Plantas,
neurotransmissores e depressão
Sabemos que plantas tem
neurotransmissores como animais apesar de suas diferenças biológicas. Sim,
plantas possuem adrenalina, dopamina, serotonina, melatonina, etc. E tem boas quantidades nos alimentos das
plantas, para aumentar a quantidade dos nossos próprios em nossa corrente
sanguínea.
Depressivos tem menores níveis de
neurotransmissores. E frutas estão sendo vistas na ciência como uma forma
extremamente eficaz de tratamento da doença, já que bananas da terra, abacaxis,
bananas, kiwis e tomates são ricas em serotonina 1. Pesquisas
mostram que colocar pessoas em uma dieta vegetariana, quase vegana, quando
comparados a onívoros, o humor do grupo na dieta vegetariana era melhor do que
o dos onívoros, uma das razões é a questão dos carboidratos e da excelente
proporção de triptofano para os outros aminoácidos 2. O consumo de
frutas e vegetais é correlacionado com melhor bem estar, e é na verdade, de
fácil acesso em termos de custo e sem efeitos colaterais, quando comparados a
remédios e outras intervenções 3.
Em uma pesquisa com 521 japoneses, uma
dieta rica em frutas, vegetais, cogumelos e soja foi inversamente
correlacionada a depressão 4. Outras pesquisas corrobaram, mostrando
melhores parâmetros comportamentais em jovens 5.
Otimismo é correlacionado a níveis de antioxidantes e carotenoídes no sangue 6.
Em um estudo britânico de mais de 80 mil
pessoas, existiu uma relação entre dose e resposta associado ao consumo de
frutas e vegetais e satisfação e felicidade na vida 7. Ou seja,
quanto mais frutas e vegetais, mais satisfação e felicidade!
Mulheres em TPM, aparentemente tem um
mecanismo que induz o desejo por carboidratos, auxiliando contra depressão,
raiva, tensão, confusão, mal humor
fatiga etc. durante esse estágio, já que o carboidrato ajuda a aumentar os
níveis de serotonina no organism, não é por acaso que mulheres tem desejos por
doces! Quando
em uma dieta rica em carbos e pobre em proteína, tinham melhorias em níveis de
depressão, tensão, raiva, confusão, tristeza, fadiga e calma 8.
Todos já ouvimos falar da influência
do triptofano, aminoácido precursor da biosíntese de serotonina (hormônio da
felicidade). Há algumas décadas pesquisas comprovaram que dietas deficientes em
triptofano induziam agressão, raiva, hostilidade, irritação etc. Entretanto,
suplementação de triptofano pode induzir sintomas graves e até mesmo causar a morte
9.
E como as vezes pesquisas e a midia
acabam divulgando meias verdades, quando pensamos em triptofano pensamos em
leite ou frango, e menos frequentemente em grão de bico ou bananas, devido a
enfâse da maior quantidade de proteína nos produtos de origem animal ser vista
como algo benéfico. Então, da onde devemos obter nosso triptofano, já que
plantas e animais o fornecem?
O que a maior parte das pessoas não
sabe é que o triptofano encontrado em uma refeição pobre em carboidratos e rica
em proteína animal não é devidamente alocado ao cérebro. Apenas durante o consumo
de carboidratos saudáveis, a insulina reduz os níveis de outros aminoácidos que
competem com o triptofano pela passagem da barreira hematoencefálica,
redirecionando os para os músculos e assim aumentando a proporção de triptofano
disponível e auxiliando sua passagem para o cérebro 10. Isso mesmo, a biosíntese de serotonina aumenta
após uma refeição rica em carboidratos, devido a maiores concentrações de
triptofano no cérebro. No caso do consumo de triptofano de origem animal, os
níveis no sangue do triptofano podem aumentar mas os níveis no cerebro reduzem 11.
Cortisol
Cortisol é um hormônio glicocorticóide,
produzido pela glândula adrenal em resposta ao estresse e hipoglicemia, sua
liberação ocorre pelo eixo hipotalamo, adrenal e pituitária segue o ritmo
circadiano, alto durante a manhã, e vai reduzindo a concentração durante o dia.
Os glicocorticoides aumentam com a obesidade, privação de sono e estresse
ambiental. São responsáveis pela regulação do consumo alimentar e gasto
energético. Quando estão elevados no sangue, são correlacionados ao consumo de
alimentos ricos em gordura e açúcar. Testes em animais de laboratório mostram
que eles preferem junk food quando cronicamente estressados para compensar o
estresse e que isso até alivia, mas só agravando o problema. Elevados níveis de
cortisol aumentam o estresse oxidativo. Dietas saudáveis com frutas, vegetais e grãos e baixo consumo de gordura
saturada etc. são associadas a redução do cortisol urinário, assim como a
adrenalina. Dietas ricas em proteína, gordura saturada e pobres em frutas e
vegetais são correlacionados ao aumento do cortisol e catecolaminas 13.
Cortisol e sono
Certos
nutrientes, das plantas, como a linhaça são correlacionados a redução nos
níveis de cortisol. E cortisol desregulado, é associado a pobre qualidade do
sono e até mesmo pequenas perdas de horas de sono podem desregular a liberação
do cortisol. O equilíbrio ácido base influencia a produção adrenal do cortisol.
Sabemos que nosso sangue precisa se manter levemente alcalino. A dieta ocidental
moderna causa acidose metabólica e cerebral, enquanto frutas e vegetais são
alcalinizantes. Uma dieta moderna ocidental portanto, prejudica o ritmo
circadiano desequilibrando a secreção de cortisol e prejudicando o sono que
portanto, prejudicará o reparo conduzido pelo organism. Com todos esses mecanismos de saúde e
bioquímica no organismo influenciando a secreção de cortisol, não é por acaso
que vemos uma sociedade tão estressada 14.
Referência
bibliográfica
1 - J Neuropsychiatry Clin Neurosci. 2010
Fall;22(4):451-m.e25-451.e25. doi: 10.1176/appi.neuropsych.22.4.451-m.e25.
12 - Francesca Pistollato et al. “ Associations between Sleep, Cortisol
Regulation, and Diet: Possible Implications for the Risk of Alzheimer Disease”
Adv Nutr.
2016 Jul; 7(4): 679–689.
13 – IBID.