Trecho do meu próximo livro, O veganismo para mães pais e bebes. Ainda está em fase de produção então podem existir erros. As referências se encontram no livro apenas, então desconsidere os números ao longo do texto.
As
reprotoxinas, o perigo invisível
“Quanto
mais uma mulher é exposta a estas substâncias disruptoras de hormônios, maior é
a chance que seus filhos tenham menores genitais e uma descida testicular
incompleta, levando a uma saúde reprodutiva prejudicada ao longo prazo. EDCs
(Químicos disruptores endócrinos) são também uma ameaça a fertilidade
masculina, já que contribuem ao câncer testicular e uma menor contagem de
espermas. Todos esses defeitos de nascença e abnormalidades coletivamente
referidas como TDS (Síndrome da Disgenesia Testicular) são ligadas a produção
prejudicada de testosterona. ” Dr. Mercola 130, 131.
Muito recentemente, devido a
revolução industrial e a produção de cada vez mais produtos industrializados e
commodities do mundo moderno, a indústria precisou achar meios de produzir
plásticos, papeis, entre outras coisas do dia a dia, mais duros ou mais
maleáveis, mais resistentes, etc. Criando inúmeras substâncias químicas
derivadas do petróleo, sem realmente testar sua toxicidade a longo prazo e sem
entender devidamente sobre cada um dessas centenas de compostos, chamados por
diversos nomes, talvez o mais adequado seria compostos similares a dioxina.
Os Xenoestrôgenos, (estrogênios exógenos, ou seja, que vêm de
fora), e seu efeito reprotóxico começaram a ter atenção da comunidade
científica devido a droga farmacêutica DES (dietilestilbestrol) por volta dos
anos 70. 5 milhões de mulheres grávidas americanas, ingeriram a droga
farmacêutica de 1930 a 1970, um xenoestrogênio sintético, prescritas por seus
médicos nos EUA, durante mais de duas décadas, para evitar abortos e promover o
crescimento fetal. Estudos epidemiológicos realizados nos Estados Unidos
correlacionaram o aparecimento de tumores vaginais quase que exclusivamente em
filhas de pacientes que utilizaram DES, entre diversos outros cânceres e problemas
de saúde, como má formação do sistema reprodutor, alterações nos níveis
hormonais 132,133,134,135,136.
A dioxina, o mais famoso
xenoestrogêno, é um subproduto da indústria, como resultantes da produção de
agrotóxicos, cloro, incineração de dejetos, branqueamento de papel etc. O DDT
foi o primeiro pesticida moderno. PCBs é uma substância sintética gerado para
aplicações industriais, aparelhos de eletricidade, equipamentos hidráulicos,
materiais de construção, plásticos, produtos de borracha, papéis etc. O BPA é
um tipo de plástico ou resina epóxi, subproduto da indústria do petróleo, que
em prol de ser descartado, foi literalmente inserido em tudo que usamos na
atualidade, desde latas de alimentos e bebidas, embalagens plásticas como mamadeiras,
lentes de contato, amálgamas dentárias etc. e se desprende das embalagens nos
alimentos e bebidas, comprovadamente cancerígeno. E por último o Ftalato, utilizado como
aditivo para deixar o plástico mais
maleável. Existem centenas de outras, mas estas são as mais famosas, comuns e
estudadas, portanto as quais usaremos como base aqui.
Muitos
dos metais pesados também são considerados metaloestrogênios (um tipo de
xenoestrógeno, mas como o nome já diz, sua atividade estrogênica vem de metais).
Cádmio, alumínio, mercúrio, chumbo etc. são poluentes ambientais produzidos e
liberados no meio ambiente por processos industriais. São tóxicos aos órgãos e
sistemas do organismo, sendo nefrotóxicos até mesmo sem limite mínimo, qualquer
quantidade é tóxica e são ligados a doenças crônico degenerativas, como câncer,
diabetes, doenças cardiovasculares e doenças neurodegenerativas como o
Alzheimer 137, 138.
Vacinas (conservante
nela, chamado timerosal), peixes, amalgamas dentárias, água contaminada, fumaça
do cigarro, desodorantes, madeira tratada, mineração, trabalhos com
agrotóxicos, produção industrial usual ou de fármacos, remédios como
antiácidos, antidiarreico, alimentos refinados, sal de cozinha, fermento em pó
e produtos de panificação, levará a contaminação, e ela é algo muito mais comum
do que as pessoas acreditam, e podem ser uma das principais causas de sintomas
agudos, como dores de cabeça, irritação, cansaço ou depressão 139.
Todos estes compostos tóxicos são produzidos de forma artificial, químicos industriais. Não são os fito-estrogênios que ouvimos falar geralmente em artigos e revistas falando sobre nutrição, que na verdade, também são estrogênios externos mas ocorrem naturalmente nas plantas e tem função benéfica no nosso organismo. Os xenoestrogênios sintéticos, são uma série de substâncias tóxicas produzidas pelo homem que confundem os receptores celulares dos estrogênios no organismo, interferindo nas naturais mensagens bioquímicas, ou imitando o hormônio natural ou bloqueando os receptores celulares. Todos podem impactar negativamente a espermatogênese, a ovogênese e todo o funcionamento e formação do sistema reprodutor 140. Entretanto, não mexem apenas com o sistema reprodutor, mas o neurológico, cardiorrespiratório, metabolismo da glicose etc.
Estes compostos têm atividade estrogênica e anti-androgênica, agem como o hormônio feminino e inibem a ação dos hormônios masculinos, o que fornece o desenvolvimento das características femininas e inibe o desenvolvimento das masculinas. Populações inteiras de animais, principalmente os marítimos, vem sendo dizimadas, afetando de uma forma não a curto mas a longo prazo, e de uma forma quase invisível, pois eles não sofrem de sintomas exacerbantes e visíveis, mas se tornam incapazes de reproduzir 141. Já que a diferenciação sexual masculina é dependente da produção e ação dos hormônios androgênicos durante a vida fetal, estes químicos disruptores endócrinos (QDE), alteram a formação das características sexuais de formas que ainda estamos começando a compreender.
Podem até mesmo ser classificados como genômicas ou não genômicas, dependendo de quão diretamente elas interfiram com a expressão gênica do organismo. E para piorar, interações entre diferentes QDEs podem ocorrer, sendo aditivas ou sinergéticas. Quanto maior a exposição, a maior variedade deles, pior será o resultado 142.
Apesar de todas já terem sido
proibidas em muitas países do mundo, algumas desde a década de 70, pesquisas
mostram que elas permanecem no meio ambiente, devido a levarem até mesmo
décadas para se degradarem e como subprodutos da indústria, ao serem liberadas,
acabam contaminando o ar, o solo, a água e lagos, animais, florestas etc., por não
serem substâncias naturais, não são biodegradáveis e por isso a última letra P
de persistente do acrônimo POP, podendo durar dentro de você até 10 ou mais
anos. Foram encontradas em altas quantidades no ar e lagos de cidades grandes
nos EUA 143. Encontradas em lugares do mundo que nunca foram usadas
ou produzidas, como a Antártida.
E essas toxinas, através do
processo de biomagnificação, que é o aumento da concentração diária pela
exposição e o aumento a cada subida na cadeia alimentar, se tornam cada vez
mais concentradas e, portanto, mais nocivas. Elas bioacumulam (acumulam em
seres vivos) e bio-magnifícam, aumentando sua quantidade a cada vez que um
animal, se expõe a elas, seja pelo ar, água ou comendo seu alimento ou outro
animal contaminado.
Para piorar, por serem químicos
lipossolúveis, solúveis em gordura, são armazenadas no corpo de qualquer animal
exposto a elas. Se comemos da forma usual onívora, no topo da cadeia alimentar,
é a forma garantida de ingerir maiores quantidades destes. Apesar de até mesmo
a queima de combustível por automóveis produzir dioxinas, 93% da ingestão de um
norte americano vem através não do meio ambiente, mas da dieta. Você vivendo neste mundo moderno não consegue
evitar 100% 144, mas ainda assim consegue evitar a grande maioria
através de sua dieta.
E sabe qual é a principal fonte desta toxinas,
até mesmo do DDT que é um agrotóxico? Errou se falou vegetais, mas sim produtos
animais. Sim, leite, queijo, ovos e carnes em geral, contém altíssimas
quantidades destas toxinas, enquanto vegetais tem quantidades ínfimas 145,
146 e a segunda principal fonte de contaminação são alimentos
industrializados.
Tirando o fato que plantas, com seus poderosos
fitoquímicos, conseguem proteger nosso corpo e promover um maior reparo celular
e de DNA, de formas que ainda não conseguimos nem imaginar ou cientificamente
explicar. Produtos animais ou alimentos industrializados não possuem esses
poderosos químicos naturais e talvez também por isso onívoros tem maiores
concentrações que veganos que comem uma dieta vegana saudável.
E porque estas toxinas e metais pesados são de relevância
para o livro? A criança, através do leite da mãe e no caso do feto é exposta
continuamente a elas, pois cruzam a placenta.
Podendo causar desde menor peso, problemas de
coordenação motora, problemas de memória, menor QI, enfraquecimento do sistema
imune e defeitos no sistema reprodutor 147, 148. É tanto que baleias
e ursos polares expostos a estes tóxicos se desenvolvem hermafroditas (órgãos
femininos e masculinos no mesmo animal), sofrendo de desequilíbrios hormonais
como baixa testosterona e se tornando incapazes de reproduzir 149, 150.
Cientistas têm encontrado aberrações no sistema reprodutor de animais através
do mundo. Já para os bebês homens e futuros pais e ainda para os pais da
atualidade, a simples exposição à dioxina durante a fase gestacional ou fase
adulta permanentemente prejudica a qualidade do sêmen, diminuindo a famosa
contagem de espermatozoides 2004, 2005.
De acordo com a famosa epidemiologista Shana Sawn, com
publicações científicas que conseguiram levar o governo americano a banir
algumas destas substâncias, suas pesquisas indicam que os filhos das mulheres
que tinham múltiplos metabólitos urinários de Ftalatos, eram menos
masculinizados, com comportamento menos masculino ao brincar 153, 154, 155.
De acordo com a pesquisa, muitos produtos que alegam “Natural” no rótulo,
contém ftalatos. Mais ftalatos igual menor quantidade de testosterona durante a
formação sexual, altera a diferenciação sexual até mesmo no cérebro.
Dioxinas são atraídas pela gordura e resistentes
ao metabolismo, não sendo degradadas ou expelidos. Por não serem
biodegradáveis, são transportados pelo ar e meio ambiente através do globo,
levando até áreas rurais, isentas de indústria, serem contaminadas por elas,
como até mesmo os esquimós 156, 157.
A exposição dietética,
é responsável por aproximadamente 90% da ingestão de dioxinas e furanos, sendo os
alimentos hiper-lipídicos e o topo da cadeia alimentar, as principais fontes de
toxicidade 158.
De acordo com a WHO
(Organização Mundial de Saúde) crianças chegam a ser expostas a 10 ou 100 vezes
mais do que o visto como “aceitável”. Esses químicos são muito
mais perigosos aos recém nascidos e até mesmo ao feto em formação mais do que
aos adultos, devido a estes ainda não terem seu sistema imune e reprodutor
formado e por estarem em crescimento, um período de desenfreada divisão e
multiplicação celular, são suscetíveis a má formações que carregaram consigo
para o resto de suas vidas. E na grande maioria
dos casos, a intoxicação por estes compostos passa desapercebida, enquanto o diagnóstico pode culpar
problemas genéticos, poluição, idade avançada etc.
Devo lembrar que estas toxinas são cumulativas no organismo,
então a concentração no sangue e leite materno deve-se na verdade a anos ou
décadas, ao invés de dias e a todo o estilo de vida, não só dieta.
Trabalhadores que tenham exposição direta a estes compostos em fábrica, ambiente
que mora e até a dieta sendo saudável ou não, todos esses fatores irão
interferir.
E da mesma forma que
ocorre com as frutas e agrotóxicos, ocorre com o aleitamento materno e os EDCs.
Entretanto, apesar da mulher passar estas toxinas para a criança pelo leite
materno, estudos mostram que os benefícios do leite materno sobrepõem os riscos
associados a exposição a dioxina. Óbvio que o leite materno sem dioxina seria
melhor, mas ainda assim, amamente 159,160.
Pesquisadores alemães publicaram pesquisa mostrando que o
leite materno de mães vegetarianas na Alemanha era muito menor que suas
contrapartes onívoras 161. Outra pesquisa mostrou que vegetarianos
consumiam apenas 2% da carga de dioxina comparado a população em geral,
principalmente devido aos seus alimentos serem baixos na cadeia alimentar 162.
Um a cada três bebes na California já sofrem de exposição a
estes disruptores endócrinos a níveis acima do aceitável 163. Em
um estudo americano de 2001, que aborda a concentração de dioxina nos
alimentos, mães veganas tinham menores níveis da substância teratogênica e
extremamente tóxica dioxina, comparadas as mães vegetarianas ou onívoras 164.
Pesquisas mostram que já foi
identificado que eles já afetaram a vida animal em inúmeras áreas do globo,
oceano atlântico, índico, rios famosos nos EUA, Espanha etc. entretanto, não
sabemos a tamanha extensão e gravidade ainda, na vida animal e na vida humana 165,
166, 167, 168, principalmente pelas indústrias escoarem todos seus
dejetos em rios.
Na guerra do Vietnam, os
Estados Unidos jogaram propositalmente a arma de guerra chamada por eles de
“Agente Laranja”, a qual era feita primariamente de dioxina. Conclusão? Até
hoje os lugares ainda contêm concentrações absurdas de dioxina e as famílias
das pessoas expostas a 40 anos atrás, levando a degeneração física tremenda de
seus filhos. Filhos vietnamitas e dos soldados americanos nascem tortos, com
pernas, braços, cabeças fora do lugar, com membros finos demais, de forma
extremamente aberrante. Alguns são cegos, mudos, presos a cadeiras de roda,
completamente deformados, por essa nojenta arma e principalmente, pelo efeito
massivo da dioxina. Estima-se que três milhões de vietnamitas sofreram os
efeitos da dioxina e pelo menos 150 mil crianças nasceram com defeitos
congênitos. Recomendo caso vocês não tenham compreendido através deste tópico
quão nocivo é a dioxina e seus compostos similares, pesquise no Google fotos
sobre o nome “Agent Orange children”.
Girinos expostos a um agrotóxico se tornavam sapos hermafroditas, com os testículos contendo ovos 169. Caramujos fêmeas desenvolvendo pênis 170,171, 172, 173, o que é chamado cientificamente de imposex, a modificação morfofisiológica causada pela exposição a poluentes tóxicos. Se tornando uma anomalia normal por ocorrerem deliberadamente em locais com fluxo constante de navios, devido a tinta antiincrustante utilizada, causar a liberação de TBT e TPT (tributilestanho e trifenilestanho), causar disfunção no funcionamento da aromatase (enzima que converte androgênios em estrogênios). A Dinamarca, em 2006, lançou uma campanha incentivando as futuras mães a não utilizar produtos comuns como cosméticos, higiene, e tudo que contenham esses xenoestrogênios. Quando brasileiros irão ouvir sobre esses assuntos e parar de usar?
E como os POPs são
hidrofóbicos e lipofílicos, as frutas, vegetais e outros alimentos hipo-lipídicos,
que são à base da dieta vegana, não armazenam estas toxinas, como alimentos de
origem animal fazem. É consenso científico que produtos animais, devido à
concentração biológica, contêm grandes quantidades desses poluentes ambientais
e ocasionalmente sai notícias no jornal, de produtos animais sendo testados com
quantidades dessas toxinas muito acima do tolerável sendo vendidos no mercado. Portanto,
se você é uma mãe não vegana, por pelo menos 7 anos antes da concepção,
provavelmente ainda terá maiores quantidades destes compostos circulando em seu
sangue, entretanto, até mesmo uma mãe vegana, tem em menores proporções.
O principal problema, é que
não só essas substâncias não são facilmente degradas, as vezes levando décadas,
elas descem pelos ralos de nossas pias da cozinha, banheiro, tanque de lavar
roupas ou até mesmo pelas privadas, já que muitos farmacêuticos que tomamos, é
expelido em nossa urina, e tudo isso que consumimos e usamos industrializados
na atualidade vão parar no abastecimento de água da cidade. Apesar de o
tratamento da água ser eficiente em remover sujeiras e outros problemas, elas
não destroem essas substâncias, que acabam contaminando lagos, rios e a nossa
própria água que volta para nossa casa “tratada”. E assim vão se acumulando em
nós ao longo da vida, causando danos silenciosos, imperceptíveis, mas que nos
alteram de formas que ainda não conseguimos exatamente compreender.
Infelizmente, o homem não tem
formas de desintoxicar estes compostos tóxicos similares a dioxina a não ser
deixá-lo ser reduzido de acordo com o tempo de meia vida do químico. Mas já
para as mulheres é pior ainda, pois elas ao invés de carregarem estes compostos
tóxicos, elas passam para seus filhos através da placenta e de seu leite,
tornando a gravidez de uma onívora ou até mesmo uma vegetariana,
consideravelmente mais perigosa ao desenvolvimento do bebe do que uma mãe
vegana.
E apesar de todos esses órgãos
e instituições que estabilizam os limites de exposição “seguros “destas
substâncias tóxicas no nosso dia a dia, nós higienistas sugerimos que um veneno
é um veneno não obstante a sua quantidade. Você não deveria querer nunca entrar
em contato com toxinas ambientais criadas pelo homem, não obstante de ser em
quantidades toleráveis pelo seu organismo, ou quantidades letais.
Curiosidade: O sistema endócrino, responsável pela secreção
e controle de hormônios, controla o desenvolvimento do organismo como um todo,
incluindo o cérebro, o sistema nervoso, sistema reprodutor e até mesmo o
metabolismo e os níveis de açúcar sanguíneo. Por esta razão, estes químicos são
tão perigosos.
A palavra disruptores endócrinos, sugere que
estes químicos exógenos (que vem de fora do nosso organismo) imitam ou
bloqueiam os hormônios endógenos (produzidos dentro do organismo) como estrogênio,
testosterona, progesterona (por ocuparem seu espaço nos receptores das
células), que tem a função de instruir como o corpo deve se desenvolver. Por
isso, na infância, afetam pontos críticos da sinalização celular, prejudicando o
desenvolvimento e diferenciação das células ocasionando um desenvolvimento
sexual errôneo e alterando os controles homeostáticos necessários para se
manter um peso saudável através da vida 420, entre outros problemas.
São chamados até mesmo na mídia de químicos que causam alteração sexual.
A criança cresce defeituosa, mas só vai se
perceber mesmo os danos neurológicos e sexuais, 20 anos depois e sem ao menos
saber de onde pode ter vindo a contaminação, já que podem estar na água, nas
roupas, nos produtos de limpeza, em mamadeiras etc. e não realmente vemos elas
lá ou sentimos o seu efeito nocivo ao tocarmos ou ingerirmos. E de acordo com
cientistas, essas mudanças são literalmente irreversíveis em modelos animais,
caso a prole seja exposta ainda no útero ou na fase de desenvolvimento.E para
piorar, até mesmo exposição a uma parte por trilhão, ou seja uma quantidade
muito ínfima do composto.
Cientistas
alegam que não veem mais sangue humano isento destas substâncias. Mesmo que
você não saiba, não queira ou não acredite, estas substâncias químicas
sintéticas e nocivas criadas pelo homem que a grande maioria nem sabe o nome ou
onde são contidas, estão dentro de você neste exato momento e já há décadas
bioacumulando em seu organismo inteiro. E infelizmente, estas empresas que
produzem materiais que tornam nossa vida mais “prazerosa“ literalmente conseguiram
contaminar todo o globo, todo ser vivo no planeta terra.
Repelentes de insetos, carpetes, capas de
chuvas, a cobertura de cabos e fios, polidor de unhas, até mesmo o volante e o
cheiro de carro novo, bolsas e tubos de soro hospitalar, a marcha e o painel do
seu carro, apetrechos sexuais são feitos com xenoestrógenos.
Homens americanos com altas
concentrações de Ftalatos na urina, tem maior circunferência abdominal e
resistência insulínica 174. Mulheres grávidas expostas aos Ftalatos,
por spray de cabelo e outras fontes no trabalho tem até 3 vezes mais chances de
ter filhos com doenças no sistema reprodutor como a hipospadia 175. Bebês em aleitamento materno, são expostos até
20 vezes mais concentrações de dioxinas do que o permitido 176.
E para piorar, já que há algumas décadas
ficamos sabendo da toxicidade destes compostos, todos ouviram falar do BPA na
mamadeira de criança devido à mídia, a indústria começou a focar em fazer os
mesmos produtos com compostos diferentes. Mas se é plástico, é industrializado
e provavelmente vai conter substâncias maléficas. A indústria e os próprios órgãos
governamentais americanos permitem o uso de inúmeras substâncias questionáveis
e pouco testadas, muitas das quais a Europa já baniu. E obviamente, o brasil
segue o exemplo americano. Dois novos compostos introduzidos no mercado, para
substituir alguns tipos de dioxina, de 10 anos pra cá, ao serem testados,
causam hipertensão arterial e diabetes em adolescentes 177, 178. Mesmo
que seja “BPA FREE” (isento de BPA), conterá algum composto parecido,
similarmente tóxico.
Fica a pergunta, se todos nós
temos traços destas substâncias em nossos organismos, e mães que tem maiores
quantidades dão à luz a filhos menos masculinizados, causando defeitos
congênitos na genitália, reduzindo quantidade e saúde do esperma etc. e nem sabemos a consequência disso a longo
prazo, através das gerações, já que somos na verdade praticamente a 1 geração
exposta a estes químicos. O que será do nosso futuro, já que a sociedade se
encaminha cada vez mais para uma vida industrializada? Nossos sistemas
reprodutores já são danificados, muitas pessoas inférteis, sofrendo de apatia
sexual, disfunção erétil entre outros problemas, imaginem a próxima geração. Vale
a pena usar commodities da vida moderna e transformar seu filho em um
frankstein?