted, que
provou que uma civilização iraniana de veganos que não lavam seus alimentos
excessivamente e eles são provenientes de solos saudáveis, não sofriam de
deficiência de B12 20, 21.
De acordo com o Dr. John Mcdougal, praticamente
todos os casos de deficiência de B12, ocorre independente da ingestão
dietética. Ela ocorre devido a problemas de má absorção desta vitamina devido a
doenças intestinais ou generalizadas e má nutrição (excesso ou insuficiência de
nutrientes), causada por pobreza ou estilos de vida “excêntricos". Estas
condições são na verdade fatores de confusão em artigos científicos, que
fizeram pesquisadores associarem errado, vegetarianos a deficiência de B12 22.
O Dr. Douglas Graham, higienista, frugívoro e
supervisor de jejuns à base de água, também alega o mesmo e comenta que vários
de seus clientes com deficiência de B12, os quais ele submeteu a jejuns com
apenas água, sem suplementos ou alimentos de qualquer gênero, no final do
jejum, após 24 dias sem consumir nada além de água, obtinham novamente índices
normais e saudáveis. Ele sugere que outros profissionais que supervisionam
jejuns têm a mesma experiência com seus clientes. Ou seja, se não consumiram
nutriente algum e os níveis de B12 melhoraram, o problema era na absorção, ou
produção endógena (interna)? A Naturopata, Dr. Gina Shaw, do reino unido relata
o mesmo 22. Graham, em seu livro “A dieta 80/10/10”, sugere que um
dos grandes fatores contribuintes a deficiência de tal nutriente é uma dieta
rica em gordura, que prejudica a produção do fator intrínseco, que leva a
dificuldade de absorção de B12.
Portanto, entendemos que o importante é se
manter sadio, praticando uma abordagem holística a saúde e nutrição, já que uma
deficiência pode ocorrer independente de o quanto você consome deste nutriente.
De acordo com especialistas, devido a armazenarmos tal vitamina e ela ser
utilizada tão lentamente, pode levar até cinco anos, para um onívoro que se
tornou vegetariano, apresentar deficiência de tal vitamina.
Existem outros pontos a se considerar, como os
padrões médicos de quantidades séricas estipulados como “normais”, serem na
verdade anormais. Sabemos que pessoas saudáveis não frequentam médicos, assim
sendo a maioria dos testes e parâmetros que são obtidos e estipulados como
“normais” são feitos com pessoas doentes, ou “saudáveis” perante a norma de
pessoas que comem comida cozida. O que quero sugerir, é que os padrões da vitamina
B12, quando verificados em uma sociedade que vive de alimentos cozidos e
hábitos não saudáveis, se tornam altamente subjetivos. Assim como muitos
indivíduos consomem suplementos e produtos enriquecidos com B12, o que vai
fornecer uma média diferente.
O impressionante e mais triste é que onívoros
devido ao seu alto consumo de produtos animais na atualidade sofrem elevados
riscos de doenças coronárias, diabetes, cânceres e ficam imensamente
preocupados em adotar uma dieta vegana devido ao risco de “deficiência de B12”
que supostamente veganos sofrem quando abandonam produtos animais. Já que
câncer, doenças cardíacas, diabetes são as doenças que mais matam e não
deficiência de B12, acredito ser insensata tamanha preocupação. Quantas pessoas
você conhece sofrendo de excesso de proteína animal, gordura saturada,
colesterol, falta de fitonutrientes, antioxidantes etc. sofrendo destas doenças
crônicas e quantas você conhece sofrendo de deficiência de b12?
Quis passar uma visão ampla da questão da b12,
pela perspectiva de um crudívoro vegano, que vive de frutas, vegetais e
oleaginosas cruas há mais de 11 anos e pratica e estuda, a ciência da saúde, um
modelo de saúde que acredita que a saúde se resulta da vida saudável e mostrar
que apesar de haver muito debate sobre a b12, ainda não existe um consenso e
uma grande parte da população sofre de deficiência, independente de ser
onívoro, vegetariano ou vegano, acredito que ainda existe muito a se descobrir.
Apesar de seu próprio autor não suplementar há 11 anos, mantendo níveis séricos
baixos mais baixos do que vistos como ideais, e conhecer outros frugívoros que
seguem tal dieta há 30 a 40 anos e também não suplementam e não vivenciam
sintomas de deficiência de b12, minha recomendação como nutricionista para meus
pacientes e meus leitores é, façam os exames e suplementem, seguindo as
orientações do seu nutricionista/médico.
Não é porque a suplementação de b12 é algo não
natural que não precisamos suplementar já que todos nós vivemos estilos de vida
completamente não naturais (cidades grandes, poluição, comida cozida com
agrotóxico etc.), o ideal é garantir sua segurança, acima de tudo. Além disso,
não temos noção de toxicidade por suplementação de vitamina b12 na literatura,
a não ser acne e rosácea devido a mega doses, e portanto, você urinará qualquer
excesso 23, 24, 25. De acordo com o famoso Framingham Study, nem
vegetarianos nem onívoros tinham os melhores níveis de b12, mas sim as pessoas
suplementando, ao que nos faz concluir que até mesmo em produtos de origem
animal, a B12 tem baixa biodisponibilidade ao comparada a suplementos. De
acordo com os pesquisadores: “Um estudo recente em 173 idosos, não achou
associação entre a ingestão dietética e os níveis séricos”, “a alta frequência de
níveis levemente anormais de cobalamina nos idosos não pode ser atribuído a
baixa ingestão do nutriente. Explicações não dietéticas devem sempre serem
buscadas 26”.
Chega a
ser engraçado pois a mídia sempre enfatiza o que veganos estão ou ficariam
supostamente deficientes, mas sabemos que onívoros também sofrem de anemia
(deficiência de ferro), defeitos congênitos do tubo neural (deficiência de
folato), bócio (deficiência de iodo), osteoporose (deficiência de cálcio) etc.
Mas
também não é só suplementar e não se preocupar com sua saúde. Atentem a vida
saudável, pois nutrição e comida não são sinônimos, não é só ingerir o
nutriente e ser nutrido por ele, o corpo precisa estar saudável para conduzir
os processos de assimilação, metabolização, reciclagem, evitar o catabolismo
excessivo etc.
Curiosidade: A necessidade real
desta vitamina é tão reduzida, que é avaliada em microgramas (a milionésima
parte de uma grama), portanto, ela é medida como mcg ou µg. 1000 µg = a 1 miligrama. A
DRI para a vitamina b12 é de 2.4 microgramas para adultos.
Caso deseje verificar seus níveis de B12, o
teste mais preciso é o teste urinário de ácido metilmalônico, também conhecido
pela sigla (uMMA). Se este ácido estiver no seu nível normal no sangue (<
370 nmol/l) ou na urina (< 4 mg/mg creatinina), significa que seu corpo tem
B12 suficiente.
Dica: Existem dois tipos de
suplementação de B12, a metil cobalamina e a cianocobalamina. Entretanto, a
cianocobalamina contém cianeto, uma toxina, que é naturalmente encontrada em
sementes de frutas, como a maça. Assim as autoridades que defendem
suplementação geralmente recomendam a Metil cobalamina. Embora existam várias
formas de suplementar, geralmente, a mais indicada pelos profissionais é a
sublingual 27,28,29.
Sintomatologia: Para conhecimento
geral e informação do leitor, os usuais sintomas de deficiência de B12 são mãos
e pés dormentes, déficits cognitivos como confusão, coordenação muscular fraca,
irritabilidade, lentidão mental, problemas de memória, anemia megaloblástica, entre
outros.
6 - Kazuko Yamaguchi, Junzo Hayashi, Effects of
Various Cooking Methods on Vitamin B12 (II), The Japanese Journal of
Nutrition and Dietetics, Released October 29, 2010
7 - Fumio Watanabe et al; “Vitamin B12-Containing Plant Food
Sources for Vegetarians”. Nutrients 2014 May; 6(5): 1861–1873.
8 - Watanabe et al; (2012). Characterization of
Vitamin B12 Compounds in the Wild Edible Mushrooms Black Trumpet (Craterellus
cornucopioides) and Golden Chanterelle (Cantharellus cibarius). Journal of
nutritional science and vitaminology. 58. 438-41. 10.3177/jnsv.58.438.
9 - Maria T. Cerqueira, Martha McMurry Fry, William E.
Connor; “The food and nutrient intakes of the Tarahumara Indians of Mexico”. The
American Journal ofClinical Nutrition 32: APRIL 1979, pp. 905-915.
10
- Crinnion WJ1.”Organic
foods contain higher levels of certain nutrients, lower levels of pesticides,
and may provide health benefits for the consumer”. Altern Med Rev. 2010
Apr;15(1):4-12.
11 - Rusher DR, Pawlak R (2013) A Review of 89
Published Case Studies of Vitamin B12 Deficiency. J Hum Nutr Food Sci
1(2): 1008.
12 - de Jager J et al; Long term treatment with metformin in
patients with type 2 diabetes and risk of vitamin B-12 deficiency: randomised
placebo controlled trial.” BMJ. 2010 May 20;340:c2181. doi: 10.1136/bmj.c2181.
13 - Institute of Medicine. Dietary
reference intakes for thiamin, riboflavin, niacin, vitamin B6, folate, vitamin
B12, pantothenic acid, biotin, and choline. Washington, DC: National Academy Press, 1999.
14 - Albert MJ, Mathan VI, Baker SJ.
Vitamin B12 synthesis by human small intestinal bacteria. Nature.
1980;283(Feb 21):781-2.
15 - Rauma AL et al.
“Vitamin B-12 status of long-term adherents of a strict uncooked vegan
diet (“living food diet”) is compromised”. J Nutr.1995 Oct;125(10):2511-5. (7)
16 - Ibid.
17 - Victor
Herbert, MD, JD “Vitamin B-i 2: plant sources, requirements, and assay” Am J
Clin Nutr September 1988 vol. 48 no. 3 852-858.
18 - Mozafar A.”Enrichment of some B-vitamins in
plants with application of organic fertilizers”. Plant & Soil.
1994;167:305-311.
19
- Albert Mi, Matham VI, Baker Si. Vitamin B-l2
synthesis by human small intestinal bacteria. Nature l980;283:781-2.
20 - Halsted JA, Carroll J, Rubert S. "Serum and
tissue concentration of vitamin B,2 in certain pathologic states". N Engl
J Med l959;260: 575-80.
21 - Victor Herbert, MD, JD “Vitamin B-i 2: plant
sources, requirements, and assay” Am J Clin Nutr September 1988 vol. 48 no. 3
852-858.
21 - Dr. John Mcdougal “Vitamin B12 Deficiency—the
Meat-eaters’ Last Stand” Vol. 6, No. 11.
22 - Karen Ranzi “Creating Healthy Children” SHC
Publishing; First Edition edition (2010).
23 - Jansen T, Romiti R, Kreuter A,
Altmeyer P. Rosacea fulminans triggered by high-dose vitamins B6 and B12. J Eur
Acad Dermatol Venereol. 2001 Sep;15(5):484-5.
24 - Sherertz EF. Acneiform eruption due to
"megadose" vitamins B6 and B12. Cutis. 1991 Aug;48(2):119-20. |
25 - Braun-Falco O, Lincke H. [The problem of vitamin
B6/B12 acne. A contribution on acne medicamentosa (author's transl)]. MMW Munch
Med Wochenschr. 1976 Feb 6;118(6):155-60. |
26 - Katherine L
Tucker, Sharron Rich, Irwin Rosenberg, Paul Jacques, Gerard Dallal, Peter WF
Wilson, Jacob Selhub; Plasma vitamin B-12 concentrations relate to intake
source in the Framingham Offspring Study–, The American Journal of
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27 - ToxGuide for Cyanide. Agency for Toxic Substances and Disease Registry. Centers for Disease Control. July 2006. Accessed 2/7/2012.
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Agency for Toxic Substances and Disease Registry. Centers for Disease Control.
Accessed 2/8/2012. |
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(AFC) on hydrocyanic acid in flavourings and other food ingredients with
flavouring properties. The EFSA Journal (2004) 105.
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* Fotos retiradas do livro (as de dentro das factory farmings são cedidas pelo PETA).