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sábado, 9 de março de 2019

Felicidade, depressão, TPM e estresse? Como frutas e vegetais podem influenciar!



Plantas, neurotransmissores e depressão
Sabemos que plantas tem neurotransmissores como animais apesar de suas diferenças biológicas. Sim, plantas possuem adrenalina, dopamina, serotonina, melatonina, etc.  E tem boas quantidades nos alimentos das plantas, para aumentar a quantidade dos nossos próprios em nossa corrente sanguínea.
Depressivos tem menores níveis de neurotransmissores. E frutas estão sendo vistas na ciência como uma forma extremamente eficaz de tratamento da doença, já que bananas da terra, abacaxis, bananas, kiwis e tomates são ricas em serotonina 1. Pesquisas mostram que colocar pessoas em uma dieta vegetariana, quase vegana, quando comparados a onívoros, o humor do grupo na dieta vegetariana era melhor do que o dos onívoros, uma das razões é a questão dos carboidratos e da excelente proporção de triptofano para os outros aminoácidos 2. O consumo de frutas e vegetais é correlacionado com melhor bem estar, e é na verdade, de fácil acesso em termos de custo e sem efeitos colaterais, quando comparados a remédios e outras intervenções 3.
Em uma pesquisa com 521 japoneses, uma dieta rica em frutas, vegetais, cogumelos e soja foi inversamente correlacionada a depressão 4. Outras pesquisas corrobaram, mostrando melhores parâmetros comportamentais em jovens 5. Otimismo é correlacionado a níveis de antioxidantes e carotenoídes no sangue 6.  Em um estudo britânico de mais de 80 mil pessoas, existiu uma relação entre dose e resposta associado ao consumo de frutas e vegetais e satisfação e felicidade na vida 7. Ou seja, quanto mais frutas e vegetais, mais satisfação e felicidade!
Mulheres em TPM, aparentemente tem um mecanismo que induz o desejo por carboidratos, auxiliando contra depressão, raiva, tensão, confusão,  mal humor fatiga etc. durante esse estágio, já que o carboidrato ajuda a aumentar os níveis de serotonina no organism, não é por acaso que mulheres tem desejos por doces! Quando em uma dieta rica em carbos e pobre em proteína, tinham melhorias em níveis de depressão, tensão, raiva, confusão, tristeza, fadiga e calma 8.
Todos já ouvimos falar da influência do triptofano, aminoácido precursor da biosíntese de serotonina (hormônio da felicidade). Há algumas décadas pesquisas comprovaram que dietas deficientes em triptofano induziam agressão, raiva, hostilidade, irritação etc. Entretanto, suplementação de triptofano pode induzir sintomas graves e até mesmo causar a morte 9.
E como as vezes pesquisas e a midia acabam divulgando meias verdades, quando pensamos em triptofano pensamos em leite ou frango, e menos frequentemente em grão de bico ou bananas, devido a enfâse da maior quantidade de proteína nos produtos de origem animal ser vista como algo benéfico. Então, da onde devemos obter nosso triptofano, já que plantas e animais o fornecem?
O que a maior parte das pessoas não sabe é que o triptofano encontrado em uma refeição pobre em carboidratos e rica em proteína animal não é devidamente alocado ao cérebro. Apenas durante o consumo de carboidratos saudáveis, a insulina reduz os níveis de outros aminoácidos que competem com o triptofano pela passagem da barreira hematoencefálica, redirecionando os para os músculos e assim aumentando a proporção de triptofano disponível e auxiliando sua passagem para o cérebro 10.  Isso mesmo, a biosíntese de serotonina aumenta após uma refeição rica em carboidratos, devido a maiores concentrações de triptofano no cérebro. No caso do consumo de triptofano de origem animal, os níveis no sangue do triptofano podem aumentar mas os níveis no cerebro reduzem 11.

Cortisol
Cortisol é um hormônio glicocorticóide, produzido pela glândula adrenal em resposta ao estresse e hipoglicemia, sua liberação ocorre pelo eixo hipotalamo, adrenal e pituitária segue o ritmo circadiano, alto durante a manhã, e vai reduzindo a concentração durante o dia. Os glicocorticoides aumentam com a obesidade, privação de sono e estresse ambiental. São responsáveis pela regulação do consumo alimentar e gasto energético. Quando estão elevados no sangue, são correlacionados ao consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar. Testes em animais de laboratório mostram que eles preferem junk food quando cronicamente estressados para compensar o estresse e que isso até alivia, mas só agravando o problema. Elevados níveis de cortisol aumentam o estresse oxidativo. Dietas saudáveis com frutas, vegetais e grãos e baixo consumo de gordura saturada etc. são associadas a redução do cortisol urinário, assim como a adrenalina. Dietas ricas em proteína, gordura saturada e pobres em frutas e vegetais são correlacionados ao aumento do cortisol e catecolaminas 13.

Cortisol e sono
Certos nutrientes, das plantas, como a linhaça são correlacionados a redução nos níveis de cortisol. E cortisol desregulado, é associado a pobre qualidade do sono e até mesmo pequenas perdas de horas de sono podem desregular a liberação do cortisol. O equilíbrio ácido base influencia a produção adrenal do cortisol. Sabemos que nosso sangue precisa se manter levemente alcalino. A dieta ocidental moderna causa acidose metabólica e cerebral, enquanto frutas e vegetais são alcalinizantes. Uma dieta moderna ocidental portanto, prejudica o ritmo circadiano desequilibrando a secreção de cortisol e prejudicando o sono que portanto, prejudicará o reparo conduzido pelo organism.  Com todos esses mecanismos de saúde e bioquímica no organismo influenciando a secreção de cortisol, não é por acaso que vemos uma sociedade tão estressada 14.

Referência bibliográfica
1 - J Neuropsychiatry Clin Neurosci. 2010 Fall;22(4):451-m.e25-451.e25. doi: 10.1176/appi.neuropsych.22.4.451-m.e25.

3 - Proc Nutr Soc. 2013 Nov;72(4):420-32. doi: 10.1017/S0029665113003388. Epub 2013 Sep 11.
4 - Eur J Clin Nutr. 2010 Aug;64(8):832-9. doi: 10.1038/ejcn.2010.86. Epub 2010 May 19.
12 - Francesca Pistollato et al. “ Associations between Sleep, Cortisol Regulation, and Diet: Possible Implications for the Risk of Alzheimer DiseaseAdv Nutr. 2016 Jul; 7(4): 679–689.
13 – IBID.