Trecho do meu próximo livro, A ciência da saúde, O higienismo, a medicina de estilo de vida -
“Vix medicatrix naturae”, a força
curativa da natureza
“O modelo vigente se
baseia em tratar os sintomas, o modelo higienista recomenda cessar a participação
na(s) causa(s) dos sintomas”. Dr. D. Graham, quiropata e autor higienista.
No entendimento da HN a “cura” é um processo
biológico, que todo organismo vivo possui e está em constante funcionamento.
Defendemos que a cura é, em verdade, a regeneração do organismo. Ao invés da
compreensão atual, que é uma arte a qual pode ser praticada por um determinado
indivíduo habilidoso que detém um maior conhecimento, ferramentas e misturas
químicas orgânicas ou sintéticas para tal.
Curar
é algo instantâneo, é recuperar a saúde e eliminar todos e quaisquer sintomas e
doenças. Mas sabemos que não importa o tipo de tratamento ou remédio, nenhuma
pessoa se “cura”, mas sim lentamente se recupera do seu processo de
convalescência.
Esse
processo de regeneração é guiado pelo instinto inerente do corpo de preservar a
saúde. O instinto de preservação no ser humano é facilmente evidenciado em
inúmeras instâncias, e uma delas é quando nosso subconsciente nos impede de nos
machucar, conscientemente, como não colocar a mão no fogo, ou deixar de tomar
ações reconhecidas pela mente como nocivas, como comer algo que percebemos que
está estragado. Infelizmente, muitos de nós não reconhecemos que alimentos
cozidos são nocivos por estarmos acostumados a comê-los e aos seus efeitos
desde crianças. Perdemos o feedback do sistema nervoso dizendo que aquilo é
tóxico, assim como após meses ou anos fumando, o fumante já não sente mais quão
nocivo é seu cigarro e o quanto abaixo do ideal sua saúde se mantém. E assim que
larga, após uma semana a um mês, já começa a se sentir muito melhor e se tenta
voltar ao velho hábito, passa realmente mal como nunca passou por causa de um
cigarro em anos. O mesmo ocorre com o comedor de comida cozida que larga seu vício,
por alimentos queimados e começa a viver em nossa dieta original de frutas,
vegetais, oleaginosas e outros alimentos vegetais frescos, orgânicos,
integrais, maduros, direto da planta.
Somos
dotados de vários mecanismos de defesa, preservação e “auto-cura”, mas por está
regeneração ser gerada pelo organismo, por estarmos tão acostumados a ele gerar
a regeneração sempre que nos machucamos, deixamos de perceber que o nosso corpo
é uma máquina incrível, que ele que é o verdadeiro astro da “arte de cura”. Ele
foi feito pela natureza para ser autossuficiente e não necessitar de curas
externas.
Um
bom exemplo de um mecanismo de defesa é a reação do corpo humano, chamada
cientificamente de “lutar ou fugir”, que ocorre quando nos confrontamos com uma
situação de perigo. Quando esse mecanismo de defesa é acionado, nosso corpo
entra literalmente em um modo de “alerta”, lançando no sangue uma explosão dos
hormônios adrenalina e noradrenalina. É
acionada instintivamente, quando uma pessoa enfrenta um perigo eminente
e seu organismo é motivado a se defender a todo custo em favor da
autopreservação.
Faz
o coração pulsar mais rápido, aumenta a frequência respiratória fornecendo mais
oxigênio aos músculos para que possam agir, a digestão é interrompida para que
todo o sangue e energia possam ser redirecionados aos músculos e eles se
tencionam para que estejam prontos para agir, o sangue coagula mais rapidamente
para evitar perda de sangue no caso de um ferimento, o fígado libera no sangue
mais glicogênio (açúcares), entre várias outras adaptações fisiológicas que
deixam o indivíduo pronto para ficar firme e lutar ou a virar as costas e
correr. Independente da decisão instantânea, relativa ao rápido cálculo de
probabilidade feito pelo cérebro sobre a situação, o resultado desejado é
sempre a sobrevivência. Nosso corpo é claramente feito para a autopreservação.
Alguém
consegue sem hesitar colocar a mão no fogo? Felizmente, nosso instinto de
sobrevivência, controlado pelo nosso corpo, continua a cada minuto fazendo tudo
para defender e propagar a vida, mesmo que inconscientemente o estejamos
minando através de hábitos que produzem doença. Entretanto, em nosso dia a dia,
tendemos a negligenciar e fazer pouco caso da incrível capacidade que nosso
corpo tem de autopreservação e de como a inteligência inata do nosso organismo
nos protege e defende.
A
HN mais uma vez diverge de todos os outros modelos, pois não promove nenhuma
forma milagrosa de vivenciar e recuperar saúde de forma instantânea. Oferece,
sim, apenas educação e orientação nos princípios básicos utilizados pelo
organismo, cabendo apenas à pessoa fazer suas escolhas. Naturalmente
reconhecemos que a saúde é o estado natural de todo organismo e o resultado
lógico e óbvio da vida saudável, enquanto a doença é algo anormal. Enfim,
colhemos apenas o que plantamos como diz o ditado e o leitor inteligente e
sensato não pode esperar que a saúde seja resultado de hábitos, que seu próprio
subconsciente indica serem nocivos.
Os
Higienistas são considerados “professores” da vida saudável, estudiosos na área
da saúde, principalmente de nutrição e fisiologia humana. Auxiliam o indivíduo
a identificar a causa de seus problemas, isto é, o que está acontecendo ou
deixando de acontecer no dia a dia de uma pessoa que causa sintomas e doenças.
Se forem removidos os maus hábitos e instituídas as causas da saúde, o
resultado sempre será o término dos sintomas e a recuperação da saúde. Visamos
apenas fornecer as melhores condições ao organismo do doente, para que o
próprio organismo se “cure”.
Muitos
de nossos antepassados sugeriam que a cura vem do corpo e não de fora. Como
podemos verificar que, em latim, essa regeneração era chamada de “vix
medicatrix naturae – a força curativa da natureza”. A inerente habilidade
regenerativa do organismo vivo de se reparar. O Higienismo também era chamado
de “fazer nada inteligentemente”, “curar sem fazer nada”, tudo porque defendia
que, em praticamente todos os casos, as pessoas tentando se “curar” acabavam
atrapalhando, atrasando o processo natural do corpo.
Entendemos
que nenhum homem ou substância é capaz de curar. A cura, melhor dizendo a
regeneração, é apenas instituída pelo próprio corpo e nada mais. Nenhum
remédio, alimento ou substância, tem capacidade de instituí-la, agilizar ou
produzi-la. O organismo humano é o único que pode restaurar a saúde, o único
capaz de expelir venenos, reparar órgãos danificados, restaurar suas funções e
recuperar sua energia. E para que ele o faça, precisamos apenas fornecer as
condições que são naturalmente relacionadas ao organismo vivo, os elementos,
substâncias, forças e influências que a natureza fornece e que iríamos obter,
caso vivêssemos nela.
A
grande diferença entre a HN as outras abordagens é que os outros modelos, até
mesmo os alternativos possuem a mesma perspectiva, que é tratar os sintomas,
tendo como foco exterminar a doença, visualizando-a como um inimigo. Já a nossa
perspectiva é que precisamos remover as causas e focar nossa atenção para
criação da saúde, promovendo-a através dos elementos naturais nos quais todo
organismo vivo se baseia desde o início da vida no planeta (exercício, sol,
alimentação ideal, sono necessário etc.). Enquanto as outras abordagens atacam
e suprimem os sintomas e as doenças sem se preocupar em identificar ou eliminar as suas causas.
É
absurdo defender a possibilidade de “curar” o indivíduo, através de terapias,
remédios ou outras pílulas “mágicas”, sem, inicialmente, tentar corrigir a(s)
causa(s) dos problemas. É como sugerir a um viciado em drogas, que ele pode
ficar “curado”, sem largar as drogas, ou a um alcoólatra que sua cirrose pode
ser curada sem a abstinência do álcool. Através da perspectiva em voga
utilizada, o doente, precisa só de uma massagem, remédio, cirurgia ou terapia,
mas pode continuar com o estilo de vida que produz a doença. Definitivamente,
não foi à falta de terapias ou remédios que causaram as dores e sintomas, que
qualquer indivíduo esteja vivenciando, mas sim o estilo de vida levado,
incongruente com a biologia e fisiologia humana.
Os
remédios não reparam os danos causados pelo tabagismo, alcoolismo ou a
glutonisse, somente suprimem e paliam os sintomas. Entretanto, na maioria dos
casos, as pessoas tomam os remédios pensando em curar-se e continuam tomando as
ações que deram origem ao problema. Isso acontece por dois motivos, o primeiro
é que não associam suas doenças a seus hábitos, e o outro é que acreditam que o
remédio é o suficiente para a cura da doença.
No
entanto, o crucial na reversão de doenças é sempre a identificação e correção
das causas, pois à paliação, através de remédios ou terapias, só mascaram o
problema, cortando momentaneamente os sintomas ou a dor, levando o indivíduo a
ficar literalmente drogado. No entanto, o problema, a causa continua-lá e a dor
retornará. Apenas o sistema nervoso foi entorpecido pela substância ingerida ou
aplicada. É como socar uma parede, continuamente, mas utilizar uma anestesia
para não sentir a dor e problemas que emanam de tal ato.
Muitos
buscam terapias alternativas visando erradicar um sintoma, no entanto, nenhuma
pessoa em sã consciência vai a um acunpunturista, por problemas de dores de
cabeça, acreditando que a dor de cabeça é causada pela falta de agulhas em seu
corpo. Aspirinas e outros remédios são utilizados para “curar” a dor de cabeça,
a qual foi originada por algum mau hábito nosso, e não pela “falta” do consumo
destes.
Naturalmente,
que ao tentar corrigir o problema, sem alterar os hábitos que ocasionaram a dor
de cabeça, o que é insensato, não obter-se-ão resultados frutíferos. E, quando
cessa a dor, apesar de acreditarmos que estamos curados, em breve, precisaremos
de mais remédios para aliviar provisoriamente nossas dores, pois o remédio é só
um paliativo, não recupera sua saúde. Com essa atitude que tomamos, tornamo-nos
eternos pacientes, continuando a mercê de todos os remédios dos “curandeiros”
que alegam serem capazes de curar através de terapias, tratamentos e suas
“pílulas e poções mágicas”.
É
ensinado ao povo uma perspectiva de cura e correção de problemas, através de
procedimentos mecânicos e não naturais, induzindo as pessoas a acreditarem que
não precisam ter responsabilidade pelos seus atos e corpos, fazendo-as
acreditar que podem beber, fumar e se esbaldar em hábitos dietéticos nocivos, e
que sempre existirá uma “pílula mágica”, uma forma de conserto rápido, que
restaurará a saúde de seu organismo. Tal abordagem está fadada a falhas. O
entendimento que procedimentos não naturais possam nos redimir, isentar, absolver
e consertar os maus tratos a nosso corpo é nada menos que prepóstero.
A administração de um remédio não resulta na
administração da doença. Por exemplo, pessoas que sofrem de constipação podem
conseguir “alívio” de suas dores através de um remédio, mas, em pouco tempo,
retornarão os problemas intestinais e necessitarão de mais remédios. Apenas com
a ingestão de medicamentos, os problemas continuaram a progredir até que
resulte em uma doença pior, já que permanece a esbaldação que ocasionou a
doença. E, com certeza, após o uso do remédio os movimentos intestinais do
indivíduo não serão saudáveis e frequentes como deveriam ser.
Sabemos
que as causas da constipação não são pela falta de substâncias sintetizadas em
um laboratório, suas causas derivam da falta de fibras adequadas na dieta,
desidratação, falta de exercícios físicos, entre outros fatores, que evoluirão
durante dezenas de milhões de anos com os organismos vivos na natureza e são os
fatores que a natureza, utiliza, para manter o reino vegetal e animal
(obviamente vegetais e animais tem diferentes necessidades, como eles puxam sua
comida do solo, enquanto nós das plantas, eles são estacionários, enquanto nós
necessitamos de atividade física, etc.). Da mesma forma que praticamente todas
as outras doenças tem causas facilmente identificáveis. Quando os elementos
essenciais à saúde são introduzidos, remédios e outros tipos de tratamento se
tornam obsoletos, desnecessários. Quando estes elementos não são fornecidos,
nada é capaz de substituir sua falta.